Os Efeitos da inclusão digital sobre os beneficiados
Por: Pedro Feltrin • 7/7/2018 • Projeto de pesquisa • 1.254 Palavras (6 Páginas) • 232 Visualizações
OS EFEITOS DA INCLUSÃO DIGITAL SOBRE OS BENEFICIADOS
Bolívar Braga¹, Pedro Feltrin¹
Orientador: Iuri Albandes Cunha Gomes²
¹ - Acadêmico do 1º semestre do curso de Ciências da Computação – IFRS Ibirubá
² - Professor do IFRS Ibirubá na matéria “Metodologia Científica”
Resumo: Como trabalho da matéria “Metodologia Científica”, desenvolvemos um artigo científico sobre um tema de nossa escolha, com base em pesquisas reais, mas também utilizando de dados inventados, sendo este o projeto final. O presente artigo é resultado de um trabalho investigativo sobre a inclusão digital de diferentes grupos interessados em novas tecnologias. O principal objetivo é investigar como eles aprendem. Quais as dificuldades que encontram e se um professor pode contribuir para potencializar a conquista das habilidades necessárias para um conhecimento digital. O trabalho foi desenvolvido com grupos de idosos, que, em aulas “particulares”, utilizaram de computadores, e outros recursos tecnológicos, explorando e compreendendo seus recursos. Concluímos que o papel de alguém especializado é fundamental nestes casos e que, valorizar os “saberes de vida” destes alunos, também é verdadeiramente importante neste processo
- INTRODUÇÃO
De acordo com o IBGE (2010), o grupo de pessoas consideradas idosas aumentou nas últimas décadas, e a qualidade de vida que elas buscam, também. O próprio documento oficial levanta a importância de oportunizar, a este grupo de brasileiros, cada vez maior, um atendimento diferenciado de inclusão no manuseio de tecnologias digitais.
Atualmente, a necessidade de estar “conectado” com estas tecnologias, está presente em todas as camadas da população e nas mais diversas faixas etárias. Tanto os mais jovens (crianças de 3 e 4 anos) como os idosos (acima de 60 anos) sentem vontade de conhecer e usufruir dos benefícios e curiosidades da Internet
Iniciamos então, neste ano, 2018, um projeto com dois grandes grupos de idosos que desejavam explorar melhor as novas tecnologias modernas. A partir desse ponto surgiram muitas questões. O que deveríamos ensiná-los? O que eles realmente queriam saber? De que forma faríamos? Em que momentos que eles poderiam se considerar “incluídos digitalmente”
Desse modo, começamos a perceber e entender quais eram as características e especificidades daquela geração que, já aposentada, possui tanto o fator “tempo” como uma condição financeira mais estável, precisando somente de auxílio em sua aprendizagem.
A maioria possui netos ou filhos que sabem manusear estes aparelhos, mas que não estão dispostos, ou não tem paciência, para ensiná-los. Tornar-se independente para realizar tudo isso, é o principal “desejo” destas pessoas quando pensam em aprender a usar as novas tecnologias. Eles sabem que elas poderão ajudá-los e, assim, eles passam a estar incluídos no mundo digital. São pessoas que sempre tiveram autonomia na vida e querem manter esta situação, lendo as notícias pela Internet, reservando passagens aéreas, utilizando os recursos dos e-mails (mandar mensagens, receber mensagens de amigos, enviar arquivos, olhar fotos dos netos, entre outros). Alguns manifestam o desejo de usar aplicativos (WhatsApp, GPS, etc.) nos seus aparelhos móveis. Outros querem aprender a utilidade de softwares como Power Point, Word ou Excel.
Esta geração observa as redes sociais com certo receio, pois não quer estar exposta. Eles já ouviram falar muito sobre invasões de privacidade e não querem perder tempo com “futilidades”. Mas depois de convencidos a experimentar mais este recurso de comunicação, muitos passam a utilizá-lo (aqui falamos especificamente do Facebook) com pouca regularidade e pouca exposição, preferindo apenas ver as fotos dos familiares ou falar com eles pelo bate-papo.
Assim, este artigo tem como objetivo observar e refletir sobre estas questões de ensino e aprendizagem que envolve as TDIC e este grupo de pessoas de a terceira idade.
- ANDAMENTO DA PESQUISA
A pesquisa começou com a divisão de mais de 40 pessoas com mais de 60 anos de idade que não eram familiarizadas com tecnologias em dois grupos, um grupo era constantemente auxiliado e recebia dicas de instrutores para o exercício de atividades online, enquanto os outros estavam por conta própria
Para alcançar os objetivos desta pesquisa, utilizamos duas horas de aula semanais, em lugares reservados à eles, como assistências sociais ou outros espaços públicos, durante aproximadamente três meses. Todos os alunos moravam na mesma cidade (Ibirubá).
São pessoas com médio ou elevado padrão financeiro, independentes e com uma vida “confortável”. Utilizamos, para as aulas, aparelhos dos próprios alunos ou aparelhos cedidos pelo governo, observando suas demandas e necessidades. Este público-alvo sabe muito bem o que quer e, alguns, inclusive expressam isso dizendo que “não desejam aprender teoria”.
Muitos são ex-alunos de cursos de informática, onde o número de desistência é alto em função de terem pouca atenção do professor e uma sensação de estarem “perdendo tempo” nas aulas em grupos.
Aos poucos, cada um deles, ia adquirindo mais habilidades, fazendo novos questionamentos, mostrando o que haviam descoberto quando o professor não estava presente e apresentando o caderno de dúvidas da semana anterior. Iam
percebendo assim, que aquele conhecimento, eles mesmos tinham construído, e em poucas aulas estavam satisfeitos, comunicando-se através das redes sociais, e-mails e aplicativos.
As dificuldades, naturais da idade, de possuírem dedos que tremem e não conseguirem digitar com perfeição, letras miúdas que atrapalham a visão, memória com falhas que lhes fazem esquecer rapidamente algumas coisas que gostariam de lembrar, mouse dos notebooks extremamente sensíveis ao toque, (que mudam as páginas sem que eles percebam que estão realizando esta mudança), ou a falta de familiaridade com palavras e terminologias ligadas à Internet não impediram que cada um buscasse apropriar-se de novos conhecimentos.
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