Redes Móveis no Brasil
Por: Hunter Elf • 17/4/2015 • Dissertação • 1.738 Palavras (7 Páginas) • 346 Visualizações
Redes Móveis no Brasil
Mossoró
2014
Resumo
Este trabalho apresenta uma análise dos principais problemas do sistema de telefonia móvel brasileiro, de acordo com dados obtidos de estudos da Agência Nacional de Telecomunicações – Anatel, além de um breve relato sobre a evolução da tecnologia e como ela se desenvolveu no país.
Introdução
Vivemos em um mundo conectado, onde é comum o hábito de ao acordarmos pegarmos um pequeno aparelho para chegar nossas tarefas, e-mails, redes sociais e obter demais informações. Quinze anos atrás era quase inconcebível pensar em realizar atividades semelhantes em um único dispositivo, que até então dava seus primeiros passos para se tornar um multitarefas.
A telefonia móvel deu seus primeiros sinais em viaturas de polícia no inicio da segunda década do século XX na forma de aparelhos de rádio operando na faixa de 2 MHz. Em 1945 forma realizados testes no laboratório de Bell, mas estes só provaram estarem corretos em 1973 quando a Motorola apresentou um protótipo de telefone celular que chegaria ao consumidor norte-americano uma década mais tarde.
Inicialmente, acreditava-se que frequências mais baixas, por terem um comprimento de onda (alcance) maior, seriam mais eficientes para transmitir a voz entre dois pontos (a primeira rede móvel foi instalada entre dois pontos de transporte de pessoas), mas estas se propagavam por milhares de quilômetros causando interferência em diversos aparelhos.
Até a década de 1980, estávamos na primeira geração de telefonia móvel, conhecida pela sigla 1G, esta utilizava o sinal analógico. Já na década de 1990 surgiu o 2G, que por usar tecnologia digital, garantia uma qualidade de conversação superior à conhecida na primeira geração. Nessa mesma época, surgiu o SMS (mais especificamente em 1993) que davam uma nova função ao aparelho que até então apresentava apenas a mobilidade como diferencial da linha fixa.
Até então, a função dos displays (telas) de aparelhos celulares era mostrar informações básicas, limitadas pelas baixíssimas taxas de contrastes que permitiam apenas a diferenciação em escalas de cinza, portanto, estavam longe de oferecer toda a informação que poderia ser absorvida visualmente por nós. Com o decorrer do tempo, as grandes empresas investiram em tecnologia e logo foi lançado o display colorido, foi uma revolução. Depois de aprimorado, ele deu possibilidade para visualização de fotografias e posteriormente a visualização de versões simples de páginas da web. Os aparelhos que antes eram artigos de luxo e pouco funcionais começaram a ser barateados e se tornaram cada vez mais inteligentes, o que gerou a necessidade de programas mais complexos para gerenciar tantas funcionalidades. Nasciam os Sistemas Operacionais (O.S. para a sigla em inglês) para celulares, surgindo assim uma nova nomenclatura para os aparelhinhos: Smartphones.
Ao mesmo passo, a rede móvel também se aprimorara, chegou à terceira geração, mais uma vez com tecnologias que possibilitaram velocidades de transmissão de dados e voz com muito mais velocidade e estabilidade.
Atualmente, presenciamos o início da quarta geração que está há poucos anos no mercado e ainda se dissemina pelo mundo. O 4G brasileiro – Restringido a pouquíssimas cidades no momento – apresenta em sua configuração atual, uma média de 3,5 vezes maior velocidade para o usuário, mas com potencial para atingir 100 vezes a velocidade da tecnologia ainda muito utilizada.
No entanto, no Brasil a evolução da comunicação móvel não ocorreu no mesmo ritmo que os países europeus ou Estados Unidos. A primeira cidade brasileira a contar com telefonia móvel celular foi o Rio de Janeiro, somente em 1990. A rede digital chegou às nossas terras somente em 1997. Este atraso se manifesta até os dias atuais, enquanto outros países de economia forte estão na quarta geração de telefonia, no Brasil ainda é comum –sobretudo em áreas rurais- a presença do sinal 2g, outro fator problema é a cobertura. Embora políticas recentes do governo tenham forçado as empresas a expandir a abrangência do sinal, o consumidor ainda sofre com problemas do tipo. Reclamações também estão ligadas a cobrança abusiva ou indevida dos serviços prestados pela operadora, o que será explorado mais a frente. O Brasil apresenta um dos maiores volumes de aparelhos celulares no ranking mundial – temos mais celulares que habitantes! – informação que demonstra o quão essencial a telefonia móvel é para a comunicação. Uma vez que o serviço apresenta rendimento insatisfatório, é vital estudar detalhadamente as raízes do problema e apresentar soluções possíveis em um espaço de tempo hábil. O presente artigo tem por objetivo cumprir esta função, apresentando ao final, propostas baseadas em dados obtidos principalmente por pesquisas da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), além de estudar a eficiência das normas estabelecidas pelo órgão.
Cobranças elevadas
Devido ao atraso tecnológico – que está sendo superado – enfrentado pelo país e à baixa concorrência nos primeiros anos de telefonia móvel no Brasil, os preços dos serviços levaram tempo para serem barateados e se tornarem mais acessíveis. Entretanto, devido ao domínio de mercado pertencente às pouquíssimas operadoras prestadoras do serviço, a taxa de cobrança para chamadas realizadas entre usuários de duas empresas distintas é extremamente elevada, refletindo em um percentual altíssimo do número de reclamações devido à cobrança, como mostra o gráfico da a seguir:
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Figura 1 – Reclamações sobre telefonia em 2013
Fonte: Anatel, 2014
Para ilustrar, realizamos a comparação entre dois planos pré-pagos das operadoras TIM, Vivo e Vodafone para ligações entre diferente operadoras de mesmo DDD, sendo as primeiras brasileiras e a última, europeia.
Preço de chamada para diferentes operadoras | ||
Preço por minuto (Reais)[1] | Chamada de uma hora | |
VIVO(Brasil) | R$ 2,06 | R$ 123,60 |
TIM (Brasil) | R$ 1,46 | R$ 87,60 |
VODAFONE (Europa) | R$ 0,12 | R$ 7,26 |
Analisando a tabela, fica evidente que as empresas brasileiras cobram preços abusivos para chamadas entre diferentes redes, forçando o usuário a assinar um plano com cada empresa, gerando custos para si e mais lucros para as prestadoras de serviço.
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