A DETERMINAÇÃO ESPECTROFOTOMÉTRICA DE AAS
Por: Isadora Paravisi • 4/12/2017 • Trabalho acadêmico • 3.535 Palavras (15 Páginas) • 1.318 Visualizações
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SANTA CATARINA
ANÁLISE INSTRUMENTAL
DETERMINAÇÃO ESPECTROFOTOMÉTRICA DE AAS
FLORIANÓPOLIS, 2017
- INTRODUÇÃO
O ácido acetilsalicílico (AAS) é um fármaco de ação anti-inflamatória, analgésica, antipirética e antiplaquetária sendo o princípio ativo da aspirina, um medicamento amplamente utilizado mundialmente.[2]
Assim como grande parte dos medicamentos, os que possuem o ácido acetilsalicílico como princípio ativo são registrados pela ANVISA e podem ser encontrados com diferentes concentrações de AAS, cada um tendo uma finalidade específica. Conforme consta na Farmacopeia Brasileira comprimidos contendo AAS devem conter no mínimo 95.0% e, no máximo, 105,0% da quantidade declarada na bula.[1]
A quantificação do teor de ácido acetilsalicílico em medicamentos pode ser feita por diferentes métodos, entre eles está o método por espectrofotometria no visível. Esse método consiste em incidir um feixe de radiação com comprimento de onda na faixa do visível(400 a 800 nm) sobre uma amostra devidamente preparada, parte dessa radiação será absorvida(absorbância) e outra parte transmitida(transmitância). Essa técnica se baseia na relação entre a absorbância(A) de uma solução e sua concentração(C), expressa pela equação da lei de Lambert-Beer apresentada abaixo, sendo b o caminho óptico e ε o coeficiente de absortividade molar.[5]
A= ε . b . C
O ácido acetilsalicílico pode ser quantificado por esse método após ser hidrolisado e complexado com íons Fe 3+, formando um complexo de cor violeta e podendo, então, ser analisado por espectrofotometria no visível.
[pic 1]
Figura 1: Reação de hidrólise do AAS seguida da complexação do ácido salicílico com íons férricos.
Ao realizar análises quantitativas é necessário a utilização de curvas de calibração que estabeleçam a relação entre os valores obtidos por instrumentos de medição e valores já conhecidos e padronizados das substâncias de interesse. As curvas analíticas podem ser obtidas através de diferentes métodos que devem ser escolhidos segundo a necessidade e características de cada análise. Entre esses métodos está o método de calibração externa e de adição de padrão.
O método de calibração externa, também conhecido como padronização externa, consiste no preparo de diferentes concentrações padronizadas do analito de interesse que são lidas gerando um sinal analítico. Com o sinal gerado constrói-se um gráfico do sinal em função das concentrações padronizadas do analito. A amostra também é lida e o resultado é comparado aos correspondentes das concentrações padrão por meio do gráfico ou equação da reta.[6]
A técnica de adição de padrão é feita pela adição de diferentes concentrações padronizadas de analito na amostra, além da preparação de um branco. Essas amostras com padrões adicionados e o branco são lidos, com o valor obtido constrói-se um gráfico do sinal em função das concentrações de analito adicionadas à amostra. A concentração do analito na amostra, sem a adição dos padrões, pode ser obtido pelo prolongamento da reta até o eixo das abcissas através da equação da reta. Isso se deve ao fato de que o y correspondente a adição do analito na amostra é igual a zero no ponto sobre o eixo x, correspondente às concentrações, ou seja, nesse ponto o valor indicativo da concentração corresponde apenas a amostra, sem adição de padrão.[4]
Esse trabalho teve como objetivo determinar o teor de ácido acetilsalicílico em um comprimido de aspirina, por espectrofotometria no visível, usando os métodos de curva de calibração externa e adição de padrão.
2. METODOLOGIA
2.1.Vidraria e Reagentes utilizados na determinação Espectrofotométrica de AAS Usando Curva de Calibração Externa.
- 10 tubos de ensaio
- Pipetas automáticas de 1mL e 5mL
- 1 Béquer 200 mL
- Àgua
- AAS
- H2SO4 diluido
- FeCl3 0,6 mol/L
- H2SO4 1,3 mol/L
- Comprimido de aspirina
2.2 Determinação Espectrofotométrica de AAS Usando Curva de Calibração Externa
- Foi realizado a preparação de 1 branco e 6 soluções a partir de ácido acetil salicílico 3,113g/L com os volumes indicados na tabela abaixo.
Solução | V H2O | V AAS (ml) | V H2SO4 | [ ] de AAS (g/L) |
1 (branco) | 5,0 | 0,0 | 9,0 | 0 |
2 | 4,5 | 0,5 | 9,0 | 0,1112 |
3 | 4,0 | 1,0 | 9,0 | 0,2224 |
4 | 3,0 | 2,0 | 9,0 | 0,4447 |
5 | 2,0 | 3,0 | 9,0 | 0,6671 |
6 | 1,0 | 4,0 | 9,0 | 0,8894 |
7 | 0,0 | 5,0 | 9,0 | 1,1118 |
- As soluções preparadas foram aquecidas juntas com a amostra em um banho maria pela duração de 15 minutos.
- Os tubos de ensaios então foram retirados e resfriados.
- Foi adicionado uma solução de Fe3+ nos tubos de ensaio.
- As soluções foram sendo colocados cubetas, o aparelho foi zerado com a utilização do branco e as soluções foram analisadas no IV.
- Então se foi analisada as suas bandas e foram constatadas as seguintes absorbâncias e as seguintes molaridades.
Solução | [ ] de AAS (mol/L) | Abs |
1 (branco) | 0,0000000 | 0,1527 |
2 | 0,0006177 | 0,0464 |
3 | 0,0012353 | 0,0999 |
4 | 0,0024706 | 0,2437 |
5 | 0,0037060 | 0,3258 |
6 | 0,0049413 | 0,4588 |
7 | 0,0061766 | 0,5732 |
- Os valores foram então colocados em um gráfico onde a absorbância se tornou o “Y” e a molaridade o “X”.
- Em seguida foi feito o preparo da amostra onde foi pesado um comprimido de aspirina que contém os AAS.
- Ele então foi mergulhado em um béquer de 200mL com 150mL de água que então foi aquecida até o ponto de ebulição. E mantida nesse estado por 15 minutos.
- A solução foi resfriada e então filtrada em um balão volumétrico de 200mL, dele foi retirado uma alíquota de 3,00mL para um tubo de ensaio.
- Neste tubo de ensaio foi adicionado 2,00 mL de agua desionizada, 9,00mL de h2SO4 diluído.
- A solução foi então aquecida por 15 minutos.
- A amostra foi resfriada e então adicionado 1,00mL da solução de Fe3+.
- As amostras foram levadas ao IV que havia sido zerado com a solução referência.
- Os resultados foram analisados e anotados na seguinte tabela.
Amostra | Abs |
1 | 0,2803 |
2 | 0,2681 |
3 | 0,2859 |
2.3. Vidraria e Reagentes utilizados na determinação espectrofotométrica de AAS usando curva de calibração por adição de padrão.
- 5 tubos de ensaio
- Pipetas automáticas de 1mL e 5mL
- 1 Béquer 200 mL
- Àgua
- AAS
- H2SO4 diluido
- FeCl3 0,6 mol/L
- H2SO4 1,3 mol/L
2.4. Determinação espectrofotométrica de AAS usando curva de calibração por adição de padrão.
- Em cada um dos seis tubos de ensaio foram colocados as seguintes quantidades de reagentes. Sendo que a amostra é a que foi preparada no experimento 5.
Solução | V amostra | V AAS adicionado (ml) | V H2O | V H2SO4 |
branco | 0,0 | 0,0 | 5,50 | 9,0 |
1 | 2,0 | 0,0 | 3,50 | 9,0 |
2 | 2,0 | 1,0 | 2,50 | 9,0 |
3 | 2,0 | 1,5 | 2,00 | 9,0 |
4 | 2,0 | 2,0 | 1,50 | 9,0 |
5 | 2,0 | 2,5 | 1,00 | 9,0 |
6 | 2,0 | 3,0 | 0,50 | 9,0 |
- As soluções foram aquecidas por 15 minutos.
- Após o aquecimento foi adicionado Fe3+ em cada um dos tubos de ensaio.
- Após zerar o equipamento com branco as soluções tiveram suas absorbâncias verificadas e anotadas na tabela a seguir.
Solução | Abs |
branco | 0,1186 |
1 | 0,2100 |
2 | 0,3061 |
3 | 0,3749 |
4 | 0,4576 |
5 | 0,5317 |
6 | 0,6179 |
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
3.1 Preparo da Amostra
Inicialmente, pesou-se a amostra bruta (comprimido) encontrando-se a massa de 0,598 g.
Notou-se que, como o preparo (digestão) da amostra e o uso da mesma foram feitos em dias diferentes, nesse intervalo de tempo houve evaporação de parte do solvente presente na solução.
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