A Destilação por Arraste de Vapor e Extração Ácido Base
Por: kaheisenhut • 28/10/2019 • Pesquisas Acadêmicas • 1.426 Palavras (6 Páginas) • 466 Visualizações
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Instituto de Química
Departamento de Química Orgânica
Destilação por Arraste de Vapor e Extração Ácido Base
Caroline B. Plá e Karine E. Ivanovick
Prof°. Dennis Russowsky
Porto Alegre 3 de Outubro de 2019.
- Introdução
O método de destilação por arraste de vapor consiste em separar e purificar líquidos que são miscíveis ou pouco miscíveis entre si. Uma das vantagens deste processo é a que a mistura só entrará em ebulição a uma temperatura menor que os componentes puros, evitando assim a decomposição do componente de maior ponto de ebulição que neste caso é o óleo extraído do cravo, e devido à insolubilidade das fases são facilmente separados.
Misturas imiscíveis, mantém suas pressões de vapores constantes, pois não se comportam como soluções. Desta forma, a lei de Dalton nos diz que a pressão total será a soma das pressões vapor de cada substância pura, por isso realizamos a destilação em torno de 100°C.
Devido a esta propriedade, podemos então separar compostos orgânicos naturais junto com a água, pois teremos um ponto de ebulição menor.
Para este procedimento separamos o óleo extraído do cravo através do arraste de vapor da água. Após utilizamos o método de Extração Ácido Base onde foi possível retirar Eugenol e o Acetileugenol do óleo, já que o Eugenol é um fenol e possui características ácidas.
- Parte Experimental
- Destilação por Arraste de Vapor
Para este processo, pesamos 16g de cravo da índia, no qual adicionamos em um balão bitubulado de 500 mL junto a 150 mL de água deionizada. Adicionamos na outra extremidade um funil de adição contendo 100 mL. Após montamos o restante das vidrarias e iniciamos a destilação, em torno de 1h30min obtivemos 100 mL do produto final que contêm óleo e água.
Para a separação do óleo e água, transferimos a solução para um funil de separação no qual o lavamos 3 vezes com 25 mL de Diclorometano, retirando a parte orgânica (Amostra 1) a fase aquosa foi descartada. A Amostra 1 foi utilizada para realizar o Cromatografia de Camada Delgada, utilizando capilar e após o restante foi guardada para posterior análise. Essa amostra 1 é uma mistura do Eugenol e o Acetileugenol.
- Extração Ácido Base
Assim, transferimos a solução para um funil de separação onde lavamos a fase orgânica 2 vezes com Hidróxido de Sódio 10%. A fase aquosa (A) terá o Eugenol junto e na fase orgânica(B) terá Acetileugenol, que não reage com a base.
A fase orgânica (B) foi transferida para um Erlenmeyer e adicionamos 2 espátulas de Sulfato de Magnésio para retirar a água. Após foi filtrada para retirarmos o Sulfato de Magnésio e transferimos para um balão previamente pesado para o cálculo de rendimento. O balão foi levado ao rotaevaporador para a secagem do solvente e após foi pesado.
Já para a fase aquosa (A) adicionamento de HCl lentamente até a turvação da solução e verificação do pH ácido, após transferimos para um funil de separação que foi lavado com 2 porções de Diclorometano, após separamos a fase aquosa da orgânica, a fase aquosa foi descartada.
Para a separação das espécies, sabemos que o Eugenol tem caráter ácido, assim podemos converter em sais solúveis em água que podem ser separados dos compostos que são insolúveis em água e para regenerar o Eugenol, basta acidificar o meio.
A fase orgânica proveniente da fase aquosa (A) foi seca com sulfato de magnésio, filtrada e transferida para um balão previamente pesado e levado ao rotaevaporador.
- Teste de Complexação com Cloreto Férrico
Para a realização deste teste, foi separado um tubo de ensaio para cada amostra (Acetileugenol e Eugenol) adicionamos 5 mL de cada amostra e 2 mL de Diclorometano agitamos e adicionamos 2 gotas de Cloreto Férrico e posterior 3 gotas de piridina e observamos a coloração.
Para a fase orgânica vinda da fase aquosa (A), obtivemos uma coloração azul conforme Figura 1 o que indica que há presença de fenóis e que é o Eugenol e já para a fase orgânica B temos o Acetileugenol que nos forneceu teste negativo.
- Teste CCD
As amostras foram adicionadas a placa com o auxílio de um capilar, onde o M significa a mistura de Eugenol e Acetileugenol, A é a amostra de Eugenol e B é a amostra de Acetileugenol, conforme figura 2.
[pic 1]
Figura 1: Cromatografia de Camada Delgada da mistura de Eugenol e Acetileugenol e das substâncias puras.
3. Resultados
A partir de 16,26 gramas de cravo da índia realizou-se os procedimentos de separação do acetileugenol e eugenol os rendimentos foram calculados conforme abaixo:
% = massa balão com produto - massa balão vazio x 100
massa de cravo da índia pesada
Acetileugenol %: (67,204 - 66,703) x 100 = 50,1%
16,26
Eugenol %: (48,350 - 47,428) x 100 = 5,67%
16,26
As quantidades de acetileugenol e eugenol foram 50,1% e 5,67%, respectivamente.
Após os cálculos de rendimento, realizou-se o teste de complexação com cloreto férrico, em que a mudança na coloração indica presença de eugenol.
[pic 2]
Figura 2: da esquerda para direita: resultado acetileugenol e eugenol.
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