Aulas Química Orgânica Prática
Por: Givanildo Santos • 19/11/2020 • Projeto de pesquisa • 7.247 Palavras (29 Páginas) • 172 Visualizações
Química Orgânica Prática[pic 1]
Professor Givanildo Santos
PRÁTICA 01. SAPONIFICAÇÃO
1. INTRODUÇÃO
Entre lípidios mais abundantes na natureza, encontramos os óleos e as gorduras. Estas substâncias são formadas a partir da associação de uma molécula de glicerol com três unidades de ácidos graxos. Por esse motivo, os óleos e as gorduras são chamados de ésteres de glicerol ou de triglicerídeos (Figura 1).
[pic 2]Figura 1. Etanólise alcalina do tripalmitilglicerol.
Sofrendo hidrólise, as gorduras produzem glicerina e sais alcalinos destes ácidos (sabões). Por exemplo, a hidrólise do óleo de soja fornece uma mistura de diferentes ácidos graxos:
ÁCIDO GRAXO | % |
Ácido mirístico | 0,1 |
Ácido palmítico | 10,5 |
Ácido esteárico | 3,2 |
Ácido oléico | 22,3 |
Ácido linoléico | 54,5 |
Ácido linolênico | 8,3 |
Ácido araquídico | 0,2 |
Ácido eicosanóico | 0,9 |
A ação de limpeza do sabão está ligada às propriedades coloidais, em solução aquosa, dos ânions de elevada massa molar. Tais soluções coloidais possuem a propriedade de provocar a formação de emulsões de outras substâncias, como graxa, óleo e sujeiras.
2. OBJETIVO
- Pesquisar a presença de ligações do tipo éster nas moléculas dos óleos e gorduras;
- Conhecer a reação de produção de sabão partir dos óleos e gorduras;
- Pesquisar o comportamento dos sabões em soluções aquosas contendo ou não óleos e gorduras.
- 3. METODOLOGIA
- 3.1. MATERIAIS REAGENTES
Óleo de soja Solução etanólica de NaOH 10% Provetas de 10 mL Banho-maria Estantes para tubos de ensaio (8 tubos em cada suporte) Água destilada | Solução de HCl a 10% Solução saturada de NaCl Solução de CaCl2 a 10% Pedacinhos de sabão |
3.2. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Parte I: Reação de Saponificação
1. Colocar em um béquer 2 mL de óleo de soja;
2. Adicionar 10 mL de uma solução etanólica de NaOH 10%;
3. Aquecer a mistura em banho-maria à 80oC até que a fase líquida desapareça e seja formada uma camada levemente endurecida;
4. Acrescentar 20 mL de água destilada e agitar até a dissolução completa do sabão (talvez seja preciso aquecer levemente a mistura).
5. Observe o que aconteceu e anote os resultados.
Parte II: Formação de sabão insolúvel
1. Numerar três tubos de ensaio e proceda de acordo com a tabela abaixo:
[pic 3]
* Se necessário, leve a mistura (sabão) obtida na parte I novamente ao banho-maria para dissolução.
2. Agite a mistura por alguns instantes e a deixe em repouso por alguns minutos;
3. Observe o que aconteceu e anote os resultados.
Parte III: Estabilização de uma emulsão
1. Numerar dois tubos de ensaio e proceda de acordo com a tabela abaixo:
[pic 4]
2. Agitar vigorosamente os tubos por inversão na centrifuga por 4 minutos;
3. Observe e anote os resultados logo após a agitação;
4. Deixar em repouso por 10 minutos e anotar os resultados.
Questões: 1- Escrever a equação de reação de hidrólise dos glicerídeos.
2- Explicar o que acontece em cada uma das experiências.
PRÁTICA 2. EXTRAÇÃO DO PARACETAMOL PARTINDO DO TILENOL
[pic 5]
1. INTRODUÇÃO
PARACETAMOL (Acetato de p-aminofenol)
As primeiras observações sobre as propriedades analgésicas e antipiréticas do paracetamol foram feitas ainda no século passado, quando muitas drogas alternativas estavam sendo testadas no combate à febre e no tratamento de infecções. Das folhas da Cinchona eram extraídos as quininas; os salicilatos eram extraídos do Willow. Como as fontes naturais começaram a ser pequenas para a grande demanda de medicamentos, novos substitutos sintéticos começaram a ser experimentados.
Em 1886 a acetanilida e em 1887 a fenacetina: duas novas drogas foram introduzidas no mercado, com vantagens sobre a quinina, pois possuíam atividades piréticas juntamente com atividades analgésicas! Em 1893 um novo composto, paracetamol, foi sintetizado: este também tinha notáveis propriedades antipiréticas e analgésicas!
Tanto a acetanilida, a fenacetina, e o paracetamol pareciam ter exatamente o mesmo efeito sobre o organismo. Em 1895 foi constatada a presença de paracetamol em pacientes que haviam ingerido fenacetina; em 1889, em pacientes que haviam ingerido acetanilida. Somente em 1948, entretanto, foi que Brodie e Axelrod constataram que paracetamol era o maior metabólito da fenacetina e da acetanilida; este trabalho levou a conclusão de que tanto a acetanilida e a fenacetina são convertidas ao paracetamol, no organismo, sendo que esta é a substância com efeito analgésico e antipirético! Mais tarde verificou-se que a fenacetina também exerce efeito farmacológico, mas, como praticamente toda a fenacetina é convertida ao paracetamol na primeira passagem pelo fígado, o efeito farmacológico da fenacetina só é obtido com doses extremamente altas.
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