Engenharia
Por: mk446 • 1/9/2015 • Relatório de pesquisa • 1.721 Palavras (7 Páginas) • 217 Visualizações
O prefácio de Gilberto Freyre inicia dando a definição do que é engenhar (inventar, engendrar, maquinar) para associar a definição de engenharia (arte de aplicar conhecimentos científicos ou empírico à criação de estruturas a serviço do homem) a partir dessa definição ele expõe que a engenharia age como arte e ciência, pois ela através de dispositivos e processo transforma recursos seja naturais ou humanos adequando-os ao atendimento da necessidade do homem. As invenções estão a serviço do homem ou a serviço do seu físico ou as relações entre seu físico e a natureza. A engenharia além de ajustar o homem a suas criações serve também como lazer, devoção e recreação, dentro da concepção de engenharia humana, já na engenharia social a engenharia é vista como qualquer conhecimento que crie ou aperfeiçoe as estruturas sociais ou as formas de convivência social.
As três engenharias estão presentes em diversas situações brasileiras sendo que o autor cita, a divisão do Brasil em capitanias (engenharia social), primeiros fortes militares (engenharia física) e adaptar as redes de dormir à forma do corpo europeu (engenharia humana). A engenharia física pode virar engenharia humana e esta pode se expressar como engenharia social podendo ser usada para interpretar as realizações do homem ou grupos humanos dentro de um espaço. As engenharias se completam para desenvolver o homem, dentre as três engenharias a mais indubitável é a física, pois se manifesta em construções e coisas técnicas e a relação dessas coisas e construções com o homem gera a engenharia humana. A interação entre os homens é da responsabilidade da engenharia social.
Gilberto escreve que a função da engenharia social é criar formas e estilos de convivência social, a engenharia humana é adaptar o espaço, equipamento e ambiente de trabalho ao uso humano e a engenharia física é equivalente a mecanização. Gilberto valoriza a característica regional para a engenharia pois deve-se levar em conta todos os aspectos para uma construção e a partir desse ponto ele questiona a construção de Brasília que levou em conta quase exclusivamente a engenharia física e arquitetura estética, pois não foram consultados engenheiros humanos e sociais. Na construção de Brasília não foi levado em conta a regionalidade, não fizeram áreas de lazer e diversão. Ele finaliza o prefácio dizendo que a engenharia social vêm partindo de várias conceituações originais de operação econômica ou social.
Na introdução Freyre afirma que o homem moderno é um conjunto de vários homens sociais que para obterem sucesso precisam se ajustar ao espaço, tempo e ao grupo que pertencem. O homem é um ser condicionado e que precisa atender esses condicionamentos e para conseguir atender esses o homem precisa ser situacional, existencial, ecológico e concreto.
Freyre critica o técnico da seleção brasileira por uma resposta dado a um evento que a professora Cecília Westphalen promoveu, essa crítica se fundamentava que não deveria tentar transformar o brasileiro no europeu pois eles presenciam diferentes situações psicossociais, e essa crítica não se detêm apenas ao técnico da seleção mas a políticos, empresários, sacerdotes e outros líderes justamente por serem deficientes na compreensão das situações exclusivas brasileiras. Quando qualquer ciência social é considerada sob critérios situacionais, sua aplicação a situações reais torna-se engenharia no seu sentido literal e para resolver esse problema vai precisar do uso das três engenharias. A física para informar sobre problemas nas construções que tenham implicações sociais; a engenharia humana vai informa sobre as relações socioantropológicas entre os homens e equipamento técnicos para muitos usos e a engenharia social vai ajudar a solucionar problemas sociais. O professor Michael, diz que há uma tendência para uma crescente manipulação do homem, com base nos modernos aperfeiçoamentos da tecnologia médica que age como engenharia física e humana e tem como consequência à engenharia social.
A notável avanço na engenharia física e humana o que gera também na engenharia social, o homem está começando a se tornar quantificável. A manipulação do comportamento humano tem sido usada para os mais diversos fins (educacionais, culturais, comerciais, ideológicos, políticos, etc). As três engenharias estão ligadas aos destinos do homem atual, dentro dessa frase surge a dúvida o homem é senhor absoluto das engenharias ou seriam as três engenharias donas arbitrárias do homem.
Uma reunião nos Estados Unidos “Mudança tecnológica no contexto dos valores sociais” nessa reunião foram abordados temas como o respeito aos valores pelas tecnologias e economias invasoras e como essas invasões afetam a população. Daí surgiu que deve haver a necessidade de que os valores sejam preservados nesses incrementos tecnológicos e econômicos. Os problemas que mais assolam na verdade são os embates entre as engenharias: a social desempenha o papel conciliador ou harmonizador já a engenharia física vai desenvolver a área tecnológica e a engenharia humana resguardará os valores humanos.
Gilberto comenta os problemas da Amazônia que igual Brasília só levou em conta a engenharia física esquecendo da social e humana, JK quando projetou Brasília não chamou geógrafos, sociólogos, antropólogos, psicólogos esquecendo das necessidades das pessoas.
O primeiro capítulo Gilberto começa escrevendo sobre a engenharia humana que tem por função cuidar da relação entre o homem e as tecnologias principalmente se voltando a adaptação do homem a tecnologia e vice-versa levando-se em conta além da biologia e da fisiologia, as formas de corpo dos homens. As engenharias social e física devem dar atenção a essa engenharia comentada anteriormente pois podem fracassar. Para a engenharia humana não existe um tipo de médio homem porquê em cada região do mundo há diversas características que diferenciam os homens, assim há a formação de diversos homens médios e o engenheiro humano deve levar em conta, essas características que diferenciam os homens, em seus projetos. Gilberto Freyre cita como exemplo, a falta de observação as características que diferenciam os homens, os carros pois eles são adaptados as condições do homem europeu como se a realidade brasileira e europeia fossem as mesmas.
Gilberto F. crítica a modernidade e o progresso, pois começaram a esquecer o homem. Em virtude da modernidade e progresso Weber falava que haveria um “processo de racionalização” que se referia ao impacto causado pelas transformações e reorientações de vivência e convivência humana, como resultado do uso da ciência. Gilberto destaca que os problemas da condição do homem chamam a atenção em 1940 acompanhado dos avanços da mecanização e dá boas notícias aos Brasil fazendo previsão de que o número de engenheiros aumentará por causa das “indústrias científicas”.
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