Principais Percursores na Área de Corantes e Tintas
Por: Emidio Inocencio amado • 9/11/2018 • Trabalho acadêmico • 2.334 Palavras (10 Páginas) • 187 Visualizações
Principais percursores na área de corantes e tintas
Introdução
Neste presente trabalho da cadeira de História de Química tem como tema ‶Principais percursores na área de corantes e tintas″. De modo geral a área dos corantes provavelmente é a mais conservadora do sector de placas cerâmicas, pois quase todo pigmento e matriz são conhecidos há décadas. Neste âmbito houve a necessidade de trazer alguns conceitos sobre os respectivos corantes e tintas para uma melhor percepção. O grupo dará uma síntese, ou seja, breve historial dos percursores dessa área de corantes e tintas.
Principais percursores na área de corantes e tintas
Corantes
Primeiramente antes de falar sobre os principais cientistas que contribuíram na área de corantes e tintas o grupo dará uma breve definição sobre corantes e tintas.
Um corante é toda substância que, se adicionada a outra substância, altera a cor desta. Pode ser uma tintura, pigmento, tinta ou um composto químico (MAAR, 2008. p.277).
Num sentido mais estrito, corantes são substâncias compostas e compostos químicos, tanto naturais (e suas modificações) quanto sintéticos, relativamente definidos e até puros normalmente aplicados na forma de suas soluções, tanto em água quanto em outros solventes, destacadamente o etanol, que se fixam de alguma maneira, predominantemente por fenómenos em escala molecular a um substrato, que pode ser um tecido (têxtil), papel e outros derivados de celulose, cabelo humano e pêlos de animais, couro e diversos materiais (MAAR, 2008. p.277).
Dentro de um conjunto de requerimentos ideais, as substâncias corantes devem ser estáveis à luz, especialmente a ultravioleta e aos processos de lavagem e à acção da água, como da chuva. Também devem apresentar fixação uniforme com as fibras do substrato.
No período anterior à metade do século XIX, os corantes eram quase sempre isolados de fontes naturais, de origem principalmente animal ou vegetal. Naturalmente, as propriedades de muitas destas substâncias estavam longe do ideal e este fato, juntamente com a indisponibilidade comercial das fontes de suprimento, encorajaram a busca por corantes sintéticos com propriedades superiores. O curioso, entretanto, é que o primeiro corante sintético a ser produzido comercialmente foi descoberto por acaso.
Tintas
De ponto de vista de MAAR (2008, p.73) afirma que Tinta é a dispersão de um ou mais pigmentos num veículo (resina), que quando aplicada numa camada adequada forma um filme opaco e aderente no substrato. A tinta tem a função de proteger e embelezar as superfícies contra a acção do sol, chuva, e outros agentes.
Os componentes básicos de uma tinta são veículos, pigmentos, solventes e aditivos. De modo geral uma tinta de boa qualidade apresenta as seguintes características: estabilidade, facilidade de aplicação, rendimento e cobertura.
Principais percursores
- Teofrasto de Ereso (372 a.C – 287 a.C): ele contribuiu basicamente sobre tintas na antiguidade.
Breve Historial: foi um filósofo da Grécia Antiga, sucessor de Aristóteles na escola peripatética. Era oriundo de Eresos, em Lesbos, seu nome original era Tirtamo, mas ficou conhecido pela alcunha de 'Teofrasto', que lhe foi dada por Aristóteles, segundo se diz, para indicar as qualidades de orador.
Depois de ter recebido uma primeira introdução à filosofia em Lesbos, de parte de um Leucipo ou Alcipo, foi para Atenas e conseguiu integrar-se como membro do círculo platónico. Depois da morte de Platão, ligou-se a Aristóteles e provavelmente acompanhou-o a Estagira: a amizade íntima de Teofrasto com Calistenes, o aluno e companheiro de Alexandre Magno, a menção no testamento a uma quinta em Estagira e os repetidos apontamentos sobre a cidade e os museus na História das Plantas são factos que levam a esta conclusão.
Aristóteles, no testamento, nomeou-o como tutor dos filhos, legando-lhe a biblioteca e os originais dos trabalhos e designando-o como sucessor no Liceu, quando se mudou para Cálcis. Eudemo de Rodes também alude a esta situação e diz-se que Aristóxeno ficou ressentido com esta decisão de Aristóteles. Teofrasto presidiu à escola peripatética durante trinta e cinco anos e morreu em 287 a.C.. Sob a direcção, a escola floresceu admiravelmente chegando a ter em torno de 2000 estudantes e quando Aristóteles morreu, Teofrasto adquiriu um jardim próprio, com a ajuda de seu amigo íntimo Demétrio de Faleros. Uma das frases do Teofrasto foi “Se és ignorante, comporta-te prudentemente, mas se tens educação, comporta-te estultamente”
- Marcos Vitrúvio Polião (sec I a.C): mencionou tintas naturais (ocre, carbonato de cobre, cinábrio, verdete, púrpura e ísate), e tintas obtidas por transformações químicas de outras tintas naturais (o aquecimento de ocre torna - o vermelho).
Breve Historial: foi um arquitecto romano que viveu no século I a.C. e deixou como legado a obra "De Architectura" (10 volumes, aprox. 27 a 16 a.C.), único tratado europeu do período grego-romano que chegou aos nossos dias e serviu de fonte de inspiração a diversos textos sobre Arquitectura e Urbanismo, Hidráulica, Engenharia, desde o Renascimento.
Os seus padrões de proporções e os seus princípios conceituais - "utilitas" (utilidade), "venustas" (beleza) e "firmitas" (solidez) -, inauguraram a base da Arquitectura clássica.
- Jean Antoine Claude Chaptal ( 1756 – 1832 d.C.): contribuiu de cores encontradas em pompeia (1809).
Breve Historial: foi um eminente químico francês, médico, agrónomo, industrial, estadista, educador e filantropo. Sua carreira multifacetada se desenrolou durante um dos períodos mais brilhantes da ciência francesa. Antoine Lavoisier, Claude-Louis Berthollet, Louis Guyton de Morveau, Antoine-François Fourcroy e Joseph Gay-Lussac. Chaptal fez o seu caminho para esta empresa elite em Paris Começando na década de 1780, e estabeleceu suas credenciais como um cientista sério definitivamente com a publicação de seu primeiro grande tratado científico ‶os elementos químicos″. Seu tratado trouxe o termo "nitrogénio" à nova nomenclatura química revolucionária desenvolvida por Lavoisier. Em 1795, na recém-criada École Polytechnique, em París, Chaptal compartilhou o ensino de cursos de química pura e aplicada com Claude-Louis Berthollet, o decano da ciência. Em 1798, Chaptal foi eleito membro da prestigiosa Seção de Química no The France Institute. Ele se tornou presidente da seção em 1802, pouco depois de Napoleão nomeado Ministro do Interior (6 de novembro de 1800). Chaptal foi uma figura chave na industrialização inicial na França sob Napoleão e durante a Restauração dos Bourbon. Ele foi fundador e primeiro presidente em 1801 da importante Sociedade para o Incentivo da Indústria Nacional e um dos principais organizadores de exposições industriais realizadas em París em 1801 e nos anos seguintes. Ele compilou um estudo valioso, da indústria francesa (1819), pesquisando as condições e necessidades da indústria francesa no início do século XIX. Chaptal foi especialmente forte na ciência aplicada. Começando no início dos anos 1780, ele publicou um fluxo contínuo de ensaios sobre Tais coisas práticas como ácidos e sais, alumínio, enxofre, cerâmica e produção de queijo, beterraba de açúcar, fertilizantes, branqueamento, desengorduramento, pintura e tingimento. Como um químico industrial, ele era um grande produtor de ácidos clorídricos, nítrico e sulfúrico, e era muito procurado como consultor técnico para a fabricação de pólvora. Sua reputação como um mestre da ciência aplicada, dedicado a usar as descobertas da química para o benefício da indústria e da agricultura. Também ele contribuiu na Química aplicada às artes (1806), obras que se basearam na química teórica de Lavoisier para revolucionar a arte de fazer vinho na França. Seu novo procedimento de adição de açúcar ao teor alcoólico final dos vinhos passou a ser chamado de "chaptalização". Em 1802, Chaptal comprou o Chateau de Chanteloup e seus extensos terrenos em Touraine, perto de Amboise. Ele criou ovelhas merino e experimentou em seus últimos anos uma fazenda modelo para o cultivo de beterraba sacarina. Ele escreveu seu clássico estudo sobre a implementação dos princípios científicos para o cultivo da terra, os produtos químicos na agricultura (1823) e política significativa compôs seu livro de memórias, minhas memórias de Napoleão (1893). Napoleão nomeado Conde Chaptal do Império (1808) e Conde de Chanteloup (1810). Em 1819 ele foi nomeado por Luís XVIII para a Câmara dos Pares da Restauração.
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