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Roteiro de Práticas Experimentais Química Orgânica

Por:   •  15/12/2022  •  Artigo  •  942 Palavras (4 Páginas)  •  135 Visualizações

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INTRODUÇÃO

A produção de sabão é uma das reações mais antigas que podemos imaginar. Não se sabe quem a inventou, mas acredita-se que a descoberta foi por acidente quando, ao ferverem gordura animal contaminada com cinzas, uma espécie de "coalho" branco flutua sobre a mistura. Os primeiros registros de um material semelhante ao sabão atual foram encontrados em uma placa de argila de aproximadamente 2800 a.C, na região da antiga Babilônia, que hoje corresponde à região do Iraque.

De acordo com uma antiga lenda romana, o sabão tem a sua origem no Monte Sapo, onde eram realizados sacrifícios de animais em pilhas crematórias. As cinzas escorriam na madeira queimada do altar até a proximidade dos rios onde as mulheres iam lavar roupas. A verdade é que o processo de produção do sabão não é tão diferente do que conta a lenda. A reação de saponificação é conhecida como a reação que forma o sabão. De forma geral, a reação ocorre quando um éster na presença de uma base forte alcalina, (NaOH) ou (KOH) tais como as cinzas dos animais de Monte Sapo, é hidrolisado de forma a produzir uma molécula de ácido carboxílico e um ânion alcóxido, que dão origem ao par ânion carboxilato que reagem e formam um sal denominado sabão e um álcool denominado glicerina (FOGAÇA, 2016).

Como é representada no Esquema 1:[pic 1]

Fonte: Apostila de Química - Roteiro de práticas experimentais Química Orgânica ll, 2022.

A reação ocorre com a presença de lipídeos, que são os óleos e gorduras, insolúveis em água. Dentre os principais lipídeos, encontram-se os triglicerídeos. Essas substâncias são formadas a partir da junção de uma molécula de glicerol e três moléculas de ácidos graxos (ácidos carboxílicos de cadeia longa) e, dessa forma, quando as mesmas sofrem hidrólise em meio básico, produzem glicerol e uma mistura de sais de ácido carboxílico. Assim como mostra a imagem a seguir:

[pic 2]

Fonte: Autor desconhecido.

Esses sais de ácidos graxos são popularmente conhecidos como sabões e, consequentemente, a reação de formação dos mesmos, é a saponificação.

Como a molécula tem uma cadeia carbônica longa, apresenta uma ponte apolar (cauda hidrofóbica) que interage com gorduras, e uma ponta polar (cabeça hidrofílica), que interage com substâncias polares como a água, sendo assim, são moléculas anfifílicas, ou seja, apresentam duas regiões de polaridade distintas, o significa que o sabão forma micelas de gordura em água, promovendo a limpeza. A molécula de sabão é vista da maneira a seguir:

[pic 3]

Fonte: Autor desconhecido.

Alguns dos grandes acontecimentos importantes para a história do sabão foi quando, em 1791, o químico francês Nicolas Leblanc (1742-1806) registrou um método de produção de carbonato de sódio a partir da salmoura, uma solução de água saturada de sal (geralmente de cloreto de sódio ou outros sais), permitindo grande oferta de um alcalino de baixo custo para a fabricação de sabão. Com o passar dos anos e buscando processos mais evolutivos para a produção de sabão, Michel Eugéne Chevreul, que também foi um químico francês, (1786-1889) descobriu a composição química das gorduras em experiências realizadas para estudar as reações químicas envolvidas na produção de sabão. Os estudos foram se aprimorando e o químico belga Ernest Solvay (1838-1922) criou o processo de obtenção da soda cáustica a partir do processo de produção de carbonato de sódio utilizando amônia, menos poluente e mais barato que o de Leblanc.

Todas essas descobertas científicas, junto com a revolução industrial do século XIX, tornaram possível o desenvolvimento da produção de sabão. A química dos produtos de saboaria ficou basicamente a mesma até 1916, quando surgiu na Alemanha o primeiro detergente sintético ou tensoativo. O desenvolvimento desse tipo de agente de limpeza ocorreu principalmente a partir da Segunda Guerra Mundial, e foi importante para o desenvolvimento de novos compostos com capacidade não apenas de limpeza, mas também de formação de emulsões, espumas, entre outros efeitos.

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