Temas Estruturadores para o Ensino de Química
Por: Lys Souza • 3/2/2017 • Trabalho acadêmico • 1.800 Palavras (8 Páginas) • 523 Visualizações
DISCENTE : Lyslie de Jesus Souza Ribeiro
CURSO : Licenciatura em Química PERÍODO : 2016.2
DISCIPLINA : Temas Estruturadores para o Ensino de Química II
FICHAMENTO BIBLIOGRÁFICO | Nº 01 |
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: BRASIL. MEC. Secretaria da Educação Média e Tecnológica. Orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros curriculares nacionais: ensino médio (Parte III), 1999, p. 87-110. | |
RESUMO: O PCNEM trata-se de uma proposta de ensino de Química distante dos métodos tradicionais adotados anteriormente, nos quais a aprendizagem se fundar-se na memorização de informações e conteúdos científicos, que não apresentava para os alunos alguma finalidade prática. Em contrapartida, o PCNEM anseia que o educando compreenda de maneira significativa, as transformações químicas que ocorrem nos processos naturais e tecnológicos no seu cotidiano. Por conseguinte, a Química é apresentada em três pilares: transformações químicas, materiais e suas propriedades e modelos explicativos. Para o professor, deve ser fundamental os questionamentos quanto escolher o que ensinar, a quem ensinar e como ensinar, de forma que as escolhas sobre o que ensinar sejam norteadas em temas relevantes que beneficiem a compreensão do mundo natural, social, político e econômico. O programa aborda as competências necessárias para o Ensino de Química, através da exibição de nove temas estruturadores. Dentro desses temas, são apresentadas diversas unidades didáticas, nas quais o professor poderá organizar o trabalho escolar e ainda, através dos PCNs adotar estratégias para promover uma excelente relação de ensino aprendizagem. | |
CITAÇÕES: Competências em Química As orientações educacionais abordam as competências em química onde é apresentado o objetivo do ensino. Compete ao educando ao estudar química e ciências afins dominar a parte conceitual da disciplina, que envolve simbologia matemática, nomenclaturas, classificações e definições de conceitos próprios da Química, que seja apto a produzir textos informais e científicos, de forma a expor suas ideias em comparação a leis e modelos teóricos associados a matéria, e principalmente que o aluno possa aplicar o conhecimento disciplinar em seu cotidiano. Os PCN propõem a reorganização dos conteúdos. Para isso levam em consideração o contexto social dos alunos, isto é, seus costumes e tradições pessoais, conhecimento que o aluno já possui, chamado de “saber social” e a relação destes com os acontecimentos diários na sociedade. A ideia é partir de situações reais, gerar uma problemática e junto com o aluno buscar o conhecimento para resolvê-las. Desta forma o aluno é convidado a expor seus conhecimentos. Por esta razão são sugeridos nove temas estruturadores, onde é possível desenvolver problemas sociais e contextualizá-los nos conteúdos específicos da disciplina. Em cada tema estruturador são recomendados modelos de unidades didáticas para serem seguidas e aperfeiçoadas pelo discente. Temas Estruturadores O primeiro tema estruturador é Reconhecimento e caracterização das transformações químicas. Neste tema a química é apresentada de maneira observável e concreta, considerando a visão macroscópica do mundo físico. Desta forma é possível trabalhar com exemplos reais e perceptíveis para facilitar a aprendizagem. Nas unidades didáticas são abordadas as transformações químicas no dia-a-dia, as relações quantitativas de massa e ainda, reagentes, produtos e suas propriedades. O segundo tema estruturador, Primeiros modelos de constituição da matéria, propõe que o aluno reconheça e caracterize as transformações químicas, conheça os modelos explicativos e os fenômenos envolvidos, através do estudo da evolução das ideias sobre a constituição da matéria. Este trabalho é abordado pelas unidades temáticas: Primeiras ideias ou modelos sobre a constituição da matéria; Representação de transformações química; Relações quantitativas envolvidas na transformação química. O terceiro tema, Energia e transformação química, enfoca a construção de uma visão mais compreensiva sobre a “produção” e o “consumo” de energia nas transformações químicas, desde os aspectos conceituais até aspectos sociais que envolvem a produção e uso de energia nos sistemas naturais e tecnológicos. As unidades temáticas apresentadas são: Produção e consumo de energia térmica e elétrica nas transformações químicas; Energia e estrutura das substâncias; Produção e consumo de energia nuclear. A abordagem do quarto tema é Aspectos dinâmicos das transformações químicas. Pretende-se desenvolver no aluno a capacidade de identificar transformações químicas através da percepção de mudanças associadas a dada escala de tempo, incluir e empregar modelos explicativos para reescrever conceitos e ideias sobre fatos químicos, selecionar e utilizar materiais e equipamentos para realizar cálculos, medidas e experimentos, articular e integrar a Química a outras áreas de conhecimento. As unidades temáticas são Controle da rapidez das transformações no dia-a-dia e Estado de equilíbrio químico. O quinto tema, Química e atmosfera, estuda a composição química da atmosfera, desde sua origem até os tempos atuais, passando-se em seguida a discutir os recursos materiais extraídos da atmosfera e suas transformações na obtenção de outros produtos importantes para suprir necessidades humanas. As unidades temáticas são: Composição da atmosfera, A atmosfera como fonte de recursos materiais, Perturbações na atmosfera produzidas por ação humana, Ciclos biogeoquímicos na atmosfera. O sexto tema estruturador, Química e hidrosfera, aborda as diferentes águas naturais como recurso e fonte de materiais para a sobrevivência, da interação da hidrosfera com as matérias viva e inanimada, o ciclo da água na natureza, bem como os problemas de diferentes naturezas causados pela intervenção humana e por fenômenos naturais. As unidades temáticas são: Composição da hidrosfera; Água e vida; A hidrosfera como fonte de recursos materiais; Perturbações na hidrosfera produzidas por ação humana; O ciclo da água na natureza. O sétimo tema estruturador, Química e litosfera, caracteriza o solo e o subsolo, apresentando como fonte de recursos materiais para a sobrevivência. O uso desses recursos pressupõe o conhecimento da composição e das propriedades do solo e dos processos de produção dos materiais dele provenientes. Assim como nos demais temas, merecem importância os problemas de natureza ambiental, social, econômica e política decorrentes da produção, do uso e do descarte de materiais, e de outras intervenções naturais sobre a litosfera. As unidades temáticas são: Composição da litosfera; Relações entre solo e vida; A litosfera como fonte de recursos materiais; Perturbações na litosfera; Ciclos biogeoquímicos e suas relações com a litosfera: oxigênio, nitrogênio, água e gás carbônico; Reconhecer a participação da litosfera nos ciclos do nitrogênio, oxigênio, gás carbônico e água, para compreender e avaliar as transformações químicas nela ocorridas. O oitavo tema, Química e biosfera, propõe-se o estudo dos compostos orgânicos de origem vegetal e animal como fontes de recursos necessários à sobrevivência humana: suas composições, propriedades, funções, transformações e usos. As unidades temáticas são: Química e vida; Os seres vivos como fonte e alimentos e outros produtos; Os materiais fósseis e seus usos; Perturbações na biosfera; Ciclos biogeoquímicos e suas relações com a biosfera. O último tema estruturador aborda Modelos quânticos e propriedades químicas, onde apresenta a teoria quântica desenvolvida nas primeiras décadas do século 20, incluída a compreensão da constituição e das interações nucleares, permite uma visão mais completa das ligações e propriedades químicas e das constituições isotópicas. As unidades temáticas são: Radiações e modelos quânticos de átomo; Modelagem quântica, ligações químicas e propriedades dos Materiais; Constituição nuclear e propriedades físico-químicas.
Organização Escolar A partir da apresentação dos Temas Estruturadores, o PCNEM, apresenta sequencias onde o entendimento da transformação química se dá em níveis de complexidade crescente, com conteúdos básicos que favorecem uma visão ampla da Química. Os temas não são sequenciais e podem ser organizado segundo o projeto pedagógico da escola e do professor, sendo muito mais que uma lista de conteúdo a ser seguida. Sendo que o entendimento da transformação química é ampliado, em cada um deles, possibilitando uma visão mais integrada do mundo físico, natural e construído. É importante que se ressalte que se trata de propostas flexíveis, a título de exemplo, que podem ser adotadas na escola segundo suas condições e interesses. Outras opções são possíveis, e o mais importante é garantir que haja um entendimento coletivo dos professores de Química, em conjunto com os das demais disciplinas, acerca de um programa que seja adequado à escola, tendo em vista seu projeto pedagógico comum e o desenvolvimento das competências almejadas. Estratégias para a ação É relevante nesse processo contemplar ações didáticas, pedagógicas, culturais e sociais, como por exemplo a disposição física da sala de aula, envolver a comunidade escolar e sua vizinhança. É importante diversificar as formas de conduzir uma aula e as atividades em classe, os meios e recursos didáticos, os projetos disciplinares e interdisciplinares, as formas de avaliação, entre outros. É muito importante também priorizar as atividades experimentais, de forma a melhorar a aprendizagem no ensino de química. Qualquer que seja a atividade deve-se a observação, a formulação de questionamentos e estratégias para respondê-los, como a seleção de materiais, instrumentos e procedimentos adequados, da escolha do espaço físico e das condições de trabalho seguras, da análise e sistematização de dados. | |
CONCLUSÕES: As competências desenvolvidas no ensino de Química deverão capacitar os alunos a tomarem suas próprias decisões em situações problemáticas, contribuindo assim para o seu desenvolvimento pessoal e como cidadão. Desta forma, há necessidade de se reorganizar os conteúdos químicos ensinados, e adequar as metodologias de ensino. As atividades experimentais também devem ser empregadas, mas não apenas como confirmação dos conteúdos, mas para aperfeiçoar a aprendizagem e incentivar a pesquisa e os questionamentos. O ensino de química deve ser trabalhado de forma que estimule o aluno a questionar, criticar, pensar, pesquisar, investigar, produzir, solucionar. Para que isso ocorra, o aluno precisa ser convidado a participar da aula, que seja gerada uma troca de conhecimentos na relação professor-aluno, pois cada um traz consigo algum conhecimento, que precisa ser compartilhado e ampliado. O aluno precisa reconhecer o objetivo do que está sendo estudado, qual a sua utilização prática na sociedade, de que forma aquele conhecimento interfere na sua vida. | |
COMENTÁRIO: Os PCNEM foram elaborados para orientar a prática docente fazer uma reestruturação curricular. Entretanto são pouco discutidos nas escolas, e há pouco envolvimento dos professores em adotá-lo. A proposta aparentemente promove um avanço na educação, porém a eficiência em executar esses parâmetros não está apenas na posição do professor em colocar o aluno como protagonista, o incentivando a pesquisar, participar, pensar e resolver problemáticas. A excelência do projeto depende também de questões estruturais das escolas, atualização dos livros didáticos, carga horária limitada para exposição de conteúdos extensos, contexto social do aluno, interação da família do aluno com a escola, e principalmente das questões políticas. Para o professor compete a tarefa de romper as barreiras da sala de aula, superar essas dificuldades, adotando as sugestões da reforma curricular, e apesar da realidade não ser favorável fazer com que a relação de ensino-aprendizagem seja privilegiada. |
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