Uso da cisplatina no tratamento de câncer
Por: Regiane Gomes • 6/9/2017 • Trabalho acadêmico • 1.838 Palavras (8 Páginas) • 458 Visualizações
Complexo no tratamento de câncer
A UTILIZAÇÃO DO COMPLEXO INORGÂNICO CIS-DIAMINODICLOROPLATINA II (CIS- [Pt(NH3)2Cl2]) NO TRATAMENTO DO CÂNCER.
Josivaldo Godinho de Sousa1, Regiane Vieira Gomes2.
Instituto de Ciências da Educação (ICED) - Unidade Rondon
Universidade Federal do Oeste do Pará – UFOPA
Avenida Marechal Rondon, s/n – Caranazal - Santarém, Pará - CEP 68040-070.
Resumo:
A aplicação terapeutica do cis-[Pt(NH3)2Cl2] revolucionou o tratamento de vários tipos de câncer. Diante disso, este trabalho objetiva analisar as propriedades dos compostos inorgânicos, introduzidos artificialmente como agentes terapeuticos no organismo. Além da sua eficiência dentro da técnica empregada no tratamento de câncer, mediante a analise literaria em artigos e revistas cientificas. De acordo com as analises efetuadas, podemos perceber que o cis-[Pt(NH3)2Cl2], possuem propriedades especifícas que contribuem para a eficiência do seu mecanismo de ação junto ao DNA, inibindo a replicação de células cancerigenas. Tal descoberta favoreceu o surgimento de outra linhas de pesquisas que visam aprefeiçoar as técnicas que empregam o uso de compostos inorgânicos para fins farmacológicos, bem como, a minimização dos seus efeitos colaterias e secundários.
Palavras-chave: complexos de platina, propriedades, tratamento de câncer.
1 Introdução:
O câncer é uma das doenças mais devastadoras da atualidade, constituindo a segunda maior causa de mortes nos países industrializados depois das doenças cardiovasculares. Segundo o Ministério da Saúde, o câncer é responsável por mais de 12% de todas as causas de óbito no mundo, mais de sete milhões de pessoas morrem anualmente da doença.
De acordo com o Ministério da Saúde, a explicação para este crescimento está na maior exposição dos indivíduos a fatores de risco cancerígenos. A redefinição dos padrões de vida, a partir da uniformização das condições de trabalho, nutrição e consumo desencadeado pelo processo global de industrialização, tem reflexos importantes no perfil epidemiológico das populações.
Recentemente as pesquisas estão sendo bastante voltadas para utilização dos metais em beneficio da saúde, inclusive no tratamento de vários tipos de câncer. Sendo desviada da sua aplicação habitual na economia, principalmente na indústria metalúrgica, na criação de ligas metálicas tornando-as mais fortes e resistentes (SHRIVER et al, 2008).
Dentre as descoberta realizada, uma de grande relevante é sobre os complexos de platina e suas aplicações terapêuticas, como por exemplo, O complexo cis–diaminodiclo-roplatina (II), cis [Pt(NH3)2Cl2], de nome comercial “cisplatina”, começou ser introduzido na quimioterapia do câncer, a partir de 1978 representando um marco na história da Química Inorgânica Medicinal, constituibuindo no tratamento de diversos tipos de tumores.
Desde então, vem se desenvolvendo intensas pesquisas na busca por novos complexos metálicos que também apresentassem atividade antitumoral, o que levou à descoberta de outros complexos de platina que atualmente são utilizados em clínica médica.
Neste sentido, que o presente trabalho visa analisar as propriedades dos compostos inorgânicos provenientes de interações entre íons metálicos e biomoléculas, introduzidos artificialmente no organismo. Além da eficiência, desses agentes dentro da técnica empregada no tratamento de câncer.
2 Metodologia:
Este trabalho resultou-se de uma revisão bibliográfica sobre os complexos de platina utilizados no tratamento de câncer, tendo por base a literatura disponível. Dessa forma, considerou-se neste, as análises sobre as recentes descobertas e aplicações no campo da terapia oncológica.
3 Resultados e Discussão:
3.1 Uma breve contextualização sobre o complexo da cisplatina
O estudo de complexos metálicos para uso na quimioterapia teve grande impulso de-pois da descoberta das propriedades antitu-morais do cis-diaminodicloroplatina(II), cis-[Pt(NH3)2Cl2], conhecido na comunidade cientifica de “cisplatina”, e que é um dos compostos mais utilizados no tratamento do câncer hoje em dia. Esse complexo foi primeiramente descrito por Reiset em 1844 e, um ano após, Peyrone descreveu um outro composto com a mesma fórmula molecular. Werner em 1893 propôs que os dois compostos eram isômeros: o complexo de Peyrone correspondia à forma cis (Figura 1) de Reiset correspondia ao isomer trans (Figura 2).
Figura 1 e 2: representa as formas estruturais cis e trans do diaminodicloroplatina(II). (Fonte: FONTES, et al, 1997).
No final da década de 60, Barnet Rosenberg, um físico, descobriu as propriedades antitumorais de compostos contendo platina, ele estava estudando os efeitos do campo elétrico em uma cultura de bactérias Escherichia coli. Rosenberg observou que a divisão celular era inibida, e durante o processo, as células de E. coli, como não podiam se dividir, cresciam formando filamentos alongados.
Iniciou-se então uma busca pelos possíveis agentes responsáveis pelo fenômeno, e as pesquisas mostraram que a platina do eletrodo se dissolvia no meio de cultura, que contendo sais de amônio, para formar espécies complexas do metal. Levou-se em consideração a hipótese de formação do sal (NH4)2[PtCl6], que foi então sintetizado e testado nas mesmas condições da experiência inicial. Com as soluções recém-preparadas o fenômeno não se repetia, mas após alguns dias em repouso e expostas à luz, ao serem novamente testadas, as soluções causavam a filamentação das bactérias. Mais tarde mostrou-se que ocorria uma reação fotoquímica, ocasionando a troca de ligantes Cl por NH3 na esfera de coordenação da platina.
Foram então sintetizados os complexos cis-[Pt(NH3)2Cl4] e trans-[Pt(NH3)2Cl4], senvdo que com o composto cis repetiram-se os resultados biológicos iniciais e o composto trans se mostrou inativo.
No início da década de 70, a cisplatina começou a ser submetido a testes clínicos, inicialmente os testes eram realizados somente em pacientes terminais e posteriormente em tumores localizados, como câncer
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