A CULTURA ORGANIZACIONAL EM COLÉGIO PARTICULAR

CULTURA ORGANIZACIONAL: COMO É DESENVOLVIDA NA INSTITUIÇÃO SANTA TERESA DE JESUS

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1 INTRODUÇÃO

Compreende-se, que a globalização, o avanço tecnológico e o acesso instantâneo à informação vêm gerando transformações constantes nos cenários organizacionais. Determinada organização que possuía determinadas características em um dado momento, provavelmente devem ter mudado sua postura em nome da adaptabilidade. Por sua vez, pode haver outras organizações que mesmo em um panorama de mudanças, opta por manter a sua identidade.

Nesse sentido, compreende-se, genericamente que determinada organização, independentemente de sua tipificação, possui particularidades e valores compartilhados pelos atores que a integram que caracterizam sua identidade e a torna diferente das demais. Isto se entende por cultura organizacional.

A cultura organizacional é um sistema sociocultural, partindo da ideia de que os componentes sociais e estruturais estão completamente integrados à dimensão simbólica e ideológica da organização (HOFSTEDE, 1991).

Segundo Robbins (2005, p.375) a cultura organizacional se refere a um sistema de valores compartilhado pelos membros que diferencia uma organização das demais. Ainda segundo o autor, esse sistema é, em última análise, um conjunto de características-chave que a organização valoriza. Ou seja, nessa perspectiva, cultura organizacional diz respeito àquilo que retrata  determinada organização.

Nesse aspecto, tem-se as instituições de ensino que são organizações de extrema relevância para a sociedade, pois por seu intermédio, o indivíduo adquire conhecimento acerca das coisas atinentes sobre o convívio social.

As escolas são ambientes na qual as relações pessoais são muito intensas, pois envolve mudanças de comportamento que são guiados pela cultura cultivada na instituição, onde essa será um sistema de valores compartilhados pelos membros de uma organização e que irá diferenciá-la de outras. Diante disso, através desse estudo procurou-se responder a seguinte questão: Como a cultura organizacional influencia na realização das pessoas que estão inseridas no ambiente escolar?

Nesse viés, este estudo teve como objetivo geral identificar pela percepção de professores, pais e alunos qual a cultura organizacional preponderante na escola particular Santa Teresa de Jesus do munícipio de Santana do Livramento-RS.

Ainda, para alcançar o objetivo acima foram elaborados alguns objetivos específicos:

1. Reconhecer como as crenças religiosas e os valores cristãos da instituição são abordados.
2. Em que aspecto afeta no comportamento dos alunos que não pregam os princípios religiosos.
3. Observar perpetuações de mitos ou histórias na instituição, existência de tabus ou assuntos proibidos, normas de comportamentos explícitas e implícitas, valores emergentes do grupo e linguagens.

Em termos teóricos esta pesquisa pode trazer importantes achados no que diz respeito à cultura organizacional, pois ao se buscar bases de dados, tais como banco de dados da USP, UFRG, Web Science não encontrou-se a relação do tema com escolas particulares.

Em termos práticos, pode servir de uma referência daquilo que deve ser mantido ou alterado na gerencia da escola Santa Teresa de Jesus em Santana do Livramento.

2.1 COMO A CULTURA ORGANIZACIONAL INFLUENCIA NAS ORGANIZAÇÕES

A cultura organizacional pode ser vista como um sistema de compartilhamento de valores, ideias e crenças percebidas por seus membros, exercendo influência sobre o comportamento dos colaboradores, os quais podem contribuir ou não para o bom desempenho da organização, cada organização dedica-se e mantém sua própria cultura, por isto cada uma apresenta traços típicos e próprios (SCHEIN, 2009).

Habilidade de influenciar e direcionar pessoas por meio da comunicação, no sentido de obter resultados (FACHADA, 1998). A Capacidade de promover ações coordenadas no intuito de atingir os objetivos organizacionais (GOMES, 2000).

Segundo Dias (2003), a cultura organizacional norteia os comportamentos em meio as interações dos membros de determinada organização e tem influência nas relações de poder e como são tomadas as decisões organizacionais. A cultura organizacional também pode caracterizar o universo representativo da organização e passar a ser construída através do tempo e das interações entre seus membros, vindo a definir sua identidade (DIAS, 2003).

Cultura é um fenômeno dinâmico que nos cerca em todas as horas, sendo constantemente desempenhada e criada por nossas interações com outros e moldadas por comportamento de liderança, e um conjunto de estruturas, rotinas, regras e normas que orientam e restringem o comportamento. Quando alguém introduz a cultura no plano da organização e de seus grupos internos, pode-se ver claramente como a cultura é criada, inserida, envolvida e, finalmente, manipulada e, ao mesmo tempo, como restringe, estabiliza e fornece estrutura e significado aos membros do grupo. (SCHEIN, 2009).

Sendo assim, é possível observar que, em um ambiente onde ocorrem interações, a cultura organizacional é de suma importância, pois representa uma forma de aceitar melhor sua existência, bem como compreender o seu percurso, além de entender como ela é ampliada, sustentada e aprendida, visando cumprir os objetivos de uma empresa. Deste modo, as organizações escolares possuem características formais de cultura, onde englobam estabilidade estrutural, que mostra a identidade de seu grupo; profundidade nas manifestações culturais; extensão, que influencia todos os aspectos de como uma organização lida com seus vários ambientes e a padronização, que se torna a essência para compreender a instituição.  

2.2 ENSINO RELIGIOSO NAS ESCOLAS

Em nosso país, o ensino religioso, legalmente aceito como parte dos currículos das escolas oficiais do ensino fundamental, na medida em que envolve a questão da laicidade do Estado, a secularização da cultura, a realidade socioantropológica dos múltiplos credos e a face existencial de cada indivíduo, tornasse uma questão de alta complexidade e de profundo teor polêmico (CURY, 1993).

O ensino religioso apresenta-se hoje como uma questão para a educação brasileira, se não propriamente nova, renovada em suas determinações. Num momento em que as religiões crescentemente ocupam maiores e mais importantes espaços sociais e políticos, a ratificação legal ocorrida recentemente em diversos níveis da legislação do país, e, dentro dela, a regulamentação do financiamento público do ensino religioso representam mudança significativa nas relações entre as esferas pública e privada e também na concepção de Estado laico. (CAVALIERE, 2007).