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A Ciência Política

Por:   •  31/1/2018  •  Trabalho acadêmico  •  2.609 Palavras (11 Páginas)  •  190 Visualizações

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1. Introdução

A música de maior sucesso da banda Legião Urbana, apresentada logo no início de carreira, conhecida como o hino de uma geração de fãs: Geração Coca Cola.

É criticada e conhecida por sua ironia e estrutura simples feita para marcar não somente o governo, mas a geração jovem do momento, o capitalismo, as compras e tudo que gira em torno disso. Após a Geração da Luz, de 1970 e de Raul Seixas, nos veio os anos 80 com uma nova geração, geração essa denominada por Renato Russo, do Aborto Elétrico e da Legião, como “geração coca cola”.

O presente trabalho aborda os pontos de vista oriundos da análise da música, os aspectos nos quais levaram a composição da mesma. Apresentam-se os principais conceitos presentes na música, quais sejam capitalismo, ditadura militar, os jovens e suas ideologias da época.

Palavras chave: Música; Geração Coca Cola; Jovem; Ideologias.

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2. História

No contexto político histórico da música, sabemos que o golpe militar, que deu início a ditadura militar no Brasil, ocorreu em função de discordâncias de ideologias: o socialismo russo e o capitalismo estadunidense, consequências da bipolarização da guerra fria.

Os militares que assumiram o poder pendiam ao capitalismo, alegando que deveríamos seguir o exemplo de uma potência, como os Estados Unidos da América. E assim fizeram. Naquela época, o Brasil era praticamente um clone mal feito dos E.U.A. Até mesmo a alimentação brasileira era baseada na alimentação norte-americana. E os Estados Unidos, ao ver daquele amontoado de jovens, era um lixo.

Em 1985 marca também o fim do regime militar, e o congresso nacional aprovou uma emenda constitucional que acabava com alguns vestígios da ditadura.

3. Os anos 80 no Brasil: Aspectos Políticos e Econômicos

A década de 80 no Brasil ficou conhecida como a década perdida (do ponto de vista econômico, do crescimento e do desenvolvimento) e terminou com uma hiperinflação.

Ainda ao início dos anos 80 do século passado o Brasil vivia a ditadura militar. Porém, o presidente Ernesto Geisel, já desde o final da década de 70, acenava para a criação de condições de uma abertura política “lenta, gradual e segura”, a qual deveria levar o país, futuramente, a algum tipo ainda não claramente definido de governo civil, o que pressupunha o fim do militarismo. Ao longo da década de 80, pressões por eleições resultou no movimento de “Diretas Já”, um envolvimento cívico de várias camadas da sociedade, o qual contou com a participação de intelectuais, artistas, pessoas ligadas à igreja (e outras religiões que não a Católica), partidos políticos (que se formavam como o PT, PMDB e PSDB), entre tantas personalidades políticas.

No entanto, Tancredo faleceu em 21 de Abril de 1985 e não chegou a assumir o cargo para comandar a transição para a democracia, fato que levou José Sarney, seu vice, a assumir a presidência da República.

Do ponto de vista econômico, tínhamos herdado os altos índices de endividamento dos períodos e dos planos de desenvolvimento anteriores e enfrentávamos dificuldades para a rolagem da dívida por parte das instituições credoras. No início dos anos 80, as políticas econômicas eram do tipo ortodoxo, o que significa cortar custos do governo e aumentar a arrecadação. Com a chegada de Sarney, em 1985, as políticas começaram a se tornar heterodoxas, diferentes daquelas defendidas pelo FMI (Fundo Monetário Internacional), o qual impunha regras duras de ortodoxia econômica ao Brasil como condição para manter seus cofres abertos às necessidades brasileiras.

Outros agravantes eram os altos índices inflacionários do período e a estagnação econômica. Segundo Thomas Skydmore, “para efetuar os pagamentos da dívida externa, o governo recorria à crescente dívida pública interna e à criação de dinheiro inflacionário, o que significava que o serviço da dívida externa havia forçado o governo brasileiro a alimentar as chamas da inflação que estava crescendo...”. Por conta deste contexto econômico conturbado, houve tentativas de reforma monetária e vários planos econômicos foram adotados, como o Plano Cruzado, Plano Bresser e Plano Verão. Infelizmente, todos fracassaram ou seus resultados foram insuficientes para manter a estabilidade econômica que chegaria apenas na década de 90 nos governos Itamar e FHC. Assim, a década de 80 ficou conhecida como a década perdida (do ponto de vista econômico, do crescimento e do desenvolvimento) e terminou com uma hiperinflação.

No âmbito político, promulgou-se a Constituição de 1988, materializando-se o fim da ditadura. Thomas Skydmore, afirma que “os lobistas representando grupos esquerdistas da Igreja, o movimento sindical e a comunidade de direitos humanos foram especialmente ativos. Boa parte de seu conteúdo representava uma vitória para o ideário populista contra muitos princípios defendidos pelo governo militar”. Criou-se condições para a recuperação de uma maior participação cívica dos processos eleitorais, e na primeira eleição direta após o regime militar, Fernando Collor de Melo chegou ao poder. Venceu as eleições contra Luiz Inácio Lula da Silva com seu discurso salvacionista e moralizante ao declarar guerra aos chamados “marajás”, funcionários públicos beneficiados com altos salários e aposentadorias.

No entanto, na década seguinte, frustrou todas as expectativas nele depositadas, sofrendo o processo de impeachment. Ao final da década de 80 nem o Brasil nem o mundo eram mais os mesmos. Acabara a guerra fria e, dessa forma, ganhou corpo o modelo neoliberal de governo pelo mundo, alavancando o processo de globalização econômica. Nos anos seguintes, ampliou-se no Brasil o processo de abertura econômico como resultado de uma política internacional alinhada ao Consenso de Washington, marco fundamental da ordem mundial.

4. História da Música

Composta por volta de 1978/79, “Geração Coca Cola” é destinada a um público em específico: os jovens que nasceram na ditadura militar, viram a repressão, sentiram a estagnação e lutaram (em segredo ou não) para pôr fim ao governo tirânico dos generais. Era uma época completamente diferente da atual. O restante do mundo se dividia em dois, em uma guerra não declarada, às portas de uma possível aniquilação da vida sob o inverno nuclear. As pessoas tinham motivo para lutar e transgredir.

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