A GOVERNANÇA CORPORATIVA

GOVERNANÇA CORPORATIVA

O papel do gestor financeiro

Limeira

2016

O processo de globalização trouxe, além de outras mudanças no mundo, fortes

impactos na estrutura comercial e empresarial, que passou a ser mais dinâmica e

integrada, expandindo transações financeiras em escala global. Assim, as companhias

passaram a sofrer diversas transformações para se readequarem a esse ritmo de

crescimento cada vez mais acelerado e dinamizado.

A nova estrutura dessas empresas foi caracterizada pela separação entre

propriedade e gestão empresarial. Enquanto a estrutura organizacional delas era

pequena, os empreendedores exerciam plenamente a gestão, de modo que a

maximização de suas riquezas fosse dependente apenas dos esforços por eles

despendidos. Entretanto, o processo de globalização expandiu os negócios das

companhias, dando início a um processo de divisão da sua estrutura organizacional,

necessitando, para isso, contratar pessoas para diferentes tarefas, inclusive um

administrador para a tomada de decisões. Dessa forma, os empreendedores se tornaram

acionistas das companhias, perdendo, consideravelmente, o controle sobre elas.

Essa transformação da estrutura organizacional das empresas, que por um lado

foi muito importante para atender ao dinamismo e à expansão das mesmas, criou

também o que chamamos de “conflito de agência”. Assim, se por um lado os

administradores ganham poder para tomada de decisões das companhias, os acionistas

perdem o controle sobre elas, criando divergências no entendimento daquilo que

consideram ser o melhor a se fazer.

Neste contexto, surge o que chamamos de Governança Corporativa, um sistema

pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas,

envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria,

órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas. (INSTITUTO

BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA, 1995).

A Governança Corporativa surge, então, para alinhar os interesses dos acionistas

e administradores, dentro daquilo que é necessário à organização, preservando e

otimizando o valor econômico de longo prazo, além de facilitar seu acesso a recursos e

contribuir para a qualidade da gestão organizacional, sua longevidade e o bem comum.

Dentre os princípios básicos da Governança Corporativa, temos a Transparência,

Equidade, Prestação de Contas e Responsabilidade Corporativa.

A Transparência está associada ao desejo de expor às partes interessadas as

informações que vão além das impostas por leis e regulamentos, ou seja, as que sejam

de seu interesse. Não se restringe ao desempenho econômico-financeiro e engloba

fatores