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A Governança Cooperativa

Por:   •  6/4/2019  •  Ensaio  •  1.461 Palavras (6 Páginas)  •  129 Visualizações

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São Paulo

2019

O tema Governança Corporativa vem ganhando espaço dentro de diversas empresas nos últimos anos, apesar do termo ter surgido entre os anos 80 e 90. É uma forma de sistema pelo qual as organizações são dirigidas, abrangendo os relacionamentos entre seus steakholders. Segundo o IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa):

Governança corporativa é o sistema pelo qual as empresa e demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivada, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas As boas práticas de governança corporativa convertem princípios básicos em recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar e otimizar o valor econômico de longo prazo da organização, facilitando seu acesso a recursos e contribuindo para a qualidade da gestão da organização, sua longevidade e o bem comum.

Claro que existe a má prática da governança corporativa e seu contrário, mas como exemplo de má prática neste artigo iremos utilizar a Mappin.

A marca

A Mappin foi uma tradicional rede de lojas de departamentos brasileira, fundada em novembro de 1913 na capital paulista. Idealizada pelos irmãos Walter e Herbert Mappi, a rede, que tem sua origem inglesa, servia o famoso chá das cincos e por isso passou a ser ponto de encontro da elite paulistana. Em 1919 mudou-se para a Praça do Patriarca, pois não estava comportando o enorme fluxo de clientes. Dez anos depois, após a queda da Bolsa de Nova Iorque, o Mappin precisou rever sua estratégia de negócios, e em 1939 com o novo modelo de negócios a empresa retomou seu crescimento e inaugurou a sua famosa unidade na Praça Ramos de Azevedo. Mas na década de 1940, o avanço econômico brasileiro e a entrada de novas empresas de comércio varejista afetaram os negócios do Mappin. A empresa então mudou a sua razão social para Casa Anglo Brasileira S/A e abriu seu capital na Bolsa de Valores em 1948 e em 1950 teve seu controle acionário vendido ao advogado e empresário do ramo do café Alberto Alves Filho. Foi pioneira na exibição de produtos em vitrines, em 1953 passou a etiquetar os preços nos produtos, o que era considerado ousado naquela época, e foi a primeira loja a permitir compras a crédito.

Já em 1978 o Mappin começou a investir em publicidade e atraia milhares de clientes às suas liquidações anuais, a estratégia publicitária ganhou a simpatia dos clientes. Os anos 80 foram marcados pela expansão da rede, e em 1984 ganhou o título de melhor empresa no varejo pela Revista Exame, baseado no desempenho dos últimos 10 anos. Na década de 90 a organização adquiriu 5 lojas da Sears no Brasil, e partir disto começou o endividamento da empresa, registrando seu maior prejuízo em 1995 de 19 milhões e meio de reais. Em 1996 o negócio foi colocado á venda e acabou sendo adquirido pelo empresário Ricardo Mansur, que na sequência adquiriu a rival Mesbla que já não tinha mais crédito com os fornecedores.

Ricardo Mansur e Mappin

Em 1996 o Mappin foi vendido por 25 milhões de reais, para a empresa de Ricardo Mansur, United Indústria e Comércio. Em 1997, o empresário adquiriu a concorrente Mesbla. Entretanto a rede Mesbla estava em piores condições financeiras, o que levou Mansur a investir na mesma, recursos do Mappin e do banco Crefisul, também adquirido por ele.

O empresário marcou sua passagem no mundo dos negócios, com a aquisição das redes foi possível faturar R$ 1 bilhão por ano. Tinha um estilo de vida caro, posou ao lado de pessoas importantes e ganhou fama de que salvava empresas falidas. Antes de sua falência, Mansur comandou grandes empresas, como a Vigor, a Leco e a Peixe. Também teve uma franquia da Pizza Hut no Brasil.

Problemas administrativos da gestão de Ricardo Mansur fizeram com que as redes fechassem as portas em 1999, o empresário foi acusado de desviar mercadorias do Mappin para Mesbla numa tentativa de manter as duas redes operando, mas a prática era ilegal. O Banco Central encerrou as atividades do Crefisul, os fornecedores deixaram de receber seus pagamentos e por consequência foram abertos diversos processos de falência das redes Mappin e Mesbla. Em 1999 ambas decretaram falência. A marca Mappin foi arrematada em leilão por 5 milhões de reais pela rede Marabraz.

A falência

No cenário político, o governo de Fernando Collor de Melo (1990 -1992) também trouxe complicações para algumas empresas, inclusive para a Mappin. O Plano Novo Brasil, que tinha por objetivo combater a inflação, modificou a moeda para cruzeiro, e em 1991 também foi anunciado o Plano Collor 2 que buscava o congelamento de preços e salários. Neste período o Mappin acumulou prejuízos de US$ 53,8 milhões. A abertura econômica brasileira, que ocorreu a partir de 1990, dificultou o mercado para a empresa, pois foi responsável pela entrada de gigantes varejos internacionais, como o grupo Wal Mart. A situação da rede Mappin e Mesbla ficou ainda mais difícil em 1998, quando Ricardo Mansur procurou captar R$ 600 milhões emitindo títulos. Mas a crise econômica da Rússia causou amedrontamento no mercado internacional, o que levou o governo brasileiro a elevar drasticamente as taxas de juros, com a intenção de manter no País recursos de investidores estrangeiros. Também na mesma época o desemprego aumentou consideravelmente no Brasil, o que consequentemente diminuiu o consumo.

.Após a falência da rede de departamentos, foi feito um inquérito pelo Ministério Público, no qual foi concluído que houve irregularidades da gestão do Crefisul. O banco comprou ações do Mappin e da Mesbla mesmo quando as duas empresas já estavam com dificuldades financeiras. Além disso, foram feitas várias cessões de créditos para outras empresas de Mansur, o que por lei, os bancos estão proibidos de fazer, pois não podem ajudar empresas dos sócios controladores.

Além dos R$ 407 milhões de prejuízo deixado pelo Crefisul, o Mappin fez uma dívida com o INSS e com seus fornecedores de eletrodomésticos, só a empresa Gradiente ainda tem R$2 milhões a receber. E enquanto Ricardo Mansur viajava pelo mundo, clientes do Mappin tentavam pagar prestações pendentes. Em 2010 o valor estimado da

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