A Governança Corporativa
Por: msouza123 • 13/8/2019 • Trabalho acadêmico • 1.625 Palavras (7 Páginas) • 232 Visualizações
ATIVIDADE INDIVIDUAL
Matriz de análise | |
Disciplina: Governança Corporativa | Módulo: |
Aluno: | Turma: |
Tarefa: Atividade Individual | |
1. Narrativa sobre como as estratégias organizacionais devem levar em conta os princípios da governança corporativa: transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa | |
Silveira (2002) descreve governança corporativa como sendo um grupo de mecanismos aplicado para auxiliar nas decisões corporativas para maximizar a perspectiva de valores a longo prazo para a organização. Complementando, a Comissão de Valores Imobiliários (2008) esclarece que a governança corporativa é um conjunto de práticas que possui como objetivo melhorar o desempenho da organização, protegendo os interessados, em especial os investidores, empregados e credores. De acordo com o Código das Melhoras Práticas de Governança Corporativa, publicado pelo IBGC (2015), a governança corporativa conta com quatro princípios, sendo:
No tangente das estratégias organizacionais, vemos a origem do conceito de estratégia dos princípios militares. Ciribeli et. al (2010) indica que o conceito de estratégia surgiu junto com o livro “A arte da guerra”, escrito há mais de 2.000 na China, e explorava temas de planejamento e conduta de estratégias militares. Dess et. al (2007) afirmam que o conceito evoluiu ao longo do tempo para um disciplina de gestão, sendo um instrumento importante no mercado competitivo e turbulento, tendo como objetivo preparar a organização para o ambiente ao qual ela se encontra. Levando em consideração as definições apresentadas, entendemos que os pilares da governança corporativa são um input valioso na elaboração e condução da estratégica organizacional da empresa. Com a transparência nas informações apresentadas, os gestores da empresa possuem maiores detalhes para a tomada de decisão e definição da estratégia. A prestação de contas ajuda na definição de metas e atingimento destas metas, uma vez que os gestores da empresa serão responsáveis pela sua atuação no meio corporativo. Já a equidade e responsabilidade corporativa garantem a boa condução dos negócios, de maneira justa e adequada. Ao definir a estratégia corporativa da empresa, os gestores devem atentar aos inputs fornecidos pela governança corporativa, e como seus pilares irão influenciar na condução dos negócios e nos stakeholders da organização. Estes benefícios também serão aplicados na condução e mensuração da estratégia, uma vez que os administradores da empresa terão maior nível de responsabilidade, prestação de contas e transparência na análise de seus dados e divulgação às partes interessadas. | |
2. Argumentação que explique por que as organizações devem levar em consideração não apenas os aspectos financeiros mas também as três dimensões da sustentabilidade (econômica, social e ambiental) de forma sistêmica | |
De acordo com definição apresentada no site Lassu (Laboratório de Sustentabilidade) da USP (s.d.), a sustentabilidade possui as seguintes vertentes:
Desta forma, entendemos que as três vertentes da sustentabilidade possuem foco em trazer benefícios para a organização, especialmente no longo prazo. A organização deve ter em mente os tópicos da sustentabilidade, juntamente com a governança corporativa, quando desenvolvendo sua estratégia organizacional e conduzindo seus negócios, para garantir que a empresa seja perene (ou seja, algo que permaneça por muito tempo). A aplicação da sustentabilidade garante que os gestores da empresa tenham em mente a continuidade de seu capital humano, incluindo seus trabalhos e a comunidade onde a empresa está inserida; cuidem do meio ambiente para que os recursos naturais sejam otimizados; e conduza seus negócios de forma economicamente sustentável, produzindo mais com menos recursos. | |
3. Amarração sobre como a governança corporativa e a sustentabilidade geram legitimidade (aceitação/justificação) e atratividade para a organização | |
Sobre a governança corporativa, Silveira (2010) indica benefícios internos e externos para a governança corporativa. Para os benefícios externos, Silveira descreve maior facilidade na gestão de recursos e redução do custo de capital. Para os benefícios internos, Silveira (2010) detalha os seguintes tópicos:
Steinberg (2003) descreve mais sobre os benefícios externos da governança corporativa, que incluem o aumento de investidores e formação de capital. Para consolidar os benefícios, Silva (2006) disserta que, quanto mais transparente for a governança corporativa de uma empresa, maior valor esta empresa terá, ao mesmo tempo que, quanto maior for o nível de credibilidade entre os acionistas, maior valor esta empresa também terá. Esta visibilidade estimula os investidores a aplicar seu capital na empresa. Já no quesito de sustentabilidade, Aligleri et. al (2009) afirmam que esta é uma característica fundamental para a reputação e reconhecimento da organização junto à sociedade. Stuart e Milstein (2004) afirmam que certos gestores veem a sustentabilidade como uma oportunidade de negócios, garantindo uma vantagem competitiva sobre as demais organizações. Grajew (2002) concorda, indicam que entidades que engajam em uma perspectiva socialmente responsável levam vantagem na disputa pelo mercado. Kinlaw (1998) sumariza estes aspectos, esclarecendo que o sucesso competitivo está ligado à imagem que a empresa passa ao mercado. | |
4. Vinculação da sua narrativa a, pelo menos, um exemplo | |
Um exemplo famoso de grande impacto no mercado sobre o que pode vir a ocorrer se a empresa não aplicar os princípios de responsabilidade corporativa e de sustentabilidade é o caso da Enron. Segundo artigo publicado pela CBC em 2006, “The rise and fall of Enron: a brief history”, a empresa originou em 1985 no ramo de energia, e em 1999 entrou no meio de trading de commodities pela Enron Online, logo se tornando o maior negócio do mundo. Eventualmente, 90% de toda a sua renda originava dos negócios da Enron Online. Em 2000, a empresa era a sexta maior do ramo de energia do mundo, e a Fortuna 500 listava ela como a sétima maior companhia do mundo. Ainda de acordo com o artigo, a queda iniciou-se em 2001, quando Jeffrey Skilling (um executivo de alto escalão, CEO da empresa durante seis meses) anunciou estar saindo da companhia. Em Outubro de 2001, a Enron declarou um prejuízo de US$618 milhões (o primeiro prejuízo trimestral em quatro anos). O CFO, Andew Fastow, foi substituído, e o órgão americano U.S. Securities and Exchange Commission começou uma investigação em parcerias de investimento lideradas por Fastow. Essa investigação identificou que essa rede de parcerias foi firmada para esconder o prejuízo recorrente da Enron. No final de Novembro do mesmo ano, as ações da Enron valiam menos de US$1 e investidores perderam bilhões de dólares. Em 2 Dezembro de 2011, a Enron declarou falência, e cerca de 5.600 funcionários da Enron perderam seus empregos. A história de Enron é catastrófica e mostra o pior cenário que pode ocorrer caso a empresa não aplique os princípios de governança corporativa e sustentabilidade. Durante sua operação, a Enron não exerceu o pilar de transparência, escondendo os prejuízos que obtinha através de sua complexa rede de parciais e empresas coligadas. Também não exerceu o pilar de prestação de contas e responsabilidade corporativa, o que influenciou o trabalho da Arthur Andersen, seu auditor independente. Arthur Andersen também falhou em suas responsabilidades, uma vez que a empresa não executou uma análise detalhada e fria sobre os resultados apresentados pela Enron. Por fim, no quesito sustentabilidade, a Enron não exerceu sustentabilidade social, vendo que seus 5.600 colaboradores perderam seus empregos, e seus investidores perderam milhões de dólares devido à queda no valor das ações; e também não exerceu sustentabilidade econômica, uma vez que seus executivos não prezaram pela perenidade da empresa e não executaram bem os princípios de produção, bens e serviços. | |
Referências bibliográficas | |
CVM - Comissão de Valores Mobiliários. Cartilha de Governança Corporativa. Rio de Janeiro: CMV. 2006. Online. Disponível em:
ALIGLERI, Lilian; ALIGLERI, Luiz Antonio; KRUGLIANSKAS, Isak. Gestão Socioambiental: Responsabilidade e Sustentabilidade do Negócio. São Paulo: Atlas S.A., 2009. CBC News. The rise and fall of Enron: a brief history. 2006. Disponível em: Ciribeli, J. P.; Pires, V. A. V.; Braga, M. J. (2010). Do pensamento estratégico à gestão estratégica: um ensaio teórico sobre a origem e a evolução da estratégia empresarial. In: Anais... VII Congresso Virtual Brasileiro de Administração. DESS, G. G.; LUMPKIN, G. T.; EISNER, A. B. Strategic management. 3 ed. New York: McGraw-Hill, 2007. GRAJEW, Oded. Filantropia e responsabilidade social. 2002. Disponível em: < http://www.filantropia.org/artigos/oded_grajew.htm>. Acesso em: 16 jun. 2019. KINLAW, Dennis C. Empresa competitiva e ecológica: desempenho sustentado na era ambiental. São Paulo: Makron Books, 1998 SÃO PAULO. LASSU – USP. Pilares da Sustentabilidade. Disponível em: SILVA, Edson Cordeiro da. Governança Corporativa nas Empresas: Guia prático para orientação de acionistas e Conselho de Administração. São Paulo: Atlas, 2006 SILVEIRA, Alexandre Di Miceli. Governança corporativa, desempenho e valor da empresa no Brasil. São Paulo: FCAC, 2002. ________. Governança corporativa no Brasil e no mundo: teoria e prática. Curitiba: Enanpad, 2010. STUART, L. Hart, MILSTEIN, Mark B. Criando Valor Sustentável. In: Revista Eletrônica RAE Executivo, São Paulo, n. 2, 2004. |
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