A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

CAPÍTULO 1

INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

   Inteligência emocional é um conceito da psicologia usado para designar e ajudar o ser humano a lidar com as emoções, a compreendê-las e gerar conhecimento emocional de forma mais reflexiva.

   O termo “inteligência emocional” tornou-se conhecido na década de 90 pela obra de Daniel Goleman, intitulada “Emotional Intelligence”, porém Goleman não foi o primeiro a estudar este conceito (FIA,2021).

   A concepção de inteligência emocional (IE) surgiu inicialmente com Charles Darwin (1809-1882), que notou a importância da expressão emocional para a sobrevivência e adaptação das espécies. No entanto, naquela época tinha muito mais a ver com o instinto de sobrevivência e com a teoria evolucionista de adaptabilidade do que com o sentido que conhecemos hoje.

   Em 1872, Darwin publicou o livro The expression of the emotions in man and animals, e virou uma das personalidades mais respeitadas no mundo da filosofia por estudar o comportamento e as expressões dos seres.

   Ao longo dos anos vários pesquisadores foram se aprofundando mais na teoria e aperfeiçoando-a.

   Edward Thorndike (1930) descreve o conceito de “inteligência social” como a capacidade de conviver com outras pessoas.

   Mais tarde, David Wechsler (1940) sugere que os componentes afetivos da inteligência podem ser essenciais para o sucesso na vida.

   Wayne Payne, na sua tese de doutoramento em 1985, intitulada “Um estudo da emoção: o desenvolvimento da inteligência emocional, autointegração, relativas ao medo, dor e desejo.” usou pela primeira vez o termo “inteligência emocional”. Em 1989, Stanley Greenspan apresentou um modelo da IE. Seguindo-se Peter Salovey e John D.Mayer em 1990 e mais tarde também Goleman desenvolveu o termo em 1995.

   Salovey e Mayer (1990), publicaram um artigo e definiram a Inteligência Emocional como: “(…) a capacidade de perceber e exprimir a emoção, assimilá-la ao pensamento, compreender e raciocinar com ela, e saber regulá-la em si próprio e nos outros.”

   Dividindo-a em quatro pilares:

   1- Percepção das emoções: habilidade na identificação de sentimentos por estímulo, como voz ou expressões faciais, por exemplo. Tal habilidade permite reconhecer mudanças de estado emocional nas outras pessoas.

   2- Uso das emoções: implica na capacidade de empregar as informações emocionais para facilitar o pensamento e o raciocínio.

   3- Entender as Emoções: habilidade de captar variações emocionais.

   4- Controle e transformação da emoção: aptidão para lidar com as próprias emoções.

   Em seguida veio Daniel Goleman, autor do best seller Emotional Intelligence, de 1995 que, retratou a inteligência emocional como uma habilidade interpessoal e intrapessoal, afirmando que características como empatia e negociação fazem parte da IE.

   Segundo Goleman a IE pode ser atingida através de cinco elementos principais, sendo eles:

- Autoconsciência emocional: capacidade de compreender você mesmo e seus estados e ânimos.

- Autorregulação emocional: habilidade de controlar condutas baseadas em impulsos emocionais, assim se adaptando melhor as dinâmicas sociais.

- Motivação: capacidade de orientar sua energia a uma meta ou objetivo.

- Empatia: qualidade de entender e viver com seu o estado emocional e de outras pessoas.

- Habilidades sociais: tendencia a dar a respostar mais adequada as demandas sociais do entorno.

   Este conjunto de habilidades foi nomeado de QE (Quociente Emocional).

   Segundo Miranda (1997, p.100), “a inteligência emocional refere-se a dois tipos de inteligência, racional e emocional, afirmando que o intelecto não pode dar o melhor de si sem a inteligência emocional”.

O aprendizado emocional se entranha [...] à medida que as experiências são repetidas e repetidas [...]. O cérebro reflete-as como caminhos fortalecidos, hábitos neurais que entram em ação nos momentos de provação, frustração e dor. (GOLEMAN, 2012, p. 279)

   Em resumo a inteligência emocional e definida pela capacidade de reconhecer e compreender seus sentimentos e os dos outros, trabalhar o conhecimento emocional e regular as emoções.

 

1.1 A IMPORTÂNCIA DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

   Em qualquer âmbito da vida, as pessoas são observadas, avaliadas e cobradas a todo momento, o que faz com que fiquemos sobre uma pressão constante. Este é um conceito que pode ser estressante e desgastante, especialmente se você não possuir um equilíbrio emocional.

   Isso acontece porque as emoções estão em toda parte e todas as pessoas vivem diretamente ou indiretamente sob o impacto delas.

   A vida é cheia de desafios diários: prazos, metas, relacionamentos, família, reuniões, filhos, saúde e inúmeras decisões a serem tomadas. No mercado de trabalho notamos ainda mais a importância da IE. (PUC,2021)

   A cada dez brasileiros do mercado de trabalho, nove apresentam sintomas como ansiedade e depressão. Os dados foram divulgados pela Isma-BR, representante brasileira da International Stress Management Association.

   Justamente por isso, a inteligência emocional é tão necessária nos dias de hoje.

   A Organização Mundial Da Saúde (OMS), estima que até 2030, a depressão ocupe o primeiro lugar como causa de invalidez no mercado de trabalho.

   Além disso mais de 30 milhões de pessoas no mundo sofrem de ansiedade e depressão, de modo geral, isso acontece porque o cérebro emocional é muito mais rápido que o cérebro racional.

   Entender que somos movidos principalmente pela emoção é o primeiro passo para começar a desenvolver a Inteligência Emocional, somente dando a devida importância ao nosso interior, pensamentos e história de vida, seremos capazes de atingir uma sociedade emocionalmente saudável. (FIA,2021).

CAPÍTULO 2

INTELIGÊNCIA EMOCIONAL NAS EMPRESAS

   Diariamente no trabalho temos de lidar com situações complexas, que muitas vezes causam uma avalanche de sentimentos, todos estão expostos a passar por isso. Nossas emoções, sentimentos e estado de espírito, impactam diretamente nosso rendimento e comprometimento com as tarefas, é por isso que trabalhar a IE no ambiente organizacional é fundamental.

  Uma empresa com pessoas inteligentes emocionalmente tem a segurança de sucesso na administração do tempo e da eficácia.