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A Situação Dos Trabalhadores Da Saúde Do Brasil Na Atualidade

Por:   •  16/10/2024  •  Trabalho acadêmico  •  1.199 Palavras (5 Páginas)  •  9 Visualizações

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A SITUAÇÃO DOS TRABALHADORES DA SAÚDE DO BRASIL NA ATUALIDADE

        De acordo com o Ministério da Saúde, “A Saúde do Trabalhador é o conjunto de atividades do campo da saúde coletiva que se destina, por meio das ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho”.

        O Brasil é um país com dimensões continentais, e desafios tão enormes quanto seu tamanho. Além de termos diferenças culturais e climáticas de região para região, há também um problema com relação à realidade financeira das populações. Centros populosos e vastas regiões com baixo índice demográfico, são desafios para quem quer trabalhar no campo da saúde.

        O CFM (Conselho Federal de Medicina) disponibiliza os dados demográficos de médicos por região e seus perfis para que os gestores municipais, estaduais e federais tomem suas decisões de como devem aplicar seus recursos e criar seus projetos na área da saúde.

        Assim, estão registrados no CFM, 564.385 médicos ativos. Destes, 270.045 são médicos gerais e 294.340 especialistas, com dados atualizados em 10/02/2023. Entretanto, a densidade demográfica de médicos para cada mil habitantes é de 2,65, demonstrando que há médicos suficientes para toda a população brasileira, porém em termos de fato, esses dados não refletem a realidade vivida pelos brasileiros, e há falta de médicos em várias regiões, principalmente nas mais afastadas dos grandes centros, em especial, de médicos especialistas.

        Através dos dados disponíveis, entende-se que a maioria dos médicos se concentra nas regiões Sul e Sudeste, nas capitais e nos grandes municípios. Em 49 cidades com mais de 500 mil habitantes, que juntas concentram 32% da população brasileira, estão 62% dos médicos do País. Já nos 4.890 municípios com até 50 mil habitantes, onde moram 65,8 milhões de pessoas, estão pouco mais de 8% dos profissionais da área, ou seja, em torno de 42 mil médicos. Apesar de juntas, as 27 capitais respondem por 24% da população do país, mas reúnem 54% dos médicos. Por outro lado, moram no interior 76% da população e 46% dos médicos. As capitais têm a média de 6,21 médicos por mil habitantes. Já no interior esse índice é de 1,72. Com relação às regiões brasileiras. Enquanto no Norte moram 8,8% da população brasileira, nela trabalham 4,6% dos médicos do País. O Nordeste abriga 27% dos brasileiros e 18,5% dos médicos. O Sudeste responde por 42% da população e por 53% dos profissionais. O Sul e o Centro-Oeste abrigam, respectivamente, 14,3% e 7,8% da população e têm 15,7% e 8,4% dos médicos do País.

         “No Brasil, testemunhamos um cenário de forte desigualdade com relação à distribuição de médicos pelo território. A maioria dos profissionais tem optado por se instalar nos estados do Sul e do Sudeste e nas capitais devido às melhores condições de trabalho. Aqueles que moram no Norte, no Nordeste e nos municípios mais pobres, do interior, se ressentem da falta de investimentos em saúde, dos vínculos precários de emprego e da ausência de perspectivas”, destacou o presidente do CFM, José Hiran Gallo.

        Mas para tratar da saúde é necessário não apenas médicos, e sim toda uma equipe que dá suporte ao paciente, desde enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, maqueiros, técnicos em várias áreas, incluindo ainda nesse rol de vários profissionais, os psicólogos e psiquiatras.

        O CFP (Conselho Federal de Psicologia) informa em 25/09/2023, que estão na ativa 439.559 psicólogos registrados, e a distribuição no Brasil com relação ao CFM é semelhante.

        O que não podemos esquecer de falar, é que o fato do Brasil ter quantitativamente médicos e profissionais de saúde suficientes para atender toda sua população, não quer dizer que os mesmos atendam no SUS. E diante de uma realidade tão desigual, nota-se a escassez de profissionais de saúde no setor público. Hospitais abarrotados de pacientes, que aguardam muito tempo para conseguir tratamentos, cirurgias e exames, fazendo com que esses profissionais vivam numa rotina de estresse diário, que culmina muitas vezes em problemas psicológicos como ansiedade, depressão, Síndrome de Burnout(SB), entre outros.

        Uma pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) identificou altos níveis de síndrome de burnout e depressão em profissionais da saúde de todo o Brasil. Entre os 201 técnicos de enfermagem entrevistados, 70% deles apresentaram sintomas de esgotamento. A categoria é a que teve os piores resultados. De acordo com a psiquiatra do Departamento de Atenção à Saúde da UFRGS e responsável pela pesquisa, Carolina Moser, os resultados são preocupantes. Na primeira etapa da pesquisa Saúde mental dos profissionais da saúde na pandemia do coronavírus (Covid-19), realizada entre maio e junho de 2020, foram entrevistados 1.054 profissionais de saúde. Destes, 35% são médicos, 19% técnicos de enfermagem, 14% enfermeiros, 12% de psicólogos, entre outras categorias.

        O projeto é voltado a todos os profissionais de saúde do Brasil, e contemplou as 17 categorias profissionais voltadas ao tratamento de pacientes humanos, entre eles médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, educadores físicos, técnicos em radiologia, biomédicos, farmacêuticos, fonoaudiólogos, entre outros.

        Abaixo o resultado em cada uma das categorias:

  • Técnicos de enfermagem (201 profissionais entrevistados): 68,2% com alto nível de burnout e 68,7% com depressão clinicamente significativa;
  • Médicos (346 profissionais entrevistados): 45,6% com alto nível de burnout e 42,9% com depressão;
  • Enfermeiros (150 profissionais entrevistados): 60% com alto nível de burnout e 55,9% com depressão;
  • Psicólogos (126 profissionais entrevistados): 39,7% com alto nível de burnout e 33,6% com depressão;
  • Demais categorias profissionais incluídas no estudo (como um grupo misto de 213 profissionais de diversas outras categorias): 56,3% com alto nível de burnout e 60,6% com depressão.


Referências Bibliográficas

CFM. ([s.d.]). CFM; Conselho Federal de Medicina. Disponível em 1 de dezembro de 2023, de https://portal.cfm.org.br/

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