Análise Macroeconômica de taxa de juros em economia empresarial
Por: Alvaro Loss • 5/5/2018 • Artigo • 906 Palavras (4 Páginas) • 297 Visualizações
IBMEC ONLINE
ALVARO JOSÉ LOSS JUNIOR
ANALISE MACROECONOMICA DE TAXA DE
JUROS EM ECONOMIA EMPRESARIAL
SÃO GABRIEL DA PALHA - ES
2018
Antes de se analisar o como a taxa de juros ao consumidor amplo, dado pela Selic, afeta os preços dos bens que as famílias consomem. Vamos conceituar juros. Segundo EBELING (2012), “o tempo é um elemento inseparável da condição humana”, e como tal as preferências temporais vêm a agregar a diversidade de opções econômicas. Gastar ou economizar? Sempre é uma questão a ser verificada, e a taxa de juros é a informação mais relevante para se tomar uma decisão destas. Em uma simplificação crassa, a taxa de juros é o aluguel do dinheiro. A recompensa por se abster de consumir e pensar no consumo futuro como mais prazeroso que o consumo presente.
No entanto, na economia contemporânea, sabe-se que quanto mais etapas de produção mais eficientes são os resultados finais e mais dependentes de tomada de crédito são estes empreendimentos. Se não vejamos: qual a cadeia de produção para se criar um carro popular em 2018? Não é parte do escopo deste artigo a discussão aprofundada do quão longa é tal cadeia e do quanto ela se ramifica. Mas se compararmos esta mesma cadeia de produção com a cadeia de produção de uma carruagem egípcia do velho império (séc XXIII a.C) que deveria ser feita com juncos e cedro da própria região, percebemos o quão mais complexo é para se criar um artefato hoje do que em um passado distante, e que de modo geral, um artefato mais complexo é mais eficaz em seu uso. Todavia, para manter uma cadeia de produção longa é necessária uma taxa de juros razoável para a tomada de crédito. Onde se pode verificar que de modo geral, quase nenhuma empresa de grande porte sobrevive sem crédito, e este se torna um insumo essencial para as suas operações. Entretanto, para manter uma taxa de juros em níveis onde a tomada de crédito é salutar para as empresas, é necessária uma poupança anterior. Eis aí uma demonstração clara da lei de oferta e procura. Quanto maior os valores poupados por uma sociedade, menores são as taxas de juros e mais razoável é a tomada de empréstimos. Percebe-se aí que uma taxa de juros flutuante e a livre competição entre os bancos para atrair poupadores e investidores, para balizar os montantes emprestados e os montantes sobre custódia é profundamente salutar à economia. Porém não é assim que ocorre no Brasil.
A taxa Selic (Sistema especial de liquidação e custódia), também conhecida como taxa básica, é a taxa de refinanciamento interbancário, de bancos com bancos e de bancos com o banco central. Como a maior parte dos fundos de investimentos são atrelados ao DI, e este à taxa Selic, pode-se afirmar que a taxa Selic é a taxa média de juros presente no sistema financeiro nacional.
Segundo MUNHOZ (2017), a taxa de juros é um dos fatores de destaque para ditar os rumos da economia do Brasil. Segundo ele:
o aumento dos juros, que elevou as despesas das famílias de uma estimativa de R$ 300 bilhões em 2013, para R$ 580 bilhões em 2016, reduzindo o poder de compra e a demanda, iniciou um processo de reversão, acompanhado pelo recuo da Selic.
Como já dito, o aumento da taxa de juros encarece o processo empreendedor, já que todo empreendedor precisa de crédito como insumo de produção. E nesta citação, Munhoz afirma que uma redução na taxa de juros é um alívio ao consumidor amplo, e tal alívio faz ele demandar mais bens de maior valor agregado, e movimentar a economia. De modo geral, há a questão de que a taxa Selic não consegue nunca ser coerente, já que ela é imposta ao mercado, e não emerge dele. Uma taxa de juros flutuante seria mais flexível e iria se adequar mais aos desejos do consumidor. Por outro lado, ao aceitar a imposição da taxa básica de juros, há o claro estímulo à compra de dinheiro ou a poupança. O Estado impõe uma postura às famílias de consumir ou de poupar, mesmo elas tendo preferências temporais diferentes.
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