As Mulheres conquistam cada vez mais creibilidade e respeito no mercado de trabalho
Por: Michel Samaha • 19/6/2017 • Relatório de pesquisa • 1.995 Palavras (8 Páginas) • 332 Visualizações
- Introdução
Com o passar dos anos as mulheres conquistam cada vez mais crebilidade e respeito no mercado de trabalho, porém, há uma grande porcentagem que continua por fora dos altos cargos dentro das empresas.
Na lista da revista Fortune de melhores empresas, as mulheres são apenas 3,6% diretoras executivas, 16% dos membros dos conselhos administrativos e 14% dos profissionais em cargos de nível executivo. No Brasil, ocupam apenas 17% dos cargos de diretoria executiva e ganham menos que seus colegas homens, números que não batem se levarmos em conta que as mulheres respondem por 63% dos diplomas universitários brasileiros e que, segundo Jack Zenger, especialista em desenvolvimento de líderes, psicólogo, consultor e idealizador de uma pesquisa aprofundada sobre mulheres no mercado de trabalho, as mulheres são consideradas por seus colegas e chefes como mais eficazes que homens quando estão em posição de liderança, pois são mais sensíveis aos sentimentos de equipe, estão sempre prontas para dar feedback, são mais cooperativas e colaborativas, menos competitivas e tem mais iniciativa, buscando mais resultados.
Uma possível explicação pelo qual as mulheres não ocupam grandes cargos nas empresas de acordo com a chefe-executiva de operações do Facebook, Sheryl Sandberg, é devido à falta de ambição das mulheres, que acabam subestimando as suas capacidades, ou seja, elas precisam acreditar mais em seu potencial e se vangloriar de suas conquistas, disputando suas posições e negociando seus postos como os homens. Outro fator que segundo a Sheryl dificulta, é que os locais de trabalho não evoluiram dando-as flexibilidade que precisam. É necessário que haja programas de formação de mulheres, flexibilidade de horários, mentores, adequações, incentivos, home office e licença-maternidade de um ano, pois as mulheres querem também passar um tempo com seus filhos e saber dividir o tempo entre profissional e pessoal. E, também tem o fato de que como menos mulheres ocupam cargos de liderança, existem poucos nomes em quem as recém-chegadas possam se inspirar e a quem possam pedir conselhos.
Todos esses fatores implicam no resultado da grande porcentagem de mulheres fora dos altos cargos, e não são apenas as mulheres que perdem com isso, as empresas também perdem, pois estudos indicam que a chegada de mulheres nestes cargos traria apenas benefícios e rentabilidade as empresas.
Segundo um estudo do Peterson Institute for International Economics realizado com uma base de dados de 22 mil companhias abertas de 91 países, os resultados sugerem que a presença de mulheres em posições de liderança pode melhorar o desempenho financeiro das empresas. Companhias que aumentaram a presença de mulheres em até 30% em cargos de alta hierarquia viram, em média, um crescimento de 15% em sua rentabilidade.
Segundo a revista Exame, atrair mulheres para o topo da hierarquia não é feminista ou politicamente correto, é apenas inteligente. E é por isso mesmo que a presença de mulheres em cargos de CEO aumentou de 5% em 2015 para 11% este ano de 2016 e o número de empresas sem mulheres em cargos de liderança caiu de 57% a 53%. Sendo de extrema necessidade ressaltar a importância desse tema e os valores e oportunidades que as mulheres devem ter dentro das empresas.
- Referencial Teorico
- Contexto cultural
No que diz a respeito as barreiras culturais, consiste em uma série de diversidades em um ambiente organizacional, onde um grupo de pessoas de diferentes personalidades, sexo, idade, etnias, religião, raças se interagem. Segundo Thomas (1996): “a gestão da diversidade cultural implica adotar um enfoque holístico para criar um ambiente organizacional que possibilite a todos o pleno desenvolvimento de seu potencial na realização dos objetivos da empresa”.
Sobre a relação entre o homem e a mulher no ambiente organizacional, podemos citar uma série de barreiras culturais impostas pela sociedade, que consequentemente acarreta em maiores dificuldades para a mulher no mercado de trabalho. Em culturas mais masculinas, a expectativa do papel a ser desempenhado pelos homens está mais ligada às atividades externas ao lar; espera-se que os homens sejam mais duros, firmes e competitivos. Esse papel que é esperado do homem em culturas mais masculinas difere em muito da expectativa do papel a ser desempenhado pelas mulheres (VAN VIANEN; FISHER, 2002).
Em países de tradição cultural machista como o Brasil, o avanço da participação da mulher no mercado de trabalho ainda não foi capaz de se traduzir em significativa divisão de responsabilidades em relação às crianças. No contexto familiar, a mulher executiva ainda é praticamente a única responsável pela gestão da casa, das tarefas e cuidados relativos aos filhos (HEWLETT, 2002).
Em culturas mais femininas, as expectativas dos papéis desempenhados pelo homem e pela mulher não têm diferenças tão significativas. Tanto um quanto o outro pode estar ligado às atividades externas, à carreira, ao sucesso e ao dinheiro, como também pode ser responsável pela harmonia das relações e qualidade de vida. Isso explicaria porque, em culturas mais femininas, como nos países escandinavos, a mulher já avançou mais em relação à igualdade e os homens já tendem a considerar que é também sua função cuidar do dia a dia dos filhos, o que abre mais espaço para a mulher se dedicar à carreira (HEWLETT, 2002).
A Revolução Feminista que despertou as mulheres a mostrarem suas verdadeiras potencialidades e buscarem um lugar no mercado ocorreu há pouco mais de 30 anos. Entre as várias ideias que contribuem para a discriminação da mulher estão as que definem a mulher como “força de trabalho secundária” ao afirmar que sua contratação gera custos maiores do que a mão de obra masculina. A tese de que é mais caro contratar mulheres, está relacionada aos custos indiretos associados à maternidade e ao cuidado infantil.
Nesses 30 anos houve uma inserção, cada vez maior, da mulher no campo do trabalho, fato este explicado pela combinação de fatores econômicos, culturais e sociais, tais quais, os avanços e crescimento da industrialização no Brasil, o contínuo processo de urbanização e a redução das taxas de fecundidade nas famílias. Esses fatores ajudaram a mulher a se estabelecer no mercado de trabalho e a derrubar algumas falsas premissas e preconceitos que existiam sobre a mulher e suas capacidades perante o trabalho.
Com base no artigo de Janaína Raquel dos Santos Canabarro e Julice Salvagni, constatam que durante anos, a perspectiva na participação das mulheres líderes no ambiente organizacional, está em constante mudança. Isso é recorrente, de uma maior busca por reconhecimento na carreira feminina, por meio de maiores esforços para demonstrar que o perfil feminino é tão capaz e competente quanto ao perfil masculino, em função da liderança de uma organização. Portanto quebrando paradigmas da sociedade nesse gap entre cargos femininos e masculinos.
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