As Reflexoes Cultura
Por: Ana Cristina • 15/4/2019 • Dissertação • 612 Palavras (3 Páginas) • 138 Visualizações
UNIJORGE
Cursos: Letras; História; Pedagogia.
Disciplina: Artes e Movimentos Culturais
Professora: Luciana Silveira
Leitura Prévia
Diálogos sobre cultura
Oiee!
Escrevo estas páginas com o intuito de trazer algumas fragmentos de textos, para que possamos analisar melhor o que temos visto sobre cultura.
Lelia González, no ano de 1984 escreveu:
“É engraçado como eles gozam a gente quando a gente diz que é Framengo. Chamam a gente de ignorante dizendo que a gente fala errado. E de repente ignoram que a presença desse r no lugar do l, nada mais é que a marca linguística de um idioma africano, no qual o l inexiste. Afinal, quem é o ignorante? Ao mesmo tempo, acham o maior barato a fala dita brasileira, que corta os erres dos infinitivos verbais, que condensa você em cê, o está em tá e por aí afora. Não sacam que estão falando pretuguês”.
O debate de Lélia nos leva a pensar sobre como a linguagem é produto da cultura. Compreender a linguagem, e todo nosso sistema articulado de comunicação oral e escrita, pode contribuir para o entendimento de nosssa realidade. É fundamental estarmos atentos às histórias/memórias que envolvem experiências culturais dos diversos povos, e como estas te fazem se sentir representado.
Lembra do vídeo “de onde vem as boas ideias, de Steven Johnson? Aquele que assistimos em sala de aula:
https://youtu.be/_2X-VAhSFsM
O mesmo fala sobre a importância dos nossos sistemas de comunicação para o desenvolvimento das sociedades humanas e como viemos ampliando o acesso a informações que nos interessam e nos fazem ampliar, também, nosso conhecimento sobre a história da humanidade. Ou melhor, as histórias da humanidade.
É perceptível o quanto estes meios tem proporcionado acesso a debates que não encontrávamos em livros didáticos, salas de aula ou até bibliotecas nas cidades. Algumas legislações no Brasil vem buscando diminuir o défcit educacional, inclusive muitos estudiosos tem analisado o quanto as escolas devem buscar ampliar o espaço da sala de aula aos espaços de vida dos aprendizes. Pensar a escola é pensar a maior possibilidade dos indivíduos aprenderem através das suas próprias experiências, contadas por eles mesmos.
Diante deste déficit, percebe-se a importância da tragetória das ações afirmativas precursoras à lei n° 10.639/03.
Para Franz Fanon, “o preto, diante da atitude subjetiva do branco, percebe a irrealidade de muitas preposições que tinha absorvido como suas. Ele começa então a verdadeira aprendizagem. E a realidade se revela extremamente resistente… para o preto, há um mito a ser enfrentado. Um mito solidamente enraizado. O preto o ignora enquanto sua existência se desenvolve no meio dos seus; mas ao primeiro olhar branco, ele sente o peso da melanina.”
Fanon escreve este texto no seu livro “Pele Negra, máscaras brancas”, na página 133, quando dialoga sobre o preto e a psicopatologia.
É um debate forte e repleto de ideias que falam sobre a subjetividade de muitos indivíduos negros e como estes se vêem subjugados aos ideais de vida com padrões relacionados a hábitos, costumes e crenças europeizados, portanto, brancos e patriarcais.
Estas reflexões também tem relação com os debates proporcionados por Roque Laraia, em seu livro “Cultura: um conceito antropológico”. No capítulo 4 da primeira parte do livro, o autor destaca que sem o aprimoramento da ideia e da importância da diversidade cultural, diziam “que cada sociedade percorria as etapas que já tinham sido percorridas pelas ‘sociedades mais avançadas’. Desta maneira era fácil estabelecer uma escala evolutiva que não deixava de ser um processo discriminatório, através do qual as diferentes sociedades humanas eram classificadas hierarquicamente, com nítidas vantagem para as culturas européias. Eurocentrismo e ciência marchavam então de mãos juntas”.
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