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ESCÂNDALO DA CONTABILIDADE TOSHIBA

Por:   •  1/11/2019  •  Resenha  •  1.088 Palavras (5 Páginas)  •  2.364 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

MBA EM GESTÃO DE OPERAÇÕES, PRODUTOS E SERVIÇOS

Resenha Crítica de Caso

LAYANE TAVARES DE JESUS

Trabalho da disciplina Governança Corporativa e excelência empresarial

                                                         Tutor: Prof. Ricardo Barbosa da Silveira

Aracaju

2019

ESCÂNDALO DA CONTABILIDADE DA TOSHIBA: COMO A GOVERNANÇA CORPORATIVA FALHOU

 

Referência: MISAWA, MITSURU. Escândalo da contabilidade da Toshiba: Como a governança corporativa falhou. Hong Kong: Asia Case Research Centre, The University of Hong Kong, 2016.

Em 2015, a partir de uma auditoria interna realizada na companhia Toshiba, foi descoberta inúmeras irregularidades na empresa e que seus lucros tinham sido inflacionados. Esse caso atingiu as manchetes e surgiu quando a própria Toshiba decidiu investigar as práticas contábeis da companhia, resultando na demissão de Hisao Tanaka, executivo-chefe e presidente, juntamente com oito membros do conselho, incluindo o vice-presidente. Com a nomeação de Masashi Muromachi,  o novo presidente e CEO da Toshiba, com fortes qualidades estratégicas, corporativas e sociais para promover mudanças organizacionais reais, foi fundado um comitê de terceiros a fim de realizar uma auditoria detalhada das práticas contábeis da empresa, e de acordo com os resultados foi descoberto que a Toshiba sobreavaliou os lucros em 151,8 bilhões de ienes. Em setembro de 2015, surgiu que a empresa havia sofrido uma perda de mais de 255,5 bilhões de ienes, sendo os pagamentos de dividendos suspensos e os acionistas removidos.

A partir de uma análise detalhada realizada pelo comitê, verificou-se que grande parte da perda estava associada às linhas de produtos de computadores pessoais e de bens de consumo duráveis, pois a estratégia da Toshiba de mudar a maior participação na produção de bens de consumo duráveis no exterior no ano 2000 falhou quando o iene perdeu valor com relação as outras moedas do mundo. Além disso, a concorrência no mercado de computadores colaborou para perdas operacionais, o qual equivaleu a um declínio de 54,6 bilhões de ienes. Contudo, o negócio de semicondutores sustentava a empresa em decorrência do grande sucesso de vendas de memórias flash do smartphone.

A auditoria descobriu que além de aumentar os lucros, a empresa também realizou muitas amortizações e que as ações dos envolvidos estavam  relacionadas com a submissão dos executivos a uma pressão significativa após o desastre de Fukushima de 2011, abalando a unidade nuclear da Toshiba. Com isso, para compensar as perdas, a administração determinou metas difíceis com medidores inteligentes e cabines de pedágio eletrônicas, fazendo com que os executivos inflassem quantias para causar a impressão de que essas metas estavam sendo alcançadas.

Após o escândalo contábil, o presidente da Toshiba desculpou-se publicamente aos sócios e acionistas da organização pelo fato ocorrido e pelas perdas que as ações da Toshiba ocasionaram, como também, relatou que seria difícil recuperar a confiança e o respeito das partes interessadas e do público novamente. Ele comprometeu-se em priorizar a vida humana, a  segurança e a conformidade na próxima reestruturação da organização, garantir uma nova cultura corporativa, estabelecer um Comitê de Revitalização de Gestão para facilitar a reforma da cultura corporativa e identificar medidas a fim de prevenir futuramente irregularidades contábeis. O presidente disse que vai reforçar a função de auditoria, pôr em prática novos controles internos com o objetivo de melhorar a estrutura de governança corporativa e criar uma nova divisão de auditoria interna. Ele prometeu em passar todas as informações da contabilidade para as autoridades responsáveis, pois a empresa demorava para publicar os resultados financeiros.

O erro da Toshiba não se deve ao fato somente da falta de governança corporativa ou controle interno fraco, mas ao resultado de uma equipe indisciplinada. A fim de garantir ganhos, os chefes traçaram metas para as equipes e estimulou-os a ter criatividade para alcançar o objetivo. Com a expectativa da equipe mostrar-se ser fiel com os superiores, foram obtidos resultados ruins, não explanados. A prática contábil irregular foi realizada sistemicamente em toda a empresa, incluindo os negócios de semicondutores, computadores e televisão, e não limitada a apenas uma ou duas divisões de negócios da Toshiba. Essa prática contábil irregular já ocorria há 8 anos, sem denúncias, comprovando que toda a organização, desde a administração intermediária até o presidente visavam somente o lucro. Porém, a solução foi reestruturar toda a equipe de gerenciamento para tornar os controles e sistemas existentes suficientes, como também, promover e apoiar relatórios honestos, divulgar informações ao público de forma mais precisa e frequente, evitando assim, novos escândalos contábeis.

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