HEURÍSTICAS E VIESES DE DECISÃO: A RACIONALIDADE LIMITADA NO PROCESSO DECISÓRIO
Por: suteofilo • 30/10/2017 • Tese • 3.412 Palavras (14 Páginas) • 560 Visualizações
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
COLEGIADO DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
CAMILA BRITO OLIVEIRA
LUANA MAGALI SANTOS BISTO
LUSILENE DE JESUS BONFIM
SUELLEN TEÓFILO
HEURÍSTICAS E VIESES DE DECISÃO: A RACIONALIDADE LIMITADA NO PROCESSO DECISÓRIO
VITÓRIA DA CONQUISTA - BA
2017
CAMILA BRITO OLIVEIRA
LUANA MAGALI SANTOS BISTO
LUSILENE DE JESUS BONFIM
SUELLEN TEÓFILO
HEURÍSTICAS E VIESES DE DECISÃO: A RACIONALIDADE LIMITADA NO PROCESSO DECISÓRIO
Trabalho apresentado ao Curso de Administração da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – Campus de Vitória da Conquista como requisito parcial para a nota da disciplina Análise quantitativa e processo decisório sob orientação do Profº Weslei Gusmão Piau Santana.
VITÓRIA DA CONQUISTA - BA
2017
INTRODUÇÃO
HEURÍSTICA
As diversas possibilidades que cercam a tomada de decisão são muitas e a forma como lidamos com essas situações é altamente complexa. Esse processo envolve incertezas e torna o processo desafiador e delicado. Entender como de fato essas decisões são tomadas no dia a dia de muitas empresas torna-se relevante e necessário. O dia a dia pode ser facilitado por meio de regras e processos, que podem ser denominadas de Heurísticas.
Mesmo as heurísticas sendo facilitadoras de muitos processos decisórios elas podem conter vieses, podem induzir erros se utilizadas de maneira equivocada ou em excesso. Entende-se que as heurísticas podem ser lidas como regras, porém, é preciso discernimento das situações em que cada heurística pode ser utilizada ou não, afinal, o homem tem a capacidade de julgamento e deve utilizá-la para encontrar a melhor alternativa.
O indivíduo ao pensar no processo decisório acaba por criar em sua mente modelos mentais dessa ação. As estratégias usadas que simplificam e auxiliam são as heurísticas. O significado dessa palavra é “aquilo que serve para a descoberta; arte de fazer descoberta”.
De acordo com Yu (2011) as heurísticas podem fazer parte do cotidiano de todos, afinal, diariamente tomamos decisões baseadas em experiências e informações que temos disponíveis. As decisões tornam-se mais simples com o uso desse facilitador.
Desse modo, a seguir serão apresentadas três principais heurísticas, suas características de uso no processo decisório, bem como os vieses pertencentes a cada uma. É relevante também destacar que a decisão por cada heurística independe do processo ao qual essa decisão é tomada, podendo ser no inicio ou até mesmo durante a implementação da decisão.
TIPOS DE HEURÍSTICAS
Disponibilidade
A heurística da disponibilidade refere-se às memórias recentes do indivíduo, ou seja, a probabilidade ou frequência que um evento ocorre pode influenciar as decisões sobre ele, afinal as características são as mesmas, então a resolução também. Segundo Yu (2011, p.83) “Para identificar o problema, os indivíduos tendem a procurar características que representem eventos ou fatos já conhecidos, para enquadrá-lo em sua experiência de vida e, desse modo tratar o assunto com mais propriedade.”Nota-se portanto que a memória recente favorece o decisor nesse contexto, o que facilita a tomada de decisão.
Essa ferramenta de decisão pode ser considerada muito útil no dia a dia da organização, visto que os fatos que ocorrem com maior frequência tendem a ser mais rotineiros e com o auxilio da memória recente isso pode ser sanado mais rapidamente.
Apesar da facilidade encontrada nessa heurística, ela pode conter algumas brechas que levam a erros. Isso ocorre, pois, apesar da frequência dos fatores, existem fatos que não estão relacionados com os eventos frequentes. Assim podem acarretar alguns vieses. Existe o viés da facilidade de lembrança. Esse viés leva o decisor a ir pelo caminho mais obvio porem sem investigar se é possível ou não outra opção. Ele é levado a optar pelo fato que ocorre com mais frequência como opção de resposta.
É possível ocorrer também o viés da recuperação. Por meio de estereótipos pré formados o decisor poder acabar por influenciar sua escolha. Isso, pois ele poderá se basear por alguma memória recente de algo já vivido ou vivenciado por ele. E por fim temos o viés da associação pressuposta. Nesse viés o julgamento será dado pela frequência com que dois eventos podem ocorrer concomitantemente.
Após analisar a heurística da disponibilidade e os vieses que a pertencem, é possível exemplificar esse modelo por meio de um filme. As características presentes no filme O Jogo da Imitação (nome original: The Imitation Game) podem exemplificar bem essa heurística. No filme é possível compreender a dedicação de uma equipe para decifrar um enigma alemão usado para enviar mensagens aos submarinos na Segunda Guerra Mundial. O chefe da equipe cria uma máquina que analisa inúmeras possibilidades de codificações em 18 horas. A semelhança se dá na característica de criar uma máquina capaz de encontrar padrão recente e compará-los, ou seja, a “memória” recente da máquina a ajuda associar códigos e resolve-los. Porém, no dia seguinte seria necessário começar tudo novamente, visto que o padrão era perdido. Se por algum motivo algum código mudasse, a máquina já não seria útil.
Representatividade
Representatividade é a tendência em utilizar estereótipos para realizar julgamentos.
Segundo Bazerman (1994) a Heurística da Representatividade é o julgamento por estereótipo, onde as bases do julgamento são modelos mentais de referência. Os gerentes avaliam a probabilidade de ocorrência de um evento através da similaridade da mesma aos seus estereótipos de acontecimentos semelhantes. Em alguns casos, quando sobre controle, o uso dessa heurística é uma boa aproximação preliminar. Porém em outros, leva a comportamentos que muitos de nós encaramos como irracionais ou moralmente condenáveis - tais como a discriminação. Um problema evidente é o fato de que indivíduos tendem a se basear em tais estratégias, mesmo quando estas informações são insuficientes e há outras de melhor qualidade com base nas quais se pode fazer um julgamento correto.
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