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MRP II - Planejamento dos Recursos de Manufatura

Por:   •  15/1/2019  •  Monografia  •  4.618 Palavras (19 Páginas)  •  232 Visualizações

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3. MRP II - Planejamento dos Recursos de Manufatura

3.1. Histórico: De MRP a MRP II

O uso da técnica de cálculo de necessidades de materiais e pesquisas desenvolvidas quanto a aplicação das práticas dos princípios de MRP fizeram que alguns pesquisadores percebessem que a mesma lógica de cálculo de necessidades poderia, com estudos e um pouco de boa vontade ser utilizada para o planejamento de outros recursos de produção (como as necessidades de mão-de-obra e de equipamentos), além dos materiais. Com a extensão de tal conceito de cálculo de necessidades ao planejamento dos demais recursos de manufatura, o MRP original deu lugar ao MRP II, com a sigla agora significando, de forma mais abrangente, Manufacturing Resources Planning, ou planejamento dos recursos de manufatura. (Corrêa, 1996).

Basicamente foi acrescido do que era o MRP para o MRP II o módulo para cálculo de necessidades de outros recursos chamados muitas vezes capacity requirements planning – CRP – ou planejamento das necessidades de capacidade (produtiva). (Corrêa, 1996).

Pode ser chamado de um plano global de planejamento e monitoramento dos recursos que envolvem uma empresa de manufatura: manufatura, marketing, finanças e engenharia.

O MRP II é baseado em um sistema integrado, que possui uma base de dados acessível e utilizada por toda empresa, de acordo com as necessidades funcionais individuais. Apesar de ser dependente de tecnologias de informação que realizam tal integração, o MRP II ainda depende de pessoas para que se tomem decisões no processo.

Sistemas de MRP II estão geralmente disponíveis no mercado na forma de pacotes de software para computador. São na maioria dos casos divididos em módulos os quais possuem diferentes funções e mantêm relações entre si. A seguir uma análise dos módulos do MRP II, encontrada nos principais pacotes disponíveis no mercado. (Slack, 1.997).

3.2. Princípio Básico

O MRP II é o princípio do cálculo de necessidades, uma técnica de gestão que permite o cálculo, viabilizado pelo uso do computador, das quantidades e dos momentos em que são necessários os recursos de manufatura (materiais, pessoas, equipamentos, etc.), para que se cumpram os programas de entrega de produtos, com um mínimo de formação de estoques.

Ele é baseado em um sistema integrado, contendo uma base de dados que é acessada e utilizada por toda a empresa, de acordo com as necessidades funcionais individuais. Entretanto, apesar de sua dependência de tecnologia de informação que permitam tal integração, o MRP II ainda depende das pessoas para a tomada de decisões.

Os sistemas do tipo MRP II são mais adequados ás empresas cujos objetivos estratégicos prioritários são os comprimentos de prazos e a redução de estoques. Num ambiente em que a competição é crescente, o cumprimento de prazos ganha importância e os altos custos de manutenção de estoques sugerem a redução de seus níveis pelas empresas. (Corrêa, 1996).  

Segundo Corrêa (2001), o cálculo de necessidades dos componentes é feito a partir das necessidades dos produtos finais. Suponha-se que determinado processo produtivo (que manufature o produto hipotético A) consista em três etapas: compra de materiais, que leva dois dias, fabricação dos componentes, que leva dois dias e montagem do produto final A, que leva um dia, conforme demonstrado na fig. 4.

Figura 4 – Processo Produtivo do Produto Hipotético A[pic 1]

Fonte: Corrêa (2001)

Por exemplo, um pedido de duas unidades do produto final A, para o final da sexta-feira (ou para sábado), o sistema de cálculo de necessidades deve calcular as necessidades de todos os recursos que concorrem para a produção do produto A, nos momentos em que são necessários: se a montagem do produto A leva um dia, é necessário que na sexta-feira pela manhã uma quantidade suficiente de componentes para produzir as duas unidades do produto A esteja disponível para montagem. Também é necessário que haja montadores (suficientes para montar duas unidades de A) disponíveis na sexta-feira para executar a montagem (montagem leva um dia).

Seguindo no mesmo raciocínio, para que os componentes estejam prontos na sexta-feira pela manhã, é necessário que eles comecem a ser fabricados na quarta feira pela manhã (a fabricação leva dois dias). Para isto, é necessário que um número suficiente (para produzir duas unidades do produto A) de operários de fabricação e suas ferramentas estejam disponíveis durante a quarta e quinta-feira e é preciso também que os materiais necessários para a produção de dois produtos A estejam comprados e disponíveis na quarta-feira pela manhã, para início da fabricação. Para isto, é necessário que as compras se dêem durante a segunda e terça-feira (as compras levam dois dias).

Segundo Corrêa (2001), este é um exemplo ilustrativo, simplificado, do funcionamento geral da lógica do cálculo de necessidades. Sumarizando, seus principais aspectos são:

  • Parte-se das necessidades de entrega dos produtos finais (quantidades e datas);
  • Calcula-se para trás, no tempo, as datas em que as etapas do processo de produção devem começar e acabar;
  • Determinam-se os recursos, e respectivas quantidades, necessárias para que se execute cada etapa.

Uma das principais vantagens do MRP II é o seu dinamismo, pois ele reage bem as mudanças, condições que se torna cada vez mais importante num ambiente competitivo. Corrêa (2001), ressalta que, o MRP II é mais útil para situações em que as estruturas de produtos são complexas, com vários níveis e vários componentes por nível e em que as demandas são instáveis. O MRP II é um sistema de informações integrado, que dispõe de uma grande quantidade de informação para um grande numero de usuário. Essa troca de informações, se bem aproveitada, pode trazer inúmeros benefícios para que a o adote.

De acordo com Corrêa (1996), o MRP II, possui algumas limitações. Por este ser um pacote de computador, grande, complexo, caro e de difícil alteração no sentido de adaptá-lo as necessidades da empresa usuária, muitas empresas optam por se adaptar as ferramentas ao invés do contrario, o que não é recomendável. Outro aspecto é em relação a exatidão dos dados, pois embora uma grande quantidade de dados estejam disponíveis, estes dados devem ser informados ao sistema de forma sistemática e exata, já que o sistema depende deles para seus procedimentos de entrada de dados.

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