Metodologia e Pesquisa em Administração
Por: Netoanisio • 5/1/2018 • Trabalho acadêmico • 3.877 Palavras (16 Páginas) • 176 Visualizações
RELAÇÃO ENTRE A FORMAÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA IDEAL E A REAL FORMAÇÃO DOS DOCENTES DO COLEGIADO DE ADMINISTRAÇÃO DA UNIVASF COMO FATOR INFLUENTE NA QUALIDADE DO ENSINO SUPERIOR
Bruna Daniela Lima Silva
Bruno Pietro Silva Paiva Braga
Gabriel Arlego Tavares Cavalcanti
José Anísio de Oliveira Neto
Júlio Cesar Almeida Lima
Mariza Macário Bezerra Silva
RESUMO
Este artigo apresenta uma reflexão a respeito da formação didático-pedagógica de docentes do curso de Administração na Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF) e suas possíveis repercussões no ensino aos discentes bacharéis. O estudo se dá através da análise teórica sobre a necessidade de uma formação didático-pedagógica para capacitação de um docente de nível superior em contraponto com a real formação dos professores de Administração da UNIVASF. Tem-se como objetivo demonstrar a importância que a didática tem no processo de aprendizagem dos discentes.
Palavras chave: Ensino. Formação didático-pedagógica. Docentes de Administração.
INTRODUÇÃO
Inicialmente quando se fala em formação dos professores do ensino superior, geralmente vem à cabeça o processo de formação por meio dos cursos de licenciatura. Erroneamente pensa-se que a formação do professor se dá apenas através dos conhecimentos teóricos obtidos ao longo de sua vida de estudos.
No entanto, entre os discentes de diversas instituições de ensino superior, uma das críticas mais constantes é a respeito da didática, na verdade a falta dela, dos professores. Muitos são os casos de docentes com alto nível de conhecimento teórico, mas que não possuem uma didática eficiente para passar o conhecimento adiante para seus alunos.
Na formação dos professores do ensino superior, não só apenas o mestrado ou doutorado deve ser levado em conta como fator principal para sua capacitação enquanto docente, mas também o preparo didático-pedagógico para facilitar a arte do ensinar.
O ensino é algo que deve proporcionar aos alunos, assim como aos professores, novas elaborações e novas sínteses, ampliando a herança cultural e propiciando ao aluno uma compreensão qualitativamente superior dos quadros teóricos e da própria realidade.
Sendo assim, diante desta deficiência presente em muitos docentes do ensino superior, este artigo teve como base a problemática a seguir: Qual a relação entre a formação didático- pedagógica ideal e a real formação dos docentes do colegiado de administração da UNIVASF? Onde será analisado no corpo docente do curso de administração da UNIVASF como se deu a formação didático-pedagógica dos professores, se houve realmente essa formação e a partir de que metodologia os professores vêm desenvolvendo a didática dentro da sala de aula.
REFERENCIAL TEÓRICO
Necessidade de formação didático-pedagógica dos docentes do ensino superior
Durante um longo período, e ainda hoje em dia, muitos acreditaram e acreditam que para se capacitar um bom professor no âmbito do Ensino Superior, necessário seria dispor apenas de comunicação fluente e vasto conhecimento relacionado à disciplina que pretendesse lecionar.
A esse respeito Pimenta e Anastasiou (2002), afirmam em sua obra que o que se vê no mundo da docência é que geralmente não se exige formação pedagógica para os docentes do ensino superior porque, aparentemente, é suficiente o domínio de conhecimentos específicos, pois o que valoriza o docente universitário é a pesquisa e/ou o exercício profissional no campo. Deste ponto de vista, todo professor, automaticamente, seria aquele que ensina, isto é, dispõe o conhecimento aos alunos.
Este entendimento seria, na prática, o mesmo adotado por várias Instituições de Ensino do nível Superior do Brasil, pois há em diversos cursos superiores professores ministrando aula sem ter uma formação didático-pedagógica em seus currículos.
Infelizmente, o que vem sendo levado em consideração para que um professor seja considerado como profissional da área, é o seu conhecimento específico, ou seja, toda sua bagagem teórica que foi adquirida com sua formação.
Amplia-se cada vez mais a exigência de que os professores universitários obtenham os títulos de mestre ou doutor. Inclusive, a própria legislação brasileira na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, no Título VI que trata dos Profissionais da Educação, em seu art. 66 dispôs que a preparação do docente superior seria feita por meio de programas de mestrado e doutorado, nada falando a respeito da formação didático-pedagógica, como se observa no seu teor a seguir: “Art. 66. A preparação para o exercício do magistério superior far-se-á em nível de pós-graduação, prioritariamente em programas de mestrado e doutorado”.
No entanto, é questionável se esta titulação, do modo como vem sendo realizada, pode contribuir efetivamente para a melhoria da qualidade didática no ensino superior.
Os programas de pós-graduação, por exemplo, de maneira geral tendem a priorizar em suas atividades a condução de pesquisas, tornando-se responsáveis, mesmo que não intencionalmente, por reproduzir e perpetuar a crença de que para ser professor basta conhecer a fundo determinado conteúdo ou, no caso específico do ensino superior, ser um bom pesquisador.
Em contrapartida, em meio aos discentes, é comum relatos de que o professor sabe a matéria, porém não sabe como transmiti-la tampouco preparar ou conduzir a aula. Não se importa com o aluno, é distante, por vezes arrogante, e não se preocupa com a docência, priorizando seus trabalhos de pesquisa. Esses casos são tão frequentes que parecem estar inseridos na “natureza”, ou na “cultura”, de qualquer instituição de ensino superior.
Entretanto, para ser um docente com competências para desenvolver sua função, é necessário mais que conhecimentos teóricos específicos.
Vasconcelos (2002, p. 92), sintetiza o que um profissional completo para a função docente necessita possuir:
a) formação técnico-científica, para ter domínio técnico do conteúdo a ser ministrado;
b) formação prática, conhecimento da prática profissional para a qual os seus alunos estão se formando;
c) formação política, isto é, reconhecer a educação como uma prática isenta de neutralidade, cujas ações são políticas e intencionais;
d) formação pedagógica, edificada no fazer cotidiano da profissão docente, metodologicamente desenhada, ou seja, para ensinar, em qualquer nível, o professor necessita ter conhecimento didático.
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