O MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL
Por: EVa Dani Oliveira • 29/10/2017 • Artigo • 4.922 Palavras (20 Páginas) • 390 Visualizações
MARKETING POLÍTICO E ELEITORAL
Maria Alaides, [1]
VACOVSKI, Eduardo [2]
RESUMO
O presente trabalho trata do marketing político e constrói sua lógica a partir do conceito de marketing considerando o distanciamento da atividade política com as demandas da sociedade, tem como objetivos específicos mostrar os quatro eixos do marketing eleitoral, como se dá o planejamento de marketing no mercado eleitoral, conceitos e evolução do mercado político e ainda mostrar campanhas eleitorais históricas. O voto é a razão da política e o eleitor tem sido cada vez mais exigente fazendo com que a política volta-se para o universo mercadológico. Para alguns autores o marketing político como uma ação simplesmente eleitoral, outros entendem que existem diferenças entre eles. O fato é que o marketing tem surgido com grande força nas eleições e tem sido um imperativo na atividade política. O uso do marketing nas campanhas está vinculada à possibilidade desse de captar e sistematizar informações sobre o quadro político, os adversários e, principalmente, os desejos e, de outro as necessidades dos eleitores. Para tanto foi feita uma pesquisa bibliográfica, em artigos, internet, livros e revistas. Conclui-se que O marketing eleitoral não é uma poção mágica que do nada faz surgir um candidato ideal que apresente propostas que satisfaçam a todos os eleitores e resolvam todos os problemas da cidade ou nação.
Palavras-chave: Marketing. Político. Voto
- INTRODUÇÃO
O voto é o combustível da política e a sua obtenção está atrelada ao marketing. O presente trabalho trata do marketing político e constrói sua lógica a partir do conceito de marketing considerando o distanciamento da atividade política com as demandas da sociedade, tem como objetivos específicos mostrar os quatro eixos do marketing eleitoral, como se dá o planejamento de marketing no mercado eleitoral, conceitos e evolução do mercado político e ainda mostrar campanhas eleitorais históricas. O voto é a razão da política e o eleitor tem sido cada vez mais exigente fazendo com que a política volta-se para o universo mercadológico. Para alguns autores o marketing político como uma ação simplesmente eleitoral, outros entendem que existem diferenças entre eles. O fato é que o marketing tem surgido com grande força nas eleições e tem sido um imperativo na atividade política. O uso do marketing nas campanhas está vinculada à possibilidade desse de captar e sistematizar informações sobre o quadro político, os adversários e, principalmente, os desejos e, de outro as necessidades dos eleitores.
Logo, o importante na política não mais pertence ao campo político e sim ao universo mercadológico. Um dos mais importantes acontecimentos da política contemporânea é exatamente algo exterior ao campo da política: o marketing surge com força total e torna-se um imperativo na atividade política.
A indispensável utilização do marketing nas campanhas está relacionada à sua capacidade de captar e sistematizar informações sobre o quadro político, os adversários e, principalmente, os desejos e as necessidades dos eleitores, pensados como consumidores para que, de posse dessas informações, se possa oferecer o melhor produto possível: o candidato.
As últimas eleições evidenciaram a dificuldade que os candidatos tiveram para conquistar votos, pois com a proibição de distribuição de brindes, camisetas, showmícios, com a finalidade de se baratear às campanhas, exigiu-se dos candidatos uma atitude de corpo a corpo, mais próximo dos eleitores. Nessa perspectiva o presente trabalho busca responder como é possível construir um espaço de discussão dos problemas da sociedade de maneira que o parlamentar seja efetivamente um representante dos desejos dos eleitores?
- MERCADO POLÍTICO
- CONEITOS E EVOLUÇÃO
Diariamente nos deparamos com mudanças decorrentes das transformações não só nos setores econômicos e políticos, mas também sociais e culturais e essas mudanças constantes remetem à necessidade de repensar o momento em que se dá o processo eleitoral, nos âmbitos regional, estadual e nacional.
Um estudo conforme Manhanelli (1992) apud em Ferreira Junior (2010, p. 18) foram encontrados escritos deixados pelos gregos e romanos e neles, foi possível perceber que as ações que se fazem presentes nas eleições contemporâneas repetem-se na base da antiguidade e com poucas modificações.
Sabe-se que os Gregos tinham como princípio votar para todos os cargos, o povo elegia os chefes de governo, os legisladores, os juízes, os magistrados, os administradores, os funcionários públicos de toda a espécie, os generais, os embaixadores e os pontífices, só não participavam das eleições as mulheres, os menores de vinte anos, os condenados por infâmia e por uma infinidade de delitos e estrangeiros.
Já na República romana, o pessoal votava divididos em centúrias, cúrias e em tribos, das quais as duas últimas eram as mais favoráveis ao povo em geral e a primeira a nobreza. Mas, isso durou até a Era dos Gracos, então os romanos conheceram um período de desordens e discórdias, impulsionados pela prosperidade, que era um vício, e em que a riqueza corrompeu as instituições, e sobrando do direito eleitoral apenas só as lembranças.
Nos Estados Unidos em meados de 1924 teve o primeiro evento de marketing político, o qual se tem notícias no século XX. Aconselhado por Edward Bernays, que na época era considerado o papa das relações públicas, o presidente Calvin Coolidge, tido como frio e elitista, um homem sério, de poucas palavras e nenhuma simpatia, organizou um café da manhã com artistas na Casa Branca, com vistas a desfazer essa imagem. Evento esse que resultou, segundo Bernardes e Netto (1998), em uma manchete no New York Times do dia seguinte: atores comem panquecas com os Coolidge, presidente quase gargalha. Ali começava a germinar a primeira semente de marketing político na história das eleições norte-americanas, e assim até a Era Obama.
No Brasil o voto também tem a sua história, que foi iniciado no Império, mas as eleições eram decididas pelos patrões, únicas pessoas habilitadas a votar e o voto não era secreto. As eleições eram na igreja matriz, onde os eleitores eram obrigados a assistir a uma missa antes de votar. Depois de um tempo foi estabelecida uma renda mínima para que os cidadãos tivessem o direito de votar, até que chegou ao voto eletrônico nos dias atuais.
Para Ferreira Junior (2010, p. 26), na democracia brasileira, o marketing é uma técnica ou uma arma que aos poucos vem substituindo todos os demais métodos político-eleitorais. Afirmando isso porque: se antes o que decidia era a opinião do chefe político do lugar ou uma rede bem-estruturada de cabos eleitorais, agora o que pesa é a imagem construída na campanha e se antes o centro de uma campanha era constituído pelas propostas políticas, agora o núcleo, o carro-chefe, o cérebro de uma campanha, passou a ser o setor de marketing, direcionando as referidas propostas.
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