O Multiculturalismo e Políticas Afirmativas
Por: bambi23 • 14/11/2017 • Relatório de pesquisa • 983 Palavras (4 Páginas) • 458 Visualizações
Multiculturalismo e Políticas Afirmativas
A idéia do multiculturalismo possui diferentes tipos de concepções, variando entre os distintos pensadores, sendo assim podemos defini-lo como a pretensão da expandir a tolerância e aceitação de diversas culturas em um mesmo território e/ou nação, trazendo a tona suas distinções e peculiaridades. Segundo alguns especialistas, essas particularidades devem além de serem respeitadas mas também incentivadas. Siss defende a tese de que:
O multiculturalismo se apresenta com em área de confronto das diferentes ideologias que visam conformar diferentes práticas políticas (...) O multiculturalismo constitui-se ainda como uma característica fundamental e intriseca a sociedades culturalmente estratificadas nas quais essa diversidade é visto com elemento de tensão dos processos de construção de identidade nacional (Siss, 2003: 88).
Existem muitos autores que apóiam a ideia de que todas as culturas possuem o mesmo valor dentro da comunidade, se analisarmos veremos que tal pensamento é verdadeiro, pois se considerarmos a evolução da nossa sociedade podemos perceber que de fato cada uma contribuiu a sua maneira para a construção da mesma. Há culturas tolerantes, intolerantes, desconhecidas, algumas que causaram grandes impactos e mudanças porém outras nem tanto; entretanto elas não devem ser subjugadas, caso isso aconteça o multiculturalismo deixaria de ser uma construção social e serviria apenas para promover desigualdade e segregações. Como afirma Francisco Andrade (2007, p.47).
A defesa do multiculturalismo, em sua forma mais cruel, ocorre justamente na defesa do pluralismo étnico, ou seja, no reconhecimento da diversidade cultural e/ou racial de um país, por exemplo, onde a principal orientação multicultural seria construir ou preservar as diferenças na forma de desigualdades
A desigualdade sobre o multiculturalismo ocorre quando um determinado grupo inicia um processo de negação ao outro ignorando suas alteridades, os menosprezando apenas por possuírem determinadas características étnicas, religiosas e fenótipas. Evento
ocorrido principalmente sobre os negros e indígenas durante vários anos e que resulta atualmente em uma forte onda de discriminação e racismo. Tais descriminações que vem desde a colonização, onde estes eram considerados como seres inferiores como mercadorias, e onde eram obrigados a fazer as vontades de seus “donos”, apesar de toda a dificuldade passada por estas pessoas eles mantiveram e continuaram a conduzir suas características étnicas, religiosa até hoje mantendo a cultura de seus antepassados até os dias atuais.
Muito tempo se passou porém a mentalidade preconceituosa das pessoas com o tempo não foi deixada para traz, pois mesmo com o passar dos anos e os negros cada vez mais conquistando espaço perante a sociedade ainda são menosprezados das mais diversas formas.
Para promover os direitos igualitários e reverter às disparidades extremas e duradouras foram criadas as chamadas ações afirmativas. Segundo Joaquim Barbosa Gomes elas podem ser definidas como:
Um conjunto de Políticas Públicas e privadas de caráter compulsório, facultativo ou voluntário, concebidas com vistas ao combate à discriminação racial, de gênero e de origem nacional, bem como para corrigir os efeitos presentes da discriminação realizada no passado tendo por objetivo a concretização do ideal de efetiva igualdade de acesso a bens fundamentais como educação e emprego (Gomes, 2001: 40).
Podemos usar a educação como exemplo, onde se tem o sistema de cotas, que possibilita a entrada de negros no ensino superior, é uma medida para se ter a igualdade, conduzindo a pessoa pobre e negra a ter uma educação semelhante a dos demais, e também para que tenham a oportunidade de formarem lideranças na sociedade, e que espelhem na mesma diversidade de cor gerando a integração.
Esta questão levantada gera muita polemica a aqueles que vêm isto como uma maneira de classificar e diferenciá-los uns dos outros tornando assim a pessoa que se enquadra neste sistema como alguém que não tem a capacidade de competir por uma vaga com as demais, como se estes tivessem menos capacidade intelectuais, caracterizando os cidadãos que se encaixam neste sistema como inferiores, estigmatizando a desigualdade cultural e racial. Dessa forma, como diz Guimarães (2002):
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