O Plano Real
Por: Solivan Belique Filho • 20/11/2018 • Trabalho acadêmico • 1.457 Palavras (6 Páginas) • 116 Visualizações
FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR DE LINHARES – FACELI
PLANO REAL
Projeto de pesquisa apresentado à disciplina de economia do curso de Administração da Faculdade de ensino superior de Linhares (FACELI).
Professor: Ricardo Paixão
LINHARES
2017
SUMÁRIO
1. CONTEXTO HISTÓRICO---------------------------------------------------------------------------------- 3
2. INTRODUÇÃO: O PLANO REAL------------------------------------------------------------------------ 3
2.1. OBJETIVO DO PLANO-------------------------------------------------------------------------- 4
2.2. MEDIDAS ADOTADAS-------------------------------------------------------------------------- 4
3. EFEITOS NO CURTO E LONGO PRAZO------------------------------------------------------------- 5
4. CONCLUSÃO------------------------------------------------------------------------------------------------- 6
5. REFERÊNCIAS---------------------------------------------------------------------------------------------- 7
1. CONTEXTO HISTÓRICO
Após o impeachment do presidente Fernando Collor de Mello, em 29 de dezembro de 1992, Itamar franco assume a presidência da república em um dos quadros econômicos mais caóticos possíveis, pois o país vivia uma recessão extrema, com a inflação de 1200% ao ano. Em 19 de maio de maio de 1993, Fernando Henrique Cardoso foi nomeado a ministro da fazenda pelo então presidente Itamar franco, com a missão de controlar/combater a inflação que assolava a economia brasileira. O país vinha de uma longa hiperinflação que chegou ao acúmulo de 1.142.332.741.811.850% de julho de 1965 a julho de 1994. Antes que o Plano Real fosse criado a economia nacional viu a sua moeda mudar por várias vezes, mais precisamente, seis moedas circularam no Brasil no período de 1942 a 1993, a saber: cruzeiro novo (1967), cruzeiro (1970), cruzado (1986), cruzado novo (1989), cruzeiro (1990) e cruzeiro real (1993).
2. INTRODUÇÃO: O PLANO REAL
Com a grande missão de acabar com a inflação no país, o então ministro da fazenda, Fernando Henrique Cardoso, juntamente com sua equipe de economistas, formada por Pérsio Arida, André Lara Resende, Francisco Lopes, Gustavo Franco, Pedro Malan, Edmar Bacha e Winston Fritsch, começaram a trabalhar em como conter a hiperinflação que a anos não houve um plano que pudesse contornar essa situação, de formada duradoura, da economia brasileira, o Plano Real foi a solução para esse grande problema.
O real se tornou a moeda oficial do Brasil em 1º de julho de 1994, mas o plano econômico começou a ser arquitetado muito antes, em 1º de agosto de 1993, foi lançado o Cruzeiro Real que teve como objetivo o ajuste de valores. Em 28 de fevereiro de 1994, iniciou-se a publicação dos valores diários da Unidade Real de Valor (U.R.V.) pelo Banco Central. A URV foi uma das medidas adotadas pelo plano que serviria como moeda escritural para todas as transações econômicas, com conversão obrigatória de valores, promovendo uma desindexação geral da economia, que transformava a URV em Real e atrelava cada Real ao dólar americano, de forma que cada Real valia um dólar. A URV foi a chave do sucesso para que a inflação inercial fosse vencida, na prática: se você entrasse no supermercado para comprar frango, na prateleira ele estaria marcado com o preço “1 URV”. No caixa, o valor seria convertido na moeda “de verdade” para realizar o pagamento. Pouco a pouco, a inflação inercial foi enfraquecendo e a economia se acostumou aos preços estáveis.
2.1. OBJETIVO DO PLANO
Como foi dito no item anterior, o Brasil viveu uma superinflação por muitos anos. Os planos anteriores ao Real não obtiveram êxito em seu propósito de estabilizar a economia combatendo a inflação. Assim como a maioria dos planos econômicos, o Plano Real tinha como objetivo principal acabar, ou pelo menos, diminuir a inflação. Além dos objetivos secundários que iriam acontecer naturalmente se o plano desse certo, tais como, confiabilidade dos investidores internacionais em relação ao Brasil, redução da pobreza, qualidade de vida, entre tantos outros. Mas para que esse objetivo fosse alcançado foram adotadas algumas medidas para a execução do plano.
2.2. MEDIDAS ADOTADAS
As medidas adotadas pelos economistas que participaram do Plano Real foram:
- Desindexação da economia: Com a implementação da Unidade Real de Valor (U.R.V.) os preços seriam ajustados para um valor que eles efetivamente deveriam ter. assim corrigindo a inflação que havia pouco a pouco e preparando o quadro econômico para a nova moeda, o Real.
- Privatizações: A troca na propriedade de grandes empresas brasileiras eliminou a obrigação pública de financiar investimentos (que causam inflação se for feito pelo governo através da emissão de moeda sem lastro) e possibilitou a modernização de tais empresas (sob controle estatal havia barreiras impeditivas para tal progresso, como burocracia e falta de recursos).
- Equilíbrio fiscal: Essa medida está, de certo modo, ligada a medida anterior, pois a privatização das empresas gerou uma renda para o governo e principalmente, cortou alguns gastos que tinha para sustentar as mesmas. Além disso houve um aumento de cinco pontos percentuais nas nos impostos federais.
- Abertura econômica: Com a redução de tributos sobre a importação, esperava-se que o volume de importação aumentasse, fazendo com que as empresas nacionais buscassem se aperfeiçoar para concorrer com os produtos importados.
- Contingenciamento: muito parecido com a medida anterior. Como efeito da valorização do real, esperava-se um aumento das importações, com aumento da oferta de produtos e aperfeiçoamento da indústria nacional via concorrência com produtos estrangeiros.
- Política monetária restritiva: Aumento da taxa básica de juros que chegou a 45% ao ano e da alíquota do depósito compulsório dos bancos. A taxa de juros teve inicialmente dois propósitos: financiar os gastos públicos excedentes até que se atingisse o equilíbrio fiscal, e reduzir a oferta de crédito, considerados agentes inflacionários. Os financiamentos chegaram a ter o prazo de quitação regulado pelo governo. O aumento do depósito compulsório dos bancos teve o propósito de reduzir a quantidade de dinheiro disponível para empréstimos e financiamentos dos bancos, uma vez que estes são obrigados a recolher compulsoriamente uma parte dos valores ao Banco Central.
3. EFEITOS NO CURTO E LONGO PRAZO
O efeito regulador do Plano Real foi imediato e muito positivo em seu propósito. A inflação calculada sobre a URV nos meses de sua vigência, ficou em torno de 3%, enquanto que a inflação em cruzeiros reais foi de cerca de 190%. Até o início da circulação do real, em 1º de julho de 1994, a inflação acumulada foi de 763,12% no ano e 5.153,50% nos doze meses anteriores.
A inflação que antes consumia o poder aquisitivo da população brasileira, impedindo que as pessoas permanecessem com o dinheiro por muito tempo, estava agora controlada. O efeito imediato, e mais notável do Plano Real, foi a aposentadoria da máquina-símbolo da inflação, a “remarcadora de preços” presente no comércio.
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