Ontogênese e Formas Particulares da Função de Direção: Introdução aos Fundamentos Históricos para a Crítica Marxista da Administração
Por: Matheus Augusto • 28/10/2019 • Resenha • 551 Palavras (3 Páginas) • 318 Visualizações
Matheus Augusto Botelho Oliveira Alvares 201746030
Resenha 1 tópico 2
Ontogênese e Formas Particulares da Função de Direção: Introdução aos Fundamentos Históricos para a Crítica Marxista da Administração
Questões orientadoras:
(Q1) como se diferenciam a preparação e a realização e como podem estar articuladas?
(Q2) quais são as diferenças essenciais da administração entre os modos de produção não capitalistas?
(Q3) qual é, afinal, a especificidade da administração?
No texto de Paço-Cunha, Ontogênese e Formas Particulares da Função de Direção: Introdução aos Fundamentos Históricos para a Crítica Marxista da Administração, o autor busca identificar a especificidade da administração frente às outras práticas sociais. Para tanto é feita uma observação da origem primitiva do trabalho através da interação inalienável do homem com a natureza, que busca através de relações de “se-então” sua sobrevivência.
Através de incontáveis gerações o homem foi dominando a natureza com o processo de hominização, que através da transformação da natureza e de si próprios, se puseram para além do orgânico e inorgânico, se tornando cada vez mais um ser social.
O radical do que é a administração hoje está na atividade produtiva, o trabalho, sem o qual não seria possível o desenvolvimento da humanidade. Fazendo uso das relações de “se-então”, o homem através de sua interação com a objetividade pela prática do trabalho desenvolvea a subjetividade do trabalho assim adquirindo conhecimento para aprimorar a objetividade agora modificada.
Essa relação entre objetividade e subjetividade é que nos permite falar sobre preparação e realização, que juntas constituem a atividade produtiva. Quando o homem realiza certa prática produtiva sobre a qual ele não tinha conhecimento prévio, ele desenvolve sua subjetividade decorrente da interação com a nova objetividade, esta subjetividade e o conhecimento adquirido logo se transforma em preparação, onde na próxima vez que ele se relacionar com esta objetividade ele já terá um norte por onde seguir adquirido em sua relação anterior.
Mas isso não basta para dizer que há uma relação de preparação-realização, é necessário que a atividade seja realizada tendo em vista determinados fins antecipadamente existentes na subjetividade, ou seja, um pôr teleológico de ordem primária. Nesse ponto a subjetividade do pôr teleológico foi desenvolvida através das relações do homem com a natureza, portanto desprendida do instinto.
A forma como a sociedade se organiza para promover sua economia é fator determinante para encontrar a especificidade da administração, pois com a divisão do trabalho as funções de preparação e realização podem ser exercidas por diferentes indivíduos e assim surge uma nova função no trabalho, a função de direção. Primariamente isso não é fator de rompimento, mas quando se estabelecem classes sociais, e a classe dominante exerce a função de direção, esta se separa do processo do trabalho e agora há um antagonismo entre a classe dominante que exerce a função de direção e a classe dominada que efetivamente modifica a natureza.
A grande diferenciação desta nova função de direção é justamente que o homem que ocupa essa função não é mais agente modificador da natureza exercendo seu trabalho na objetividade, agora seu instrumento de trabalho é a linguagem e a sua matéria prima é a subjetividade de outros homens que então exercerão sim atividade produtiva.
Nos modos de produção não capitalistas o individuo que exerce a função administrativa só o faz sendo de determinada casta social, e ocorre por meio da coerção visando garantir a extração do mais-trabalho em benefício da sociedade e não privado.
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