PROJETO DE PESQUISA: PRIMEIRAS QUESTÕES
Por: Laura Maia • 17/9/2015 • Trabalho acadêmico • 4.491 Palavras (18 Páginas) • 417 Visualizações
- INTRODUÇÃO
A pesquisa científica tem sido considerada uma ferramenta que se vivencia a cultura universal e que tem por finalidade o ensino, a pesquisa e a extensão, sendo organizada para a formação de profissionais que atuarão na sociedade (RODRIGUES, 2006).
A pesquisa científica tem por objetivo contribuir com a evolução dos saberes humanos em todos os setores, sendo sistematicamente planejada e executada através de rigorosos critérios de processamento das informações. Os trabalhos de graduação devem produzir ciência, ou dela derivar, ou acompanhar seu modelo de tratamento (FONTE, 2004).
Diante disso, a análise do livro em questão consiste na produção de novos conhecimentos, a fim de contribuir para demais pesquisas e realização de trabalhos no decorrer do curso.
- PROJETO DE PESQUISA: PRIMEIRAS QUESTÕES
A exigência de fazer uma pesquisa no final de um curso, geralmente causa, entre os alunos, uma sensação incômoda: a pesquisa é compreendida como aquele trabalho difícil, que o aluno não tem ideia de como começar ou se vai conseguir terminar (GONSALVES, 2007, p.9).
Segundo Gonsalves, esse trabalho não é tarefa fácil diante da resistência criada pelo aluno. O primeiro passo para quebrar essa resistência talvez seja o de criar uma abertura para uma compreensão, a de que o processo de pesquisa pode ser prazeroso.
Ao optar por um trabalho de pesquisa científica, você se depara com a necessidade de tomar algumas decisões. Por exemplo, você precisa definir o que vai estudar que tipo de abordagem irá fazer que recursos metodológicos irá utilizar (GONSALVES, 2007, p.10).
- Definindo o que é um projeto de pesquisa
O momento mais privilegiado de um curso de graduação é a construção e análise do projeto de pesquisa, pois lá estaria escrito o sonho, à vontade. Como uma planta que se faz para construir uma casa: é o desejo que está contido ali. A casa não é o melhor momento, não é a fase mais criativa, é o que “deu pra fazer” (GELPI apud GONSALVES, 2007, p.11).
O projeto de pesquisa deve funcionar como um guia do pesquisador em relação aos passos a seguir. Apesar de ser um roteiro pré-estabelecido e rigorosamente elaborado, o projeto não é imutável, ao contrário, ao longo da investigação você pode incorporar novos elementos ao projeto, elementos que não foram previstos inicialmente. Esse movimento de abertura é próprio de qualquer atividade planejada (GONSALVES, 2007, p.11).
O projeto deve ser entendido como um produto, pois é um documento escrito resultante de um exercício acadêmico e científico, e também como um processo, pois é um instrumento dinâmico, que tem a importante característica de ser flexível (GONSALVES, 2007, p 12).
O planejamento deve ser feito durante todo o processo de investigação e não só no momento inicial. É necessário elaborar um guia como ponto de partida, que ao longo dos estudos novos elementos podem ser incluídos ou descartados (GONSALVES, 2007, p.12).
Para Gonsalves a finalidade de um projeto é possibilitar a comunicação entre os pares, permitindo uma troca de experiências. É importante ressaltar a finalidade pedagógica, ao elabora-lo você estará exercitado regras do jogo científico, nesse aspecto, esse exercício de elaboração é fundamental para a formação do pesquisador.
- A estrutura básica de um projeto de pesquisa
Um projeto de pesquisa pode ser organizada de várias maneiras. Um pesquisador pode optar por apresentar o seu sumário do projeto da forma que mais lhe agrada. Qualquer que seja sua apresentação, o projeto deve iniciar a partir do núcleo básico, respondendo as seguintes perguntas.
- O que pesquisar?
- Por que pesquisar?
- Para que pesquisar?
- Como pesquisar?
- Quando pesquisar?
- Com que recurso?
- Pesquisado por quem?
Respondidas cada pergunta do núcleo básico é hora de pensar na melhor forma de apresentar o seu projeto (GONSALVES, 2007, p.14).
A forma de apresentação do projeto está, primeiramente, vinculada à construção do problema, já que está intimamente relacionada ao conteúdo. Isto significa que, ao delimitar o seu problema, você deve pensar na exposição mais adequada para o seu texto (GONSALVES, 2007, p 15).
Por isso, dedique um pouco do seu tempo para pensar sobre a forma de organização do seu projeto. Lembrando que existe uma lógica na forma. Ela não é depositária do seu projeto, mais que isso, a forma apresentada que faz o projeto. A partir dos núcleos básicos, sinta-se a vontade para dispor de forma criativa o seu trabalho (GONSALVES, 2007, p.15).
- Subjetividade e investigação científica
Diferente de Goldenberg (1999), Gonsalves (2007), não crer que a “separação” seja uma condição necessária para que possa emergir um olhar crítico sobre a pesquisa, destacando assim, três pontos importantes para o referido assunto:
- Possibilidade de compreender a partir do envolvimento – Destaca-se a desconfiança sobre o suposto “olhar privilegiado” de posições que, de tão distanciadas, de tão iluminadas, não enxerga mais. Propondo então o caminho inverso, aquele que acentua a condição para buscar a compreensão que nada mais é assumir uma condição natural do ser humano: a condição do estar junto, a condição de pertencer existencialmente a uma sociedade.
- Relação sujeito-objeto do conhecimento -
Nos estudos sobre as bases biológicas do entretenimento humano evidenciam que o cérebro não é um sistema que processa informações; ao contário; é um criador de imagem da realidade. A realidade seria, portanto, uma expressão da organização cerebral que interage com imagens, modificando-as à luz das experiências reais (MATURANA, VARELA apud GONSALVES, 2007, p 18).
A relação sujeito-objeto assume a forma de um continuum. Todo esforço de compreensão do mundo advêm de um espírito contemplativo, que modifica o que se vê. Fazer ciência é, portanto, um exercício de criação e de admiração (GONSALVES, 2007, p.18).
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