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PROJETO MULTIDISCIPLINAR DE RECURSOS HUMANOS

Por:   •  23/11/2020  •  Trabalho acadêmico  •  2.090 Palavras (9 Páginas)  •  234 Visualizações

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PROJETO MULTIDISCIPLINAR: UMA EXPERIÊNCIA PRÁTICA NO ENSINO DE PROGRAMAÇÃO EM UM CURSO DE ENGENHARIA DA COMPUTAÇÃO Luciana A M Zaina - luciana@facens.brFaculdade de Engenharia de Sorocaba Rdv Senador José Ermírio de Moraes, Km 1,5 18087-125 - Sorocaba - SP Fábio L Caversan - fcaversan@facens.brResumo: Este artigo tem como propósito apresentar uma experiência multidisciplinar realizada com um grupo de alunos de um curso de Engenharia da Computação. O trabalho foi desenvolvido pelas disciplinas de Estruturas de Dados e Algoritmos e Linguagem de Programação II. O foco foi motivar os alunos a desenvolver, através de uma linguagem orientada a objetos, soluções de problemas propostos por eles mesmos aplicando as técnicas estudadas na disciplina de Estrutura de Dados e Algoritmos. Palavras-chave: Projeto multidisciplinar, Ensino de programação, Interdisciplinaridade. 1. INTRODUÇÃO O ensino da programação é um tema muito estudado e discutido devido as diversas formas de se abordar o aspecto da aprendizagem nesta área. A importância do ensino da programação está não só no conteúdo abordado, mas também na capacidade de transpor os conceitos estudados para uma linguagem de programação. GREENING (2000) destaca que no ensino da programação é fundamental adotar mecanismos que permitam ao aluno aplicar de fato o conteúdo estudado, evitando assim que a frustração possa atingir os alunos. Envolver os alunos na solução de diferentes situações problemas se constitui em uma estratégia de ensino que contribui para o desenvolvimento da aprendizagem dentro do contexto da programação. Analisando o contexto da aprendizagem de maneira ampla deve-se destacar a importância do aluno permanecer ativo dentro do processo de ensino para que ele possa ser parte integrante e responsável do seu próprio desenvolvimento. O aluno deve encarar as aulas e seus conteúdos como uma realidade, destaca MASETTO (1998), para que ele possa desenvolver não somente o senso crítico como também se sinta estimulado a participar de discussões, estudos e pesquisas na prática. Uma das formas de motivar os alunos a participarem do seu processo de construção do conhecimento é realizando projetos onde o aluno interage nos processos de decisão a respeito da tarefa. Outro ponto importante é o intercâmbio entre diferentes conteúdos em diferentes disciplinas. A multidisciplinaridade se caracteriza pela intensidade das trocas e de integração entredisciplinas de um curso. A aplicação de projetos multidisciplinares em cursos de graduação da

área de computação pode se constituir de um mecanismo instigador para que o aluno possa de fato constatar como os conteúdos abordados no curso podem ser aplicados de maneira conjunta. Porém, para que um projeto multidisciplinar funcione de fato é necessário haver um procedimento de aplicação, uma coordenação que integre objetivos, atividade, procedimentos, planejamento e proporcione o intercâmbio e a troca de conhecimentos. O objetivo deste trabalho é apresentar uma experiência realizada em 2004 com uma turma do curso de Engenharia da Computação do período integral da Faculdade de Engenharia de Sorocaba, onde os alunos desenvolveram um projeto envolvendo as disciplinas de Estrutura de Dados e Algoritmos e Linguagem de Programação II (abordagem em Paradigmas de Programação). O curso trabalha com regime anual e a atividade foi realizada no 2º semestre do período letivo. A experiência teve um período de planejamento da atividade, realizado pelos docentes responsáveis pelas disciplinas envolvidas, antes da atividade ser aplicada. Os docentes tinham como foco principal apresentar aos alunos como os conceitos estudados em disciplinas diferentes, mas que fazem parte de um mesmo eixo de conhecimento, poderiam se integrar de forma prática. 2. ENSINO DA PROGRAMAÇÃO DE COMPUTADORES Diversas são as estratégias que podem ser adotadas no ensino de programação num curso de graduação na área de computação sendo que cada vez mais, docentes buscam maneiras motivadoras para inserir aos alunos os conceitos que envolvem as técnicas de programação. Segundo GREENING (2000), a estratégia mais comum de ensino de programação se constitui em aulas teóricas que são complementadas por laboratórios onde os alunos aplicam, através de uma linguagem de programação, os conteúdos abstratos aprendidos. Embora esta seja uma estratégia importante dentro do processo de ensino da programação ela não deve ser isolada, pois podem acabar por gerar um processo de reprodução daquilo que foi transmitido em sala de aula em detrimento com a real construção do conhecimento. JENKINS (2002) aborda que as dificuldades do ensino de programação podem estar em fatores cognitivos que envolvem tanto diferentes estilos de aprendizagem bem como a motivação dos alunos diante do objeto a ser aprendido. Visualizar a construção de programas em diversos paradigmas de linguagens de programação não é transparente ao aluno. As dificuldades encontradas durante o processo de aprendizagem são reflexos de diversos problemas como lógica de programação, a não familiaridade com um determinado paradigma, entre outros. Estas barreiras podem se tornar ainda maiores quando a abordagem está relacionada a conceitos da programação orientada a objetos, JONES (2003), JENKINS (2002) e THRAMBOULIDIS (2003). É fundamental haver, durante o processo de aplicação dos conceitos, um maior foco na solução do problema, e não na sintaxe da linguagem utilizada. Segundo as Diretrizes Curriculares de Cursos da Área de Computação e Informática, “o estudo de programação não se restringe ao estudo de linguagens de programação. As linguagens de programação constituem-se em uma ferramenta de concretização de software, que representa o resultado da aplicação de uma série de conhecimentos que transformam a especificação da solução de um problema em um programa de computador que efetivamente resolve aquele problema.” Esta abordagem reforça o princípio de que o importante para o aluno é saber aplicar de maneira coerente as técnicas e abordagens estudadas através dos paradigmas de programação. Segundo AZEREDO (2000), “o conhecimento e o domínio das estruturas de dados e suas representações físicas são importantes para selecionar, de acordo com a aplicação, qual a forma mais eficiente e eficaz de representar os dados”. O ensino das estruturas de dados deve estar apoiado na forma de como os dados são estruturados durante a solução de um problema,

mostrando que algoritmos e estruturas de dados devem se complementar para obtenção de um produto final. Normalmente, o trajeto a ser percorrido pelo aluno durante o ensino da programação, adotado pelos diversos cursos de graduação, se inicia com a aprendizagem da programação imperativa, pois a mesma possibilita que a lógica de programação possa ser explorada nos alunos com maior facilidade. Quando o aluno começa a ter contato com uma linguagem orientada a objetos ele sente muitas vezes dificuldades em transpor as barreiras que diferenciam os estilos de programação imperativa e orientada a objetos. Este trajeto, sobretudo, ainda é o mais adotado, pois segundo BURTON E BRUHN (2003), o paradigma orientado a objetos utiliza estruturas existentes no paradigma imperativo. Caso seja invertida a ordem no processo de aprendizagem destes paradigmas, seria necessário explorar os aspectos estruturais imperativos primeiro para depois introduzir os conceitos da orientação a objetos propriamente dito. Além disto, dar soluções através de uma linguagem procedural é muito mais fácil para o aluno. O aluno sente-se mais à vontade em manipular as estruturas de dados e os algoritmos através de uma linguagem procedural. Embora a linguagem orientada a objetos apresente a forma nativa de modelar as estruturas. Sintetizando de maneira objetiva as diretrizes que regem o ensino da programação em conjunto com as necessidades de formação profissional torna-se claro que a multidisciplinaridade entre diferentes conteúdos que compõem o eixo do ensino de programação é uma forma de apresentar ao aluno como diversos conteúdos de disciplinas diferentes podem ser integrados para a solução de um problema. Ou seja, dentro do aspecto abordado neste trabalho é possível concluir que o conteúdo abordado na disciplina de linguagem de programação poderá ser o ferramental para se obter a solução de um determinado problema utilizando-se estruturas de dados e algoritmos. 3. INTERDISCIPLINARIDADE E MULTIDISCIPLINARIDADE NO ENSINO SUPERIOR Segundo OLGUIN (2002), interdisciplinaridade consiste na prática da interação entre os componentes do currículo de um curso. A interdisciplinaridade permite que os envolvidos (alunos e docentes), estabeleçam uma relação entre os conteúdos de diferentes disciplinas. Um projeto multidisciplinar é aquele que envolve mais de uma disciplina dentro do seu processo de estudo e execução. Uma atividade multidisciplinar possibilita a exteriorização de aspectos que possuem ou não relação entre os conteúdos envolvidos no trabalho, contribuindo para que a interdisciplinaridade ocorra. A fragmentação de conteúdos abordados em diferentes disciplinas normalmente não permite que o aluno aflore para novas aplicações de conhecimento que extrapolem a visão unificada. Cada vez mais se deseja do aluno que ele tenha uma compreensão da importância da interação e transformação recíprocas entre as diferentes áreas de sua formação. Quando não há incidências de interdisciplinaridade em um curso de graduação o aluno pode ter a sensação de que os conteúdos que ele aprendeu não são suficientes para sua vida profissional, já que o mercado de trabalho globalizado utiliza os conteúdos de forma integrada. Além disto, o processo de mudanças tecnológicas dadas pelo processo acelerado de disseminação de informação intensifica a necessidade de uma visão prática da interdisciplinaridade de conteúdos, aborda SIQUEIRA (1999). Deve estar claro o ensino de disciplinas isoladas também são importantes para a formação do aluno. Porém, em certos momentos da formação do graduando é fundamental que ele visualize a conexão e integração dos conceitos. Para SIQUEIRA E PEREIRA (1995), “trabalhar com a interdisciplinaridade não significa negar as especialidade e objetividade de cada ciência. O seu sentido, reside na oposição da concepção de que o conhecimento se

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