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Resenha Crítica: A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo

Por:   •  1/4/2018  •  Resenha  •  863 Palavras (4 Páginas)  •  752 Visualizações

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Atividade Avaliativa apresentada ao Curso de Mestrado Acadêmico em Administração

Disciplina:

Teorias das Organizações

Professor:

Dr. Carlos Alberto Gonçalves

Alunos:

Gustavo Carvalho, Kelle Carvalho, Lucas Araújo e Rui Barbosa

Resenha Crítica

FERREIRA, Franklin. Uma Introdução a Max Weber e à Obra “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo”. Fides Reformata, vol. V, nº 2, junho a dezembro, 2000.

Franklin Ferreira faz uma crítica no seu artigo à pesquisa de Weber (1904) “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo”, a qual concluiu que alguns ramos do protestantismo deram uma importante contribuição para a formação do espírito do capitalismo.

O artigo inicia-se com uma apresentação da obra de Weber, seguido da “Introdução”, onde o autor já inicia seu resumo, do “Problema” que se subdivide em “Filiação Religiosa e Estratificação Social”, de “O Espírito do Capitalismo”, e de “A Concepção de Vocação de Lutero - A Tarefa da Investigação”. A segunda parte do artigo refere-se à “Ética Vocacional do Protestantismo Ascético”, que se subdivide em “Fundamentos Religiosos do Asceticismo Laico” e “A Ascese e o Espírito do Capitalismo”. Por fim suas críticas na “Conclusão”.

“A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo”, importante escrito teórico de Max Weber, buscou vincular a economia capitalista ao conteúdo doutrinal do protestantismo. Sua pesquisa parte de uma intrigante constatação da diferença de carreiras de filhos de católicos, (tendentes às humanísticas), e de protestantes (tecnicistas) do Vale do Ruhr na Alemanha. Ele busca determinar “O Espírito do Capitalismo” sob a ética de Beijamin Franklin, citando suas conhecidas máximas e a disciplina monástica e ascética, que estabelece que o dinheiro não deva ser gasto com diversão e conforto, e sim investido para gerar mais dinheiro. O autor segue com o resumo da obra na qual Weber busca a raiz do moderno sistema capitalista no conceito protestante de vocação: para viver de modo digno, o cristão deve levar em conta sua vocação, e esta é atribuída pelo Senhor como se fora um posto de serviço, uma forma de viver. O calvinismo é a primeira ética cristã que deu ao seu trabalho um caráter religioso.

Na segunda parte do seu estudo, Weber detalha os quatro, segundo ele, representantes históricos do protestantismo ascético. O Calvinismo com seu dogma da doutrina da predestinação: intensa atividade profissional para fortalecimento da vocação, interpretada como um dever de obter certeza da própria dedicação e justificação na luta diária pela vida. O Pietismo, que forneceu uma base religiosa para uma ética vocacional ainda mais sólida que a mera respeitabilidade laica dos luteranos. O Metodismo, no qual a doutrina da predestinação foi substituída, e a santificação obtida pela libertação do pecado pregado pelo puritanismo. E por último, o grupo dos Anabatistas, que aumentou a intensidade do conceito vocacional de caráter econômico.

Para a relação da Ascese e o Espírito Capitalismo de Weber, a vocação ascética reformada é um mandamento de Deus a todos, para que trabalhem em sua glória. Sustenta ainda que à medida que foi se estendendo a influência do estilo de vida puritano, centrado na ideia da vocação, foi favorecido o desenvolvimento de uma vida econômica mais racional e puramente burguesa.  

Franklin Ferreira na sua conclusão critica o estudo de Weber inicialmente citando Ryken (1992), o qual apontou resultados infelizes da obra ao descrever como o mais alto objetivo de vida dos protestantes fosse o de ganhar dinheiro. O autor afirma que Weber fez confusão histórica na definição dos quatro representantes do protestantismo, e que a doutrina da predestinação foi retirada de seu contexto mais amplo. Segundo ele, Calvino tem o pensamento econômico de saber qual atitude, meios lícitos e uso o Senhor deseja diante dos bens materiais, enfatizando a caridade. Segue aferindo as limitadas e tendenciosas fontes utilizadas em sua pesquisa e afirmando que o capitalismo só se desenvolveu entre os protestantes em virtude do afrouxamento da doutrina e da ética reformadas. O artigo é finalizado com uma série de contestações e argumentos de cunho político-religiosos que foram apontados pelo autor.

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