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Resenha Crítica: Louca nos Deuses

Por:   •  4/9/2015  •  Ensaio  •  560 Palavras (3 Páginas)  •  493 Visualizações

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Deu a Louca nos Deuses

O filme retrata o cotidiano e a cultura dos Kalahari, nesta aldeia os Boxiames vivem isolados da civilização, o cotidiano dos habitantes da aldeia passa a ser quebrado com o surgimento de um objeto (garrafa de Coca-Cola) iniciando desta forma o processo de mudança desta civilização, pois eles adaptaram o objeto de forma que auxiliasse nas atividades da aldeia, surgindo desta forma, sentimentos e atitudes desconhecidas por eles, tais como, sentimento de posse, raiva, ciúmes e egoísmo e passaram a chamar o objeto de “coisa maligna” pelo fato de causar tais sentimentos.

Com base nos sentimentos e atitudes provocadas pelo objeto, Xi um dos habitantes da aldeia decide devolver aos Deuses a “coisa maligna”, iniciando sua jornada ao fim da terra, durante a jornada Xi se depara com um “choque cultural”, quando ele encontra Kate, Andrew e Mpudi, considerando-os Deuses, pois são diferentes dele Kate é feia, Andrew solta fumaça pelas narinas e pela boca e Mpudi tem pelos na “cara” e andava em um animal estranho, e ambos não falavam, emitiam sons semelhantes ao dos macacos. “Este choque gerador do etnocentrismo nasce talvez na constatação das diferenças.” (p.8), ao constatar que eles não são Deuses, pelo fato de não quererem a “coisa maligna” de volta e por Mpudi ter falado que Xi deveria jogar a garrafa, este constata que eles não são Deuses.

Ao buscar alimento, Xi vai à caça e novamente ele estranha o comportamento das pessoas, pois na sua cultura eles repartem a caça, com base nisso Xi, mata uma cabra pertencente à outra pessoa, e afirma que iria dividi-la, o dono da cabra, desconhecendo este hábito de repartir, e o idioma de Xi, julga que o mesmo está roubando e aciona a polícia. Na chegada da polícia ao local e a retirada brusca da caça da posse de Xi, o mesmo considera o policial rude ao não querer dividir a caça com ele, decidindo caçar outra cabra, sendo preso ao tentar caçar novamente, este conflito se deu devido à divergência entre as culturas e ao pensamento de que apenas uma cultura é a correta, como foi o caso do policial e de Xi.

Diferentemente da cultura de Xi, na cultura do “outro” existem crimes e punições para os mesmos, sem saber disto, Xi foi visto como um delinqüente, visto que Mpudi não soube traduzir para Xi o que era ser “culpado” e “inocente”, desta forma, a cultura do “outro” não compreendeu as intenções de Xi, condenando-o a três meses de prisão, durante este período Xi não se adaptou a cela, Mpudi que conhecia a cultura dos Boxiames, sabia que Xi era inocente e temia que este não suportasse ficar preso, pois Xi nunca viu uma parede e agora estava cercado por elas, o que explicita uma das características do etnocentrismo na qual “o grupo do ‘eu’ faz, então, da sua visão a única possível ou, mais discretamente se for o caso, a melhor, a natural, a superior, a certa.” (p.8). Mpudi pede a Andrew que liberte Xi da prisão, ao ser libertado, Xi passa a trabalhar com Andrew, Xi se adapta parcialmente aquela civilização. Ao cumprir o período estipulado, Xi vai à busca do fim da terra, devolvendo aos Deuses a “coisa maligna” e volta para a aldeia dos Boxiames.

Referência Bibliográfica

Rocha, Everaldo P. Guimarães

O que é Etnocentrismo.

São Paulo: Brasiliense pp. 7 a 22

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