Resumo Filiação Religiosa e Estratificação Social.
Por: Manoel Lucas • 30/8/2023 • Resenha • 584 Palavras (3 Páginas) • 120 Visualizações
CAPÍTULO 1: Filiação Religiosa e Estratificação Social.
1 INTRODUÇÃO
Na introdução do primeiro capítulo, “Filiação Religiosa e Estratificação Social”, Weber traz para discussão o fato de os espaços de direção e hierarquia superior do trabalho nas empresas e indústrias modernas serem majoritariamente ocupados por protestantes, e explora as possíveis razões para tal fenômeno. O autor apresenta um panorama geral histórico, no entanto não se atém a isso- como percebe-se ao destacar a influência do ensino superior na discrepância das heranças de católicos e protestantes, além de ressaltar que a quantidade de escolas técnicas aplicadas ao mercado é evidentemente inferior entre católicos, motivo pelo qual os católicos não demonstram tanto interesse ao capitalismo quanto os protestantes.
Segundo Weber, a condenação ao lucro era comum entre as tradições religiosas anteriores ao protestantismo. Contudo, a partir da Reforma Protestante, a teoria calvinista difunde o conceito de predestinação - que Deus já havia determinado os condenados e os salvos - e instiga calvinistas a buscarem indícios materiais de tal manifestação, encontrados no sucesso econômico, na disciplina, no trabalho e no acúmulo de riqueza. Assim, o sociólogo relaciona a difusão do protestantismo com os primórdios do capitalismo e como essa mentalidade levou ao acúmulo de capital. Para embasar suas ideias, o pensador utiliza o exemplo da Europa Ocidental, principalmente Genebra e Países Baixos.
2 DESENVOLVIMENTO
Mediante esse panorama, Max Weber, em suas reflexões, aponta que a presença relativamente escassa de católicos na indústria moderna da época não pode ser simplesmente atribuída a fatores econômicos ou sociais. Ele destaca a influência da singularidade de cada indivíduo, forjada pela atmosfera religiosa do lar e da família a que pertenciam. Essa influência exercia um papel significativo na determinação das escolhas de carreira dos indivíduos, uma vez que suas convicções, transmitidas no seio familiar, podiam tanto direcionar quanto afastar esses católicos dos setores emergentes na esfera industrial.
Ainda nessa perspectiva, Weber começa a discutir a relação entre a ética protestante e a formação de uma mentalidade capitalista. Ele destaca que a valorização do trabalho árduo e a dedicação ao labor como uma forma de servir a Deus, foram concepções que contribuíram para a formação de uma ética do trabalho que valoriza a eficiência, a produtividade e a acumulação de riqueza. Sendo assim, é nessa análise que o livro pontua que tal ética, aliada a outros fatores, como a racionalização da produção e a formação de um mercado livre, contribuiu para o desenvolvimento do capitalismo na civilização ocidental.
3 CONCLUSÃO OU CONSIDERAÇÕES FINAIS
No restante do capítulo, Weber destaca que a relação entre a ética protestante e o espírito do capitalismo é complexa e multifacetada, e que é necessário analisar diversos fatores para entender como esses elementos se influenciaram mutuamente. É apresentado que a perspectiva protestante de mundo não é a única responsável pelo desenvolvimento do capitalismo, mas que ela teve um papel fundamental na formação de uma mentalidade capitalista. O pensador destaca, ainda, que a análise da relação entre o protestantismo e o modo de produção capitalista é importante não apenas para entender a história da civilização ocidental, mas também para refletir sobre os valores e ideais que orientam a sociedade contemporânea. Por fim, ele propõe uma análise histórica e sociológica profunda para entender como a contrarreforma e o capitalismo se desenvolveram e se influenciaram na civilização ocidental.
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