TEORIA DAS ORGANIZAÇÕES: Paper Teoria de Sistemas
Por: BeatrizFurtuna • 10/5/2020 • Trabalho acadêmico • 1.059 Palavras (5 Páginas) • 150 Visualizações
RESUMO
Este paper tem como objetivo apresentar as principais ideias e conceitos contidos nos capítulos 2 “Organização e o Conceito de Sistema” e 3 “Definição das Características de Organizações Sociais” do livro Psicologia Social das Organizações (KATZ e KAHN, 1987). Primeiramente os autores apresentam conceitos relacionados à organização social e à teoria de sistemas para embasar seu posicionamento de que organizações sociais devem ser estudadas como sistemas abertos, opondo-se segundo ele às teorias da organização tradicional que veem a organização social como um sistema fechado, deixando de considerar fatores importantes à sobrevivência. No capítulo seguinte aprofunda-se nas características das organizações sociais vistas como um sistema aberto, traçando paralelos com os sistemas biológicos para ilustrar a diferença entre os mesmos e reforçando a importância de se estudar a teoria de sistemas no âmbito social, uma vez que a mesma traz o “esqueleto para toda a ciência”.
É papel do cientista social o entendimento das organizações humanas e para tal assume a visão destas como um sistema de energia input-output, havendo dois critérios básicos para identificação dos sistemas sociais: “1) traçar o padrão de intercâmbio de energia ou atividade das pessoas, à medida em que ele resulta em alguma espécie de output; e 2) verificar como o output é transladado em energia que reativa o padrão”. Tal visão de sistema input-output provém da teoria do sistema aberto que aplicado às organizações sociais permite analisar as mesmas por suas relações internas e com o meio externo, opondo-se a abordagem do bom-senso, que aceita “nomes populares e estereótipos” para caracterizar as organizações, e identifica a sua finalidade como as metas definidas pela liderança.
Como sistema aberto as organizações enquadram-se em nove características que serão apresentadas a seguir. 1) A importação de energia do ambiente externos por depender de renovação de energia, não sendo auto-suficiente ou auto-contida. 2) A transformação da energia pela execução de um trabalho no sistema. 3) O output, ou exportação de produtos ao ambiente externo. 4) Caráter cíclico das atividades de troca de energia, passando pelo input, transformação e chegando ao fechamento do ciclo, com retorno ao início, havendo possibilidade de repetição através de atividades similares que levam ao mesmo resultado. 5) Entropia negativa, onde há maior importação de energia do sistema externo do que se gasta, restando assim energia a ser armazenada, podendo expandir-se ou sobreviver a períodos de crise. 6) Input de informação, feedback negativo e processo de codificação, que através da codificação permite que o input de informação seja seletivo e o processamento do feedback negativo proporcione correção, buscando perpetuar o funcionamento do sistema. 7) Estado firme e homeostase dinâmica, buscando manter uma constância no intercâmbio de energia para preservar o caráter do sistema, adaptando-se ao meio, absorvendo e controlando forças externas, através de crescimento e expansão. 8) Diferenciação, multiplicando-se e assumindo funções mais especializadas. 9) Eqüifinalidade, permitindo ao sistema chegar ao mesmo estado final a partir de uma variação de condições iniciais.
Tais características apontam a dependência das organizações de inputs do meio, tendo dispositivos de proteção para se reestruturar e conter as mudanças externas garantindo sua estabilidade, no sentido dinâmico de expansão. Os autores ressaltam que muitos estudos focam no estudo do funcionamento interno dos sistemas organizacionais, contudo tais sistemas não são independentes do meio ambiente e para garantir sua estabilidade é necessário considerar os sistemas como abertos e analisar todos os problemas e influências relativos à interação com o ambiente externo.
Apesar de apresentadas as características dos sistemas abertos, estas não são suficientes para análise adequada de sistemas sociais os quais se diferenciam do modelo físico, precisandos recorrer a outros aspectos. O autor apresenta a necessidade de atenção especial aos inputs de manutenção, que são “importações de energia que mantêm o sistema”, sendo esses mais complexos no sistema social do que os inputs de produção “importações da energia que é processada para proporcionar resultado produtivo”. Tradicionalmente, os estudos de organizações trazem o seu foco para o input de produção e como processá-lo, contudo, manter os aspectos humanos como parte do sistema e sua motivação para atender os padrões definidos não pode ser negligenciado. As organizações sociais se apresentam como sistemas planejados, e sua manutenção depende do aspecto humano, essencialmente psicológico, envolvendo segundo autores “atitudes, percepções, crenças, motivações, hábitos e expectativas”, sendo possível caracterizar o comportamento social em termos de relacionamentos simbióticos ou exigências sociais.
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