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TRUE OCEAN - Gestão de uma carreira musical sustentável e autêntica de baixo orçamento.

Por:   •  12/2/2020  •  Artigo  •  8.884 Palavras (36 Páginas)  •  151 Visualizações

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TRUE OCEAN

Gestão de uma carreira musical sustentável e autêntica de baixo orçamento.

RESUMO

É possível se desenvolver uma carreira musical sustentável de baixo orçamento com identidade artística autêntica? Parte integrante de uma tendência de administração holística (1), sistêmica, modelo de gestão adotado para o desenvolvimento deste caso? O diagnóstico dos fatores impactantes que desenham o quadro atual do sujeito desta pesquisa deveria se realizar contemplando o máximo de detalhes relevantes. Tal procedimento provocou cruzamentos entre o profissional e o pessoal, tratados com distanciamento científico na medida do possível. Neste sentido o esforço se revela na expressão True Ocean, criada pelo sujeito da pesquisa para ilustrar o posicionamento que deseja para o desempenho de seu projeto profissional. Oceano Verdadeiro faz referência combinada entre duas estratégias de mindset, consagradas para uns, controversas para outros: A Estratégia Blue Ocean (2) e A arte de ligar o fodas (3). Mas as extrapola sem cerimônias, aproveita somente o estritamente necessário, pano de fundo, pois existe uma miríade de fontes de solução apresentadas neste trabalho. Com maior ou menor aprofundamento, tais como o aspecto geracional e a validade artística de sua obra. Um esforço gótico, que mostra os ossos por “cima” da carne.

“Como medir se a alma não é pequena? Quero saber se tudo que faço vale a pena” (4), argumenta o sujeito da pesquisa, desejando equalizar gerência e arte na mesma pessoa.

Palavras-chave: Carreira musical; empreendedorismo; inovação; identidade autêntica, sucesso tardio, formação de público, inspiração, autoconhecimento.

TRUE OCEAN

O mercado musical busca diferenciais de originalidade, atração de público, apelo comercial, viabilidade financeira/orçamentária, em um mar de ofertas musicais onde pescar. Mas cair nessa rede de pesca como? Se tudo parece exigir gastos em um poço que parece não ter fundo? Com o quê? Se o mercado vive forçando tendências que podem ou não se corresponder com sua arte? Quando? Se o artista empreendedor fica sobrecarregado com prioridades conflitantes continuamente? Onde? Se por todas as questões anteriores os gatekeepers (5) do setor criam labirintos intransponíveis?

No início dos anos dois mil Watson conheceu essa cantora linda, jovem e talentosa, na zona sul do Rio de Janeiro. Pediu a ele algumas músicas. Já havia investido mais de cem mil reais na sua carreira, sem sucesso. Nada além de algumas figurações em novelas e algum reconhecimento local.

Nunca mais se ouviu falar.

Com certeza ela não se submeteu ao infame “teste do sofá”, eufemismo que sintetiza a prática de favores sexuais (até os dias de hoje) em troca de vantagem sobre outros candidatos a um posto pretendido. Ou se tornou “dona de casa”, estava noiva.

Mas seu ‘jogo limpo’, necessário dizer, logicamente, não explica a falta de sucesso de alguém dotada de tamanhas qualidades intrínsecas, independente da relação com outras coisas não inerentes ao ofício.

A pergunta de um milhão de dólares pode ter seu custo fracionado? Porque de todos os mais variados gurus da autoajuda e do empreendedorismo, dos excêntricos aos razoáveis, todos concordam em pelo menos uma coisa: Fazer o que realmente se gosta é a condição sine qua non de qualquer ponto de virada na vida. Ficará evidente que a condição de ‘baixo orçamento’ no título do artigo é primeiro, de força maior, e segundo, uma situação a ser superada com a própria continuação do projeto musical, consequência da sorte que nos pega trabalhando, parafraseando Pablo Picasso (6). Continuação esta no que diz respeito à prosperidade, a qual pode não fazer parte deste artigo, já que o andamento de toda a produção exige prazos e condições que ainda não estão plenamente disponíveis para o artista desta pesquisa. Mas de alcance inevitável, pois é um contrassenso ter baixo orçamento indefinidamente e ainda assim almejar um plano de excelência profissional.

Imagine poder navegar em um oceano de águas azuis e calmas de agenda de shows e CD’s vendidos (ou downloads no streaming) sem a menor ameaça de concorrência? Mapear seu oceano azul, blue ocean, e navega-lo, na prática, é arriscado demais, uma vez que consiste em se estabelecer em um setor meio desconhecido. Lidar com trade-offs inegociáveis.

Os caminhos tradicionais de qualquer mercado são mares tomados pelo vermelho do sangue, seu e dos competidores, disputando consumidores.

Enquanto alguns gozam o privilégio de ter se posicionado acima da média ofertada, inovando. E ainda cobrando mais caro por isso.

Em outro campo do mesmo espectro, Henri Bukowisky, o escritor infame de famosa literatura, obscena, que fez sucesso tardiamente, por volta dos 50 anos de idade, não teve de acumular funções de produtor ou editor literário para alavancar sua carreira, dividir sua atenção principal com funções de suporte ao seu core-business. Como uma das principais estrelas citadas como exemplo no livro ‘A arte de ligar o fodas’, seu exemplo é marcante na capacidade de queimar pontes doa a quem doer.

Justamente a qualificação em gestão nos diz como traçar limites claros entre a competência contingente de administrar e a essencial de produzir sua arte, sem comprometer a qualidade pretendida do coração do negócio, sendo empreendedor individual.

Com planejamento.

Otimizar o tempo das tarefas de ensaio, produção de conteúdo, monitoramento, etc.

E contemplar a realização pessoal no processo.

Fazer analogia deste projeto com o exemplo de um Cirque du Soleil, no caso da estratégia Blue Ocean, que revolucionou por completo as tradições do circo. Ou com o escritor que mostrou o dedo do meio para o mundo e caiu nas graças dos leitores. Ambos, combinados trouxeram o True Ocean até a porta. Sem megalomania. Apenas o esforço de reflexão de um personagem que não desiste do objetivo traçado.

Neste estudo de caso, com abordagem exploratória e qualitativa, essas questões procuram respostas a partir de uma perspectiva aplicada na trajetória do próprio pesquisador que é também sujeito pesquisado: Watson, aluno deste MBA, músico e escritor.

O SUJEITO DA PESQUISA:

Watson: O próprio autor deste estudo. 51 anos de idade. Cor de pele parda (ou como ele costuma dizer, mestiço). Brasileiro, nascido, criado e residente em Belo

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