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A Ciência Política

Por:   •  6/12/2021  •  Monografia  •  1.390 Palavras (6 Páginas)  •  129 Visualizações

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A ciência política

A ciência política é uma ciência social que pode ser entendida pela observação, análise, comparação, sistematização e explicação dos factos e dos acontecimentos políticos. As ciências sociais podem se dividir em ciências sociais que se dedicam a estudar a totalidade da sociedade como a sociologia e por outro lado podem dividir-se em ciências sociais que se dedicam a estudar aspetos concretos da realidade social como a ciência política.

A ciência política tem um objeto de estudo e também um método de forma a estudar da melhor maneira o seu objeto. Contudo a definição do objeto suscita certas controvérsias. A ciência política viu alargar o seu objeto de estudo a todos os domínios políticos, onde o poder se manifeste, embora não existe unanimidade de opinião acerca da sua delimitação.

A ideia de Poder está na base de todas as definições da ciência política, considera-se que tudo que se refere ao poer depende da ciência política. Em sentido mais rigoroso, considera-se que apenas alguns aspetos ou formas de poder são estudados pela ciência política, os outros aspetos dependem das ciências sociais.

A conceção mais restrita define a ciência política como a ciência do estado e a mais alargada define a ciência política como ciência do poder em geral. No entanto existem conceções intermedias entre estas.

A ciência política como ciência do estado é a definição que melhor corresponde à nação de política na linguagem corrente. Para o publico em geral, a palavra política e a palavra Estado andam associadas. Segundo Prelot a ciência política tem sido, há já alguns seculos e com consentimento geral, a ciência do estado. Para ele não é uma conceção limitada do objeto porque as instituições publicas não são apenas instituições governantes, mas também instituições administrativas e judiciais, diz-nos também que considerar o estado como centro de interesse da investigação não significa limitar-se ao seu estudo na forma clássica e que a ciência política se dedica às suas origens e ao seu dever.

Portanto, para Prelot, a ciência política é o conhecimento descritivo, explicativo e prospetivo do Estado e dos fenómenos que com ele se relacionam, quer por anterioridade, simultaneidade ou ainda por sobreposição.

A maioria dos politicólogos do nosso tempo, tantos europeus como americanos, não concorda com a definição de ciência política como ciência do estado. Atribuem a esta definição uma conceção jurídica do Estado Soberano que provem do fim da idade media e consideram-na desatualizada. É como se a comunidade internacional fosse formada por estados absolutamente independentes uns dos outros limitados pela sua vontade própria e que os outros grupos estão sempre subordinados ao Estado, nada podendo sem ele, e sabemos que isto não corresponde à realidade.

Para eles, o objeto da ciência política não se confina ao estado, é a ciência do poder. A noção de poder é assunto próprio da ciência política. Estão em causa não só o Estado como as coletividades locais, os sindicatos, as empresas e as igrejas. Logo que constitui um poder, qualquer agrupamento se relaciona com a ciência política. Esta conceção do objeto da ciência política é posterior à precedente. Adotada sobretudo nos EUA, ela é hoje prosseguida pela maioria dos especialistas de ciência política.

Estas duas conceções do objeto da ciência política correspondem a conceções extremas.

Fazer da ciência política a ciência do estado é atribuir-lhe um âmbito de estudo muito restrito. Esta conceção deixa naturalmente de fora do objeto da ciência política, a analise e explicação dos fenómenos políticos inerentes aos grupos de interesse e de pressão, aos partidos e às próprias instituições religiosas.

Mas fazer da ciência política a ciência do poder é destinar-lhe uma ampla área de ação, por isso continua a controvérsia sobre a questão se todos os poderes são objeto da ciência política ou apenas alguns. Se é somente o Poder Supremo ou também o poder menor das instituições.

Com isto, adotou-se uma conceção intermedia que nos diz que o objeto de estudo da ciência política é o poder, mas Poder Político e a sua relação com diversas instituições e agrupamentos quer se manifeste a nível local, nacional ou até mesmo internacional recorrendo aos mais variados métodos de investigação social, constituindo assim um ramo autónomo de conhecimento científico.

Segundo o Prof. Adriano Moreira o poder deve ser examinado com um critério tridimensional. Examinado como sede de poder (quem exerce o poder), a forma ou imagem (a constituição, a lei, a organização) e por fim, a ideologia (a imagem com que o poder se reveste). Estuda-se essencialmente a falta de autenticidade do poder que se resume ao distanciamento do que o poder diz e do que realmente faz na prática.

O poder político

O conceito de poder, a sua natureza e existência, são um objeto de estudo privilegiado pelas ciências sociais. É constante a diversas formas existentes de poder (político, económico, militar). Se quisermos estudar o poder em geral, posso estudar sociologia.

Poder (em geral) - a capacidade de estabelecer qual a conduta alheia, seja qual for o processo utilizado e de impor de modo coercivo o que foi estabelecido caso não seja voluntariamente acatado.

Autoridade – a capacidade de suscitar a vontade de obedecer e que se situa no campo da organização do consentimento.

Max Weber distingue o conceito de “macht” e de “herrschaft”.

Macht corresponde ao poder material que consiste na possibilidade de impor a sua vontade a alguém mesmo contra a vontade dessa pessoa. Aqui o comando (ordem) não é necessariamente legitimo, nem a submissão é obrigatoriamente um dever. Corresponde ao poder em geral.

Herrschaft pressupõe uma relação política estável, legitima, institucionalizada e concentrada entre o comando e a obediência. Esta obediência fundamenta-se no reconhecimento implicando consentimento. Corresponde ao poder político.

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