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A Concentração Bancária no Brasil

Por:   •  31/7/2021  •  Dissertação  •  888 Palavras (4 Páginas)  •  124 Visualizações

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Concentração Bancária

no Brasil


No Brasil, os cinco maiores bancos – Banco do Brasil, Caixa, Itaú, Santander e Bradesco – concentram 81,2% de todos os ativos do setor bancário comercial, conforme dados do Relatório de Economia Bancária (REB) relativos a 2018, divulgados em maio de 2019. O índice, apesar de ser inferior ao registrado em 2017 e 2016, 82,6% e 82,7%, respectivamente, ainda coloca o país como um dos que possui maior concentração bancária no mundo.

De acordo com especialistas, a concentração bancária resulta em taxas altas de juros, o que dificulta a tomada de empréstimo pelas famílias brasileiras e pequenas empresas. Ainda, resulta também em uma oferta pequena de opções de investimento. A falta de alternativas, portanto, faz com que o consumidor seja “obrigado” a optar por um dos grandes bancos, mantendo o panorama existente no mercado. Apesar dos altos níveis de concentração, a entrada de tecnologias e inovação no setor começa a movimentar as bases do segmento e proporcionar mais possibilidades ao mercado e ao público. Novos bancos digitais nascem a todo momento e outros já bem estabelecidos, como Nubank, Banco Inter e Original, aumentam seus números e passam ser conhecidos pelos consumidores. Isso porque oferecem, em teoria, aquilo que as novas gerações desejam: conveniência e facilidade, somadas a um menor número de taxas e menos custo para o cliente.

Segundo um levantamento publicado no Estadão, realizado pelo professor Joelson Sampaio, que coordena o curso de Economia da FGV-SP (Fundação Getúlio Vargas), contas digitais podem ser 50% mais baratas do que as tradicionais para quem realiza poucas transações.

Em junho de 2019, conforme o portal EXAME, o Nubank se tornou a 6ª maior instituição financeira do país, com mais de nove milhões de clientes, totalizando 5,5 milhões de contas digitais. A expectativa é que com a adoção do Open Banking, novas fintechs e instituições financeiras baseadas em tecnologia surjam para otimizar processos e serviços inerentes ao segmento.

Um exemplo dessa abertura que já é realidade no país é a entrada do banco digital alemão N26 no Brasil, maior fintech da Europa com valor de mercado avaliado em US$ 2,7 bilhões, segundo publicação do InfoMoney. Em um projeto de expansão, deve desembarcar na América primeiramente nos Estados Unidos e depois em terras brasileiras.

De acordo com Eduardo Prota, General Manager Brasil do N26, as características do mercado brasileiro e a movimentação promovida pelo Banco Central, que objetiva maiores concorrência e competição, como é o Open Banking, surgem como boas oportunidades para novos entrantes no mercado e no país.

Existem, no Brasil, mais de 60 milhões de pessoas que não possuem vínculo com nenhum banco, conforme dados do IBGE publicados no portal Link. Esse número representa quase 30% de toda a população e mais da metade da população economicamente ativa, com número estimado de 110 milhões de pessoas.

Esse segmento movimenta R$ 665 bilhões anuais e, segundo informações do portal ASERC, foge das tarifas bancárias e atendimento ruim dos bancos tradicionais, além de não possuir interesse em estabelecer relacionamento com instituições financeiras.Dado o tamanho desse mercado, existe um grande espaço de atuação para fintechs, especialmente quando se fala do movimento de Open Banking. Com a ascensão de novos negócios e fintechs no setor bancário e financeiro, o Banco Mundial calcula que o número de desbancarizados ao redor do mundo caiu de 2,5 bilhões, em 2011, para 1,7 bilhão em 2018.

Na América Latina e Caribe, por exemplo, o uso de tecnologia no contexto digital pode permitir um maior acesso a serviços financeiros: 55% dos adultos possuem celular e acesso à internet. De acordo com a pesquisa, a quantidade de pessoas que emitem ou recebem pagamentos em países como Bolívia, Brasil e Colômbia aumentou aproximadamente 8% desde 2014.

A partir da digitalização de pagamentos de salários, o Banco Mundial estima que a propriedade de conta bancária possa atingir cerca de 30 milhões de pessoas até então desbancarizadas, processo facilitado pela crescente utilização do mobile em operações desse tipo.

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