A Escola Empreendedora e um Caso Prático
Por: nchelala • 9/6/2016 • Trabalho acadêmico • 557 Palavras (3 Páginas) • 393 Visualizações
A Escola Empreendedora e um caso prático
Para ilustrar a presença da Escola Empreendedora no contexto empresarial foi escolhido um caso de bastante relevância e de bastante repercussão na mídia brasileira e internacional neste ano de 2013. O caso do grupo EBX, do executivo Eike Batista.
A holding EBX foi fundada no ano 2000 pelo empresário Eike Batista. No período entre 2004 e 2011, quando o grupo se apresentava mais forte, ele controlava as empresas MMX( mineração), MPX(energia), LLX(logística), OGX(petróleo), OSX( naval offshore) e CCX(mineração de carvão).
Neste período, o executivo-chefe do grupo acumulou presenças no ranking da Forbes de pessoas mas ricas no mundo, chegando a ocupar a oitava posição em 2010, com um patrimônio líquido estimado em US$ 27 bilhões.
Porém, a partir de Junho de 2012, Eike Batista viu seu grupo se afundar numa crise e sua fortuna se encolher. Devido a baixa vazão de óleo dos primeiros poços perfurados na Bacia Campos(1/3 abaixo do esperado) as ações da petroleira OGX, que chegou a representar ¾ do grupo em valor de mercado, caíram 25 por cento e a desconfiança dos investidores passaram a fazer parte do dia-a-dia do grupo.
Após uma série de atrasos e problemas relacionados a petroleira, em Julho de 2013, as ações da OGX haviam despencado 95% desde a cotação máxima em 2010. A crise acabou por afetar as outras empresas do grupo já que elas são, de certa forma, interdependentes a OGX.
Diante desta crise, a fortuna de Eike caiu para US$ 2,9 bilhões, mais de 90%. O empresário sempre cultivou a imagem de empreendedor, de um executivo de visão. Para conhecer melhor o perfil de Eike, vamos analisar as quatro perspectivas propostas por Mintzberg para a personalidade de um executivo empreendedor.
- A geração de estratégias é dominada pela busca de novas oportunidades;
Eike sempre pareceu buscar novas oportunidades. Suas empresas exploram locais que antes nunca antes haviam sido explorados. Compras de poços de petróleo e minas de carvão e minerais são um exemplo disso.
- Poder é centralizado nas mãos do executivo principal;
O poder de Eike(antes da crise) e sua capacidade de manobra dentro da organização é inquestionável.
- Grandes saltos para frente, devido à incerteza;
Os projetos de Eike sempre atraíram grande levante de capital por parte dos investidores.
- O crescimento é a meta dominante
Eike sempre demonstrou essa meta ao evidenciar sua vontade de ser o homem mais rico do mundo
Parece que o perfil de Eike Batista se encaixa bastante com o perfil empreendedor. A crise do grupo EBX, pode ser explicada- mesmo que parcialmente- pelas falhas da Escola Empreendedora.
* a explicação a seguir trata-se de uma tentativa de explicar as causas da crise do grupo, baseado na Escola Empreendedora.
Eike pode ter, por causa de seu perfil centralizador, criado uma cultura de dependência e conformidade no grupo, limitando a participação dos outros executivos da empresa na horas das tomadas de decisão, limitando todo o processo decisório do grupo.
Por estar muito focado no futuro, o empresário pode ter deixado passar despercebido que, talvez, a produção de suas empresas não seria tão grande quanto o esperado e divulgado, e que os resultados poderiam ser muito abaixo daqueles prometidos, gerando desconfiança e depois afastamento dos investidores.
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