A RESPONSABILIDADE DA ESCOLA EM CASOS DE BULLYING
Por: Dnaeher • 24/1/2019 • Dissertação • 1.108 Palavras (5 Páginas) • 236 Visualizações
A RESPONSABILIDADE DA ESCOLA EM CASOS DE BULLYING
1 INTRODUÇÃO
A escola sempre foi vista como uma instituição que deve zelar pelo bem estar da criança. Há algum tempo, foi visto que o ambiente escolar que deveria ser sadio e agradável foi se tornando palco de bullying.
O fenômeno pode ser explicado como uma violência velada, intencional e repetitiva, que ocorre dentro de uma relação desigual de poder, por um longo período, contra a mesma vítima, sem motivos evidentes, que geram consequências irreparáveis. Ocorre pela necessidade que o agressor tem de demonstrar poder sobre outra pessoa.
O presente estudo tem como objetivo definir de forma breve o que é bullying, identificar como ele ocorre dentro das escolas, demonstrar a competência das escolas perante o mesmo, identificando as formas de intervenção em tais casos.
3 REFERENCIAL TEÓRICO
O bullying é um fenômeno tão antigo quanto à escola, mas somente se tornou objeto de preocupação no ano de 1970. A partir de então, foram realizadas as primeiras investigações sobre bullying, uma vez que foram notados problemas entre agressor e vítima.
No ano de 1972 e 1973, foi realizada uma pesquisa na Escandinávia, na qual as famílias perceberam a complexidade da violência escolar. Após essa pesquisa, o fenômeno se alastrou por toda a Europa.
Em 1982, na Noruega, foi publicado em um jornal o suicídio de três crianças, sendo que todos ocorreram devido às situações de bullying. No ano de 1983, o governo norueguês criou uma campanha de escala nacional contra esse tipo de violência.
Até o ano de 2010, o bullying foi pouco estudado no Brasil, isso fez com que o país estivesse cerca de 15 anos atrasados em relação aos países da Europa.
3.1Bullying: o que é?
Recorrendo ao dicionário, encontraremos a seguinte definição para a palavra bully: indivíduo valentão, tirano, mandão, brigão. A expressão bullying, corresponde a um conjunto de atitudes de violência física e/ou psicológica, de caráter intencional e repetitivo, praticado por um “bully”, que é o agressor, contra uma ou mais vítimas que se encontram impossibilitadas de se defender.
O bullying é diferente de uma brincadeira inocente, sem intenção de ferir; não se trata de um ato de violência pontual, de troca de ofensas no calor de uma discussão, mas sim de atitudes hostis, que violam o direito à integridade física, psicológica e a dignidade humana.
Conforme Ana Silva (2010) significa dizer que, de forma “natural”, os mais fortes utilizam os mais frágeis como meros objetos de diversão, prazer e poder, com o intuito de maltratar, intimidar, humilhar e amedrontar suas vítimas.
3.2O Bullyingno ambiente escolar
Todos desejam que as escolas sejam ambientes seguros e saudáveis, onde crianças e adolescentes possam desenvolver ao máximo os seus potenciais intelectuais e sociais.
Porém, o bullying está transformando a vida escolar de muitos alunos em um verdadeiro transtorno para o processo de aprendizagem. Fante (2005, pg.47), baseado nas explicações do professor Dan Olweus, acrescenta que é normal em uma sala de aula, existir entre os alunos, diversos tipos de conflitos e tensões. Existem também várias outras interações agressivas, que ocorrem quando o aluno quer se divertir ou como forma de autoafirmação, mostrando ser mais forte que outros colegas.
A maneira como os estudantes se relacionam entre si e com os seus professores é decisiva na formação socio-educacional. Durante as aulas é comum o surgimento de alguns tipos inusitados de brincadeiras, que tornam o ambiente escolar mais descontraído e atrativo. Segundo os alunos, é “o que há de melhor na escola”. Porém, muitas vezes, essas brincadeiras são repletas de crueldade, insensatez e prepotência, ultrapassando em muito os limites suportáveis, que variam de acordo com o grau de tolerância de cada indivíduo, e se convertendo em atos de violência.
3.3 Perfil das vítimas e agentes
A vítima, conforme Ballone & Moura (2008), costuma ser a pessoa mais frágil, com algum traço ligeiramente destoante do modelo culturalmente imposto ao grupo etário em questão, traço este que pode ser físico (uso de óculos, alguma deficiência, não ter boa aparência) ou emocional, como é o caso da timidez e do retraimento.
De acordo com Lopes (2005), o fato de ser popular, apresentar uma variedade de comportamentos antissociais, ser impulsivo, sentir prazer e satisfação em dominar, ser mais forte que a vítima e possuir uma tendência maior em apresentar comportamentos de risco, são características que identificam o praticante de bullying.
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