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A Gestão Pública

Por:   •  14/10/2019  •  Trabalho acadêmico  •  2.176 Palavras (9 Páginas)  •  152 Visualizações

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Com a implantação no Brasil na década de 90, as Usinas de triagem e compostagem-UTC, são uma opção para a destinação adequada de resíduos sólidos urbanos, principalmente em municípios de pequeno porte. A coleta e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos de um município são essenciais para a manutenção da salubridade do mesmo e garantia de uma saúde adequada para a população Em entrevista com a coordenadora da unidade de triagem e compostagem de resíduos sólidos urbanos do município de São Tiago MG, departamento da Prefeitura Municipal, podemos ter uma idéia ampla de como este departamento opera com dificuldades em termos de gestão, comunicação e técnicas de informática. A Prefeitura atualmente tem seu quadro de funcionários com um número aproximado de 360 pessoas. Enquanto o departamento de meio ambiente mais especificamente a usina de triagem e compostagem opera hoje com 30 funcionários incluindo 2 motoristas, 6 garis,7 auxiliares de serviços gerais que atuam na limpeza da cidade, 1 coordenadora,1 supervisora e 13 auxiliares de serviços gerais UTC.O que de acordo com os padrões da FEAM que é o órgão licenciador,caracteriza um número muito baixo.

De acordo com Stoner(1999) a respeito do nível de organização administrativa consegue-se enxergar uma pirâmide organizacional desta empresa com os altos gestores desempenhando a função de Prefeito e secretário de administração e meio ambiente,os gestores médios que são os coordenadores e o gestor de primeira linha com a função de supervisora.Segundo Jonh W.Riegel,”o êxito do desenvolvimento de executivos em uma empresa é resultado,em grande parte,da atuação e da capacidade de seus gerentes no seu papel de educadores.Cada superior assume este papel  quando ele procura orientar e facilitar os esforços dos seus subordinados para se desenvolverem”. Esta empresa tem como visão a preservação do meio ambiente e a implantação e a conscientização da coleta seletiva.

Em relação a porte e faturamento a UTC não é auto-sustentável e não possui clientes, por se tratar de órgão público utiliza o sistema de transparência e o modo encontrado são as licitações e os leilões, aonde quem faz o lance maior do produto arremata todo o volume.Seus portfólios de produtos são os materiais recicláveis e resíduos sólidos .Sob a visão da coordenadora ela enxerga que os principais concorrentes são os próprios cidadãos criadores de resíduos ao desperdiçar o material sem consciência e não reaproveitando para outros fins.Com esse intuito o faturamento sobe um pouco mais,devido ao material mais limpo e separado de acordo com as classificações,como orgânico,metal,vidro,papeis e plástico.Quando o material vai misturado para a unidade de tratamento,o mesmo perde valor de mercado,devido as impurezas encontradas em sua estrutura,necessitando de uma limpeza que gera custo,o que torna inviável este tipo de tratamento.A unidade vem recebendo o ICMS verde para auxiliar nos custos,porém o ICMS em um tempo determinado não sendo vitalício.O faturamento da UTC é em média R$5.000,00 por mês de vendas de recicláveis e mais o repasse do ICMS verde que é usado para melhorias no estabelecimento.Se paga R$62,00 à tonelada de rejeitos enviados ao aterro sanitário  de Juiz de Fora MG outra unidade privada.

Em média se manda para este aterro 28 toneladas por semana. O que totaliza R$1.736,00 semanais e R$6.944,00 mensais, sem contar com o gasto do envio do caminhão, horas extras e reembolso devido aos motoristas. O que acaba tornando inviável se não fosse pelo repasse do governo, que em média vem muito pouco mais já chegou a casa de R$100.000,00. De acordo com Adriana Cândida de Lima, ”para que os dois principais eixos do programa – sustentabilidade e eficiência do gasto público – sejam contemplados, é necessário propor mudanças de hábito e sensibilizar os servidores. A gente tem um gasto enorme com papel e com copo descartável. Isso sai do nosso bolso. São atitudes que vão desde pegar um copo descartável para tomar água, usar uma vez e depois jogar fora. É um gasto enorme em administração, é muito significativo”. Esse trecho nos remete a conclusão da coordenadora da UTC ao dizer que ao ser admitida pelo concurso da Prefeitura Municipal como técnica de meio ambiente não havia nenhuma política de gestão na usina e nem controle. O ponto de entrada e saída dos funcionários era apenas assinado no inicio do expediente. Não existia controle de Epis, e nem de entrega do material. Almoxarifado também não existia.

O modelo de gestão desta empresa, apesar de ser pública é parecido com a gestão autoritária, aonde a equipe não tem voz. Aonde o gestor é que é o grande responsável por todas as decisões. Pois a coordenadora encontra dificuldades de comunicação e de autonomia, devido a outras repartições da prefeitura não delegar a ela as devidas funções inerentes ao seu cargo. Outro fato que da base a essa afirmativa é que de acordo com a coordenadora, o Secretário de Administração, incorporou para si a Secretaria de Agricultura e meio Ambiente, e que o mesmo não é apto para tal função delegando a ela todas as obrigações do cargo a qual ele não sabe desempenhar como relatórios e ofícios, mais o que tange a coordenação da Usina e do comando do pessoal ela deve acatar as suas ordens. De acordo com os princípios básicos de Taylor essa forma de gerir uma equipe não é ideal, pois a “Responsabilidade da organização do trabalho e dos trabalhadores deve ser transferida ao gerente ou gestor de cada área especifica”.

 Com base no segundo período de pesquisas de Taylor nos traz que isso é uma das três anomalias “Falta de comprometimento com estudos e análises, por parte da gerência, afetando o conhecimento das rotinas de trabalho e o tempo necessário para a execução”. “Henry Fayol enunciou a proposta da doutrina administrativa, que passou a ser denominada Administração Clássica”, um dos parâmetros dessa doutrina era que” Autoridade e responsabilidade: deve-se considerar o direito de dar ordens e exigir obediência, chegando a um bom equilíbrio entre autoridade e responsabilidade. “Não há sentido dar a alguém a responsabilidade por um trabalho se essa pessoa não possui a adequada autoridade para executar tal função”. Conclui-se deste pressuposto  que em uma cadeia de comando de uma administração seja ela publica ou privada que a pirâmide organizacional deve seguir do topo para baixo mais com responsabilidade.Não se deve assumir uma responsabilidade independente do cargo que ocupa,sendo que não se possui a habilidade para executar  tal função,e também que a função do gerente, supervisor ou gestor é de organizar o trabalho e não passar a sua responsabilidade para seu subordinado.

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