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A LOGÍSTICA OPERACIONAL

Por:   •  28/5/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.515 Palavras (7 Páginas)  •  256 Visualizações

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ESCOLA NAVAL

DISCIPLINA DE INTRODUÇÃO A LOGÍSTICA NAVAL

A LOGÍSTICA DA MARINHA DO BRASIL EM OPERAÇÕES DE PESQUISA CIENTÍFICA, OCUPAÇÃO TERRITORIAL E CONFLITO URBANO

Tema: A Logística Operacional

1 INTRODUÇÃO

        Fazendo um estudo da história militar, observa-se que a grande maioria dos conflitos foram vencidos pelo bom planejamento logístico e tolhimento da logística adversária. Durante a Segunda Grande Guerra, por exemplo, as forças aliadas realizaram bombardeios às bases industriais nazistas, ao passo que estes utilizaram de seus submarinos a fim de interceptar os suprimentos enviados à Europa pelo Atlântico; na Guerra das Malvinas, os britânicos adotaram como uma de suas primeiras medidas um bloqueio naval, impedindo a chegada de insumos aos soldados argentinos nas ilhas; estratégia semelhante fora usada pelo imperador francês Napoleão Bonaparte ao proibir o acesso de barcos ingleses aos portos sob seu domínio.

        No entanto, não apenas em conflitos armados se faz necessário um estudo logístico meticuloso; qualquer operação militar deve ser planejada com eficiência, pois envolve, em muitos casos, vidas humanas. Esta preocupação se reflete nas atividades desenvolvidas pela Marinha do Brasil (MB), dentre as quais destacam-se as missões de paz no Haiti, a ocupação da favela da Maré, a presença de militares no Líbano. Neste trabalho, abordar-se-á com maior detalhamento a logística envolvida na tomada do Complexo do Alemão bem como na manutenção das tarefas no Arquipélago de São Pedro e São Paulo (ASPSP) e no Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR).

2 O QUE É LOGÍSTICA OPERACIONAL?

        A Logística Operacional é aquela responsável pela execução do projeto em si, ou seja, possibilitar colocar em prática tudo o que foi planejado na área estratégica. No ramo militar, engloba inúmeras atividades que almejem a provisão de recursos e serviços inescusáveis ao implemento das missões das forças armadas, viabilizando as mesmas manterem uma continuidade e operacionalidade das ações. (DOUTRINA DE LOGÍSTICA MILITAR, 2002)

        Pela sua relevante e importante atuação na elucidação de abstrusas adversidades de apoio às forças militares, a logística adquiriu condição de relevo no ambiente das operações, passando a ser abalizada como um dos fundamentos da arte da guerra. Ela tem como axioma básico sua factibilidade, pautada na presença de meios reais ou suscetíveis de mobilização. (DOUTRINA DE LOGÍSTICA MILITAR, 2002)

3 A LOGÍSTICA OPERACIONAL EM ATIVIDADES DA MB

3.1 PROGRAMA ASPSP (PROARQUIPELAGO)

         Este projeto, iniciado em 11 de junho de 1996, busca conduzir um programa ininterrupto e comedido de pesquisas científicas na região do ASPSP, nas áreas de geologia e geofísica, biologia, meteorologia, sismografia, entre outras. (SECIRM, n.d.)

        Em entrevista ao Aspirante Rafael Lima, a 1º Tenente (RM2-T) Kênia Picoli, responsável por divulgar os planos e programas da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM), falou que, a cada dois meses, é enviado um navio da MB com suprimentos e pessoal qualificado a efetuar a manutenção da estação. Segundo a mesma, a fim de ocupar o local permanentemente, ocorre um rodízio de pesquisadores a cada quinze dias, efetuado por barcos de pescas fretados pela Secretaria da CIRM (SECIRM), já que seria muito dispendioso para a MB ceder um de seus navio para tais fins.

        Os pesquisadores selecionados passam por um treinamento prévio que consta de aulas práticas e teóricas com noções de: combate à incêndio; sobrevivência no mar; primeiros socorros; comunicações; mergulho; procedimentos de emergência, entre outros. (SECIRM, n.d.)

        Por fim, a tenente ressaltou que, apesar do arquipélago ser apenas um conjuntos minúsculo de rochas e do translado até lá durar cerca de três dias, o mesmo representa um território brasileiro no hemisfério norte, garantindo ao Brasil um domínio sobre uma área que se estende em uma raio de vinte milhas a partir do arquipélago, ampliando a Zona Econômica Exclusiva (ZEE).

3.2 PROANTAR

        O papel de planejar a logística do PROANTAR, que envolve Operações Antárticas, com o emprego de navios, aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) e recursos humanos é de responsabilidade da SECIRM, viabilizando a guarda do funcionamento da Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF) durante todo o ano. (PICOLI, 2016)

        A tenente Kenia, que também é assistente de mentalidade marítima do PROANTAR, disse que, de outubro a março (período em que os mares da região estão descongelados), a MB envia dois navios (Navio Polar Almirante Maximiano e Navio de Apoio Oceanográfico Ary Rongel) com os mantimentos necessários para abastecer a EACF, habitada por quinze militares que ficam lá por um ano (grupo base) e alguns pesquisadores. A mesma ainda informou que, nos demais meses, existe uma parceria com a FAB de dez voos por ano, sendo três destes destinados a abastecer a estação por meio de lançamento de carga por paraquedas.

        As temperaturas baixíssimas e os ventos de quase 300 Km/h interferem diretamente na logística da operação. A tenente cita, por exemplo, que: o combustível utilizado é especial, proveniente de uma parceria com a Petrobras, não congelando a temperaturas de -40°C;  os aviões utilizados (Hércules C-130) são capazes de pousar em pistas curtas e cobertas de gelo e; a vestimenta usada isola termicamente o corpo.

        Atualmente, a EACF passa por um processo de reconstrução, após um incêndio que afetou cerca de 70% de suas instalações, em fevereiro de 2012. A Operação Antártica XXXI, ocorrida no final desse mesmo ano, foi considerada a mais complexa já realizada na região Antártica pelo Brasil, quando foram retirados os escombros provenientes do incêndio e foram montados os Módulos Antárticos Emergenciais. (SECIRM, n.d.)

3.3 COMPLEXO DO ALEMÃO

        Em novembro de 2010, após vários dias de veículos sendo queimados e ruas interditadas pelos soldados do tráfico, o governo do Estado do Rio de Janeiro solicitou o apoio da MB. Em menos de doze horas após o pedido, blindados encontravam-se prontos no Comando da Força de Fuzileiros da Esquadra (CFFE), capazes de atuar contra o tráfico, junto às Forças de segurança estaduais. (MAIA, 2016)

        Segundo Maia, o esforço principal baseou-se no apoio de serviços ao combate, em especial na execução da função logística de transporte, que os dezessete blindados empregados na Operação poderiam fornecer. As guarnições das viaturas e o efetivo do Pelotão de Fuzileiros Navais (responsável pela segurança das viaturas durante as ações) obedeciam um sistema de rodízio a cada 24 horas.

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