A Metodologia de Pesquisa Em Administração
Por: Cleiton Leite • 3/4/2018 • Resenha • 873 Palavras (4 Páginas) • 182 Visualizações
Metodologia de Pesquisa Em Administração
Prof.: Ana Márcia
Aluno: Cleiton Rodrigues Leite Filho
A autora afirma que o ser humano na história teve uma preocupação com o conhecimento da realidade, o ser humano historicamente fez uso da religião, da filosofia, da arte para buscar esse conhecimento, e a ciência seria mais um dos instrumentos nessa procura. Porém na sociedade ocidental, a ciência tornou-se uma forma hegemônica de construção da realidade, tanto que alguns críticos a consideram como um novo mito, já que afirma ser a única promotora da verdade. A ciência se estabeleceu como hegemônica por que respondeu questões técnicas que se colocaram com o desenvolvimento industrial e por que estabeleceu uma linguagem fundamental através de conceitos, métodos e técnicas para compreender o mundo, os fenômenos, os processos e as relações. A ciência é rodeada por conflitos e contradições, e uma das controvérsias é o embate entre ciências sociais versus ciências naturais. Alguns defendem a existência de uma uniformidade, sendo que o social deve se equiparar ao natural para receber o título de “ciência”, e outros afirmam a necessidade da diferença e da especificidade entre eles. A autora cita Bruyne que defende que o campo científico possui ao mesmo tempo dois polos: um de unidade, pois pode existir a semelhança em todas as atividades que partem da ideia do conhecimento construído por meio de conceitos; e outro de diversidade, pois o campo da ciência não pode ser reduzido a uma única forma de conhecer, mas ela contém maneiras diversas de realizações. Diante desses questionamentos sobre a configuração das ciências sociais como conhecimento científico, a autora propõe a reflexão dos seguintes dilemas: “(...)seguir os caminhos das ciências estabelecidas e empobrecer seu próprio objeto? Ou encontrar seu núcleo mais profundo, abandonando a ideia de cientificidade?”. E para falar das Ciências Sociais dentro de sua peculiaridade a autora utiliza cinco critérios que as diferenciam, mas que não as desvinculam dos princípios da cientificidade. O primeiro é que o objeto das Ciências Sociais é histórico, ou seja, cada sociedade humana se constrói de maneira diferente, porém aquelas que vivenciam o mesmo período histórico possuem traços em comum devido à influência das comunicações, e as sociedades presentes são marcadas pelo seu passado e constroem o seu futuro. O segundo é que o objeto das Ciências Sociais possui consciência histórica, ou seja, não é apenas o investigador que tem capacidade de dar sentido ao seu trabalho intelectual, mas todos os seres humanos dão significados as suas ações, suas intenções são claras, projetam e planejam o seu futuro, portanto o nível de consciência história das Ciências Sociais se refere ao nível de consciência histórica da sociedade de seu tempo. O terceiro critério é que nas Ciências Sociais existe uma identidade entre sujeito e objeto, pois lida com seres humanos, que por seus traços como classe, faixa etária, etc., se aproximam do investigador. O quarto critério é que as Ciências Sociais são intrínsecas e intrinsecamente ideológicas, pois não existe ciência neutra, de forma mais veemente nas Ciências Sociais, onde a visão de mundo implica em todo o processo de conhecimento desde a escolha do objeto, a aplicação e o resultado, e isso ocorre também nas Ciências Naturais, de forma diferente, mas que aparecem quando se escolhe ou descarta temas, métodos e técnicas. E o último critério é que o objeto das Ciências Sociais é essencialmente qualitativo, pois elas possuem instrumentos e teorias que permitem a aproximação da existência dos seres humanos em sociedade, abordando o conjunto das expressões humanas nas estruturas, processos, representações, símbolos e significados.
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