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A REVISÃO CAPITAL HUMANO

Por:   •  23/9/2015  •  Trabalho acadêmico  •  2.734 Palavras (11 Páginas)  •  182 Visualizações

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  1. Capital humano

Tradicionalmente, os anos de escolaridade formal tem sido utilizados como a principal proxy do denominado capital humano, uma vez que permite comparações educacionais e de qualificação entre nações. Este último por sua vez, pode ser definido, de acordo com Borges (2012), como o conjunto de qualificações e habilidades adquiridas que um indivíduo leva para o mercado de trabalho

A visão de capital humano dentro do corpo teórico da economia tem sua formalização com os trabalhos seminais de Mincer (1970 e 1974), Theodore Schultz (1961) e posteriormente Gary Becker (1964) que destacam a relação entre investimentos em qualificação, desenvolvimento econômico e desigualdade salarial. Schultz (1961) evidencia que o investimento em capital humano é o principal elemento que explica as discrepâncias salariais dos trabalhadores da economia norte americana. Desta forma os aumentos no estoque de educação tendem a elevar a produtividade da mão de obra, a lucratividade das empresas e, em consequência, o produto de uma nação. (ALGUMA COISA)

Becker (1964) aprimora e populariza a teoria do capital humano a partir da ideia da tomada de decisão custo-benefício, onde o autor analisa o investimento em educação com base nos benefícios que dado indivíduo espera obter, nos custos desembolsados no processo de aprendizagem e o custo de oportunidade referente ao tempo para dedicação dessa escolha. O capital humano possui uma característica que não permite a desvincular o indivíduo de suas habilidades, desta forma quando se faz investimento no indivíduo, indiretamente, se investe em qualificação e habilidade. Em Becker (1993), ainda, admite a possibilidade da existência de dois grandes grupos de investimento em capital humano, sendo que o primeiro é o denominado capital humano geral, adquirido pelo indivíduo por meio das escolaridade formal e habilidade própria. De outro lado, existe o denominado capital humano específico, desenvolvido basicamente pelo treinamento que um indivíduo recebe em seu local de trabalho e que é financiado pela empresa, para aumentar a produtividade da mão de obra sobre uma tarefa determinada.

Jacob Mincer inicia a discussão sobre investimento e os retornos em capital humano em um texto para discussão publicado em 1958. Por meio de um MQO, . Mincer (1970) formaliza o seu artigo da década de cinquenta e concebe as chamadas equações de salários. Essa equações. A equação salarial de Jacob Mincer (1974) de determinação de salários quantificam os retornos da educação e a experiência profissional, se torna a base da literatura em economia empírica. O modelo usualmente tem o formato abaixo:

lnw = β0 + β1 educ + β2expi + β3exp2i + εi

Onde, w é o salário recebido pelo indivíduo, educ é a sua escolaridade, geralmente medida por anos de estudo, exp é sua experiência, geralmente mensurada pela experiência profissional do indivíduo εi é um erro estocástico.

Mincer (1974) evidencia que a escolaridade e experiência são os principais determinantes de rendimentos dos trabalhadores, onde os anos de educação e a experiência impactam de modo positivo sobre o retorno salarial dos trabalhadores.

Apesar das análises sobre capital humano, não há na literatura um consenso de que variáveis, além dos anos de escolaridade, podem ser utilizadas para mensurar empiricamente o estoque deste tipo de investimento. Com objetivo de estabelecer demais variáveis que auxiliem na mensuração do capital humano, Sjaastad (1962) faz a análise do capital humano à luz da teoria da migração, segundo a qual a decisão de migrar é uma decisão de investimento em capital humano sujeito, tal como outros investimentos, a custos monetários e não-monetários e a retorno financeiro e não-monetários em longo prazo. Nordhaus e Tobin (1973), por outro lado, incluem na análise o nível de gasto em saúde da sociedade, uma vez que esta tende a aumentar o potencial produtivo disponível para sociedade. Corroborando com a ideia de Becker (1964) sobre a não dissociabilidade das habilidades do indivíduo.

Existem ainda diversas evidencias que relacionam algumas habilidades cognitivas obtidas em testes de proficiência com os salários que dado indivíduo possa auferir. Tal preocupação advem do fato que  notas mais altas pode ser sinalizar para o mercado de um maior conhecimento e esse conhecimento, por sua vez, pode indicar um maior estoque de qualificação. Nesse intuito Murnane et al. (1995), observa que quando incluídos os resultados obtidos nos exames de capacidade cognitivas em um modelo de determinação de salários, os anos de escolaridade sofrem um declínio no seu impacto total. Nesta mesma vertente de análise Hanushek e Woessmann (2009) observam que a habilidade cognitiva básica, mensurada pelos exames de proficiência, uma apesar da importância dos anos de estudos formal, explica de modo mais claro a relação entre educação e crescimento econômico condição importante para o crescimento econômico e para obtenção de salários maiores.

Contudo, os anos formais de estudo continuam sendo o principal elemento utilizado nas análises empíricas sobre os efeitos do capital humano na sociedade. Fundamentado pelas equações mincerianas, Barros e Mendonça (1995) verificam que, no Brasil, a experiência total do trabalhador explica cerca de 5% da desigualdade salarial, enquanto sua experiência específica dentro de uma mesma empresa pode explicar aproximadamente 10%.

Com relação aos efeitos que o capital humano pode ter sobre a sociedade, as análises empíricas têm variado para captar desde elementos da macroeconomia, como desenvolvimento econômico, a capturar relação deste investimento com as características do mercado de trabalho. Após o trabalho de Solow (1956), diversos estudos têm apontado que a diferença entre o crescimento do produto observado e o explicado em uma economia é dado por, entre outros fatores, por diferenças de produtividade, que são, por sua vez, compostas por qualificação da mão de obra. Ainda no âmbito macroeconômico, Krueger (1968) conclui que as variáveis utilizadas como proxies para capital humano como a faixa etária das pessoas que estão cursando o primeiro e segundo graus, além da graduação; anos de escola; e a estrutura setorial da economia, podem explicar mais de cinquenta por cento do diferencial do nível de renda dos Estados Unidos em relação a alguns países subdesenvolvidos. 

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