A Sinfonia Empresarial

Na visão apresentada pelos textos propostos, existem diversas similaridades entre a composição e modo de operação de uma orquestra e o funcionamento ideal de um ambiente corporativo, empresarial.

O cotidiano de uma empresa deve funcionar da mesma forma que a engrenagem de uma orquestra sinfônica, uma vez que ambas exigem liderança, flexibilidade, trabalho em equipe, uma estrutura sólida, porém aberta para novidades.

Walter Lourenção, criador do projeto “Sinfonia Empresarial” acredita que “não existe orquestra, existe indivíduo, indivíduo e indivíduo. A magia é ter um conjunto de sons e escutar individualmente cada um deles”, da mesma forma, Lourenção acredita ainda que as principais semelhanças entre a orquestra e o ambiente empresarial estariam nos fatos de escutar e valorizar cada um dos componentes da empresa sem deixar que haja o ajuste entre todos os indivíduo e que todos os envolvidos subordinem suas especialidades a um objetivo comum, uma meta.

Os motivos que levam ao sucesso de uma apresentação de uma orquestra não se diferenciam dos motivos do sucesso de uma empresa. Os músicos trabalham todos por um objetivo comum, com comprometimento, da mesma forma que todos devem trabalhar pelo sucesso dentro da empresa. Cada membro tem conhecimento da partitura total, porém é empenhado em exercer bem a sua função específica no momento correto, demonstrando a necessidade de se ter responsabilidade e excelência no que faz em prol do objetivo único. Os conflitos de personalidade são superados pela necessidade de se atingir um fim em comum, demonstrando harmonia do trabalho em equipe. Existe confiança e credibilidade no regente, sintonia entre líderes e funcionários. Os aplausos, a demonstração de calor humano, o reconhecimento pelo trabalho bem executado, estimulam e realimentam a motivação de cada um, representando o reconhecimento de bons resultados e de sucesso.

A figura do maestro se assemelha ao líder, diretor de uma empresa, sendo importante destacar a visão de Lourenção, que diz que o maestro é a figura que tem a franquia de Deus na terra, apesar disso, quem faz a música não é o maestro e sim a orquestra. Desta forma, infere-se que  o chefe, gestor é uma figura de suma importância dentro de uma empresa, porém devemos ressaltar que o trabalho em direção ao sucesso é executado por seus subordinados e não por ele sozinho.

O gestor-maestro é aquele que desenvolve uma liderança democrática, em que seu papel é o de facilitador do potencial de seus liderados. O maestro-líder possui a responsabilidade de garantir que o conjunto desempenhe sua função de forma satisfatória.

O maestro e o líder, desta forma, não realizam nada sozinho, sabe que é necessário coordenar valorizando cada profissional, com a consciência de que cada parte é importante para a qualidade do conjunto. O papel do líder e do maestro é criar condições para que o trabalho final e a apresentação sejam impecáveis, priorizando a motivação, a parceria e um bom clima dentro de uma orquestra e dentro de uma empresa.

É importante também ressaltar que quando os músicos e maestros, bem como gerência e funcionários se encontram em profunda harmonia, não é necessária a presença dos líderes e maestros para que os músicos toquem o que sabem, são as equipes autoadministradas. Assim, Lourenção desmistificou a idéia de que uma empresa ou orquestra dependem apenas de seus líderes ou maestros.

Outra figura importante para se destacar é o spalla que se assemelha ao vice-presidente, sendo responsável por afinar a orquestra, execução de solos e regente substituto, repassando aos músicos as determinações e sensações do maestro, sendo o braço direito do regente.

Tanto em uma orquestra quanto em uma empresa é necessário estabelecer relações entre técnica, disciplina, ética, ousadia, liderança, equipe em aperfeiçoamento.

Para ser uma organização que produza resultados, o homem precisa estar satisfeito com a empresa onde trabalha. Assim, é necessário que não se esqueça da motivação interna, inspiração, inovação e criatividade. Sem inovação uma empresa, assim como uma orquestra, para de crescer.