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A institucionalização da teoria institucional

Por:   •  16/10/2017  •  Abstract  •  1.179 Palavras (5 Páginas)  •  287 Visualizações

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CLEGG, Stewart; HARDY, Cynthia; NORD, Walter. A institucionalização da teoria institucional. In: Handbook de estudos organizacionais: modelos de análise e novas questões em estudos organizacionais. 1. ed. São Paulo: Atlas S.A., 1999. (p. 196-218)

A teoria institucional, ironicamente, não é institucionalizada. Ela ainda não tem uma metodologia de pesquisa padronizada, nem um conjunto de métodos específicos, e seus estudos se baseiam em uma variedade de técnicas que incluem estudos de caso, regressão múltipla, entre outros. Por conta disso, pouca atenção tem sido dada à conceitualização e à especificação dos processos de institucionalização. No trabalho de Zucker é notado que a institucionalização aparece tanto como processo quanto variável-atributo. Foi observado também que na maioria das análises organizacionais não foi utilizada uma abordagem para a institucionalização baseada em processo, pois ela é sempre tratada como uma qualidade.

O estudo das organizações tem uma história curta dentro do campo sociológico. Inicialmente, antes da análise funcionalista, os estudos tratavam as organizações como aspectos de problemas sociais, e não focavam na organização em si. Até o trabalho de Merton, as organizações não eram reconhecidas como atores sociais independentes. Tendo em vista que as organizações são vistas como sociedades em microcosmos, o autor focou na dinâmica da mudança social, uma questão negligenciada pela teoria funcionalista. A preocupação com essa questão se deu a partir de dois objetivos que se referem a duas premissas da teoria funcionalista. A primeira premissa fala que “componentes estruturais de um sistema devem ser integrados para que o sistema sobreviva”, já que são partes inter-relacionadas do todo, e o objetivo é o exame empírico das relações entre os elementos da organização. A outra premissa diz que “as estruturas existentes contribuem para o funcionamento de um sistema social” para que haja equilíbrio, e o objetivo era avaliar esse equilíbrio e identificar as consequências funcionais e disfuncionais de certos arranjos estruturais.

O exame das relações estruturais estabeleceu as bases para uma linha de pesquisa que definiu os estudos sociológicos de organizações. Essa linha de pesquisa analisava quantitativamente a covariância entre os elementos da estrutura organizacional formal. Era considerado que a estrutura formal refletia os esforços racionais de quem decidia, que buscava a maximização da eficiência e assegurava a coordenação e controle das atividades.

No fim dos anos 60, a pesquisa organizacional mudou de foco para incluir considerações sobre os efeitos das forças ambientais na determinação da estrutura, mas foi mantido o quadro explanatório básico funcionalista. Apesar de essa abordagem dominar a análise e explicação da estrutura organizacional formal, houve críticas a ela no início dos anos 70, principalmente por causa da ausência de descobertas empíricas e por estudos que enfatizaram o limite de racionalidade dos decisores.

Por conta da insatisfação com explicações tradicionais da estrutura formal, um novo enfoque sobre a relação entre organização e ambiente se destacou, chamado de dependência de recursos. Essa perspectiva falava sobre o interesse dos decisores em manter autonomia e poder organizacionais sobre outras organizações. Embora uma abordagem voltada para a dependência de recursos estivesse presente em estudos anteriores, esses ignoravam a influência de processos sociais que poderiam limitar o processo decisório autônomo.

As estruturas formais tem propriedades simbólicas e capacidade de gerar ação, ou seja, por terem significados socialmente compartilhados, elas podem, além das funções objetivas, servir para informar um público interno ou externo sobre a organização. Os aspectos simbólicos das organizações já eram citados anteriormente, como no funcionalismo, que dizia que tais elementos eram essenciais para assegurar apoio ambiental, através da consistência entre os valores centrais da organização e da sociedade.

Uma estrutura formal pode se comprometer com padrões eficientes e racionais da organização para atingir uma aceitação da sociedade geral. Meyer e Rowan analisaram essa noção, especificando três implicações. A primeira é que a estrutura formal pode ser adotada independentemente de problemas específicos de coordenação e controle relativas às atividades de seus membros. A segunda implicação é que a avaliação social das organizações pode estar na observação das estruturas formais em vez de estar nos resultados relacionados ao desempenho das tarefas, ou seja, o sucesso de uma organização não depende apenas da eficiência na coordenação e controle, mas também do ambiente em que estão inseridas. A terceira e última implicação diz que a relação entre atividades do dia-a-dia e os comportamentos dos membros da organização e das estruturas

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