A ÉTICA NA ANTIGUIDADE (A ÉTICA GREGA)
Por: Nelson Raite • 31/7/2018 • Trabalho acadêmico • 2.446 Palavras (10 Páginas) • 7.461 Visualizações
A ÉTICA NA ANTIGUIDADE (A ÉTICA GREGA)
INTRODUÇÃO
Falar sobre ética é lembrar os antigos ensinamentos de uma época em que o homem começou a conviver em sociedade e, a partir dessa experiência, passou a estabelecer normas de comportamento e convívio.
Estudos revelam que foi a partir dessa convivência de grupos societários surgiu a ética, cujos valores até hoje vão se modificando.
Na nossa pesquisa iremos abordar questões relacionadas com o historial da ética desde a antiguidade na Grécia antiga até a idade contemporrânea e, por outro lado abordaremos os ideais da ética. O presente trabalho conta com introdução, desenvolvimento e conclusão.
Para concretizar o presente trabalho recorremos em consultas bibliográficas.
OBJECTIVOS
Objectivo Geral
- Descrever o historial da ética desde a antiguidade (na Grécia antiga) até na idade contemporânea
Objectivos específicos
- Debrucar-se a redor das principais contornos da ética na antiguidade e seus percursores;
- Caracterizar a ética na idade média ou medieval e mencionar os principais pensadores notabilizados nessa época;
- Falar de uma forma breve da ética na idade Moderna e na idade Contemporânea e as várias orientações; e
- Fazer menção dos ideais éticos.
Definição de Ética
Silva (2009) diz que o significado da palavra ética vem do Grego “ethos” ao que se refere ao modo de viver do indivíduo, ou ao carácter humano. No século IV a.C, os filósofos gregos foram os primeiros a pensar o conceito de ética, associado a tal palavra a idéia de moral e cidadania. No entanto necessitava-se de honestidade, fidelidade e harmonia entre cidadãos, porque suas cidades-estado estavam em desenvolvimento.
Para Rothbarth (2012) a ética é defnida como “o estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana, do ponto de vista do bem e do mal” ou ainda, como “conjunto de princípios e normas que norteiam o ser humano no que diz respeito à boa conduta”.
A ÉTICA NA ANTIGUIDADE (A ÉTICA GREGA)
A Ética como ciência nasceu com o advento das cidades gregas cidades-estado (polis), no século V a.C., primeiro com os sofistas, depois com Platão e Aristóteles, autor das três obras básicas da ética no Ocidente: Ética a Nicómaco, A grande moral e a Ética a Eudemio.
Laissone et al (2017) afirma que sofistas constituem um movimento intelectual na Grécia do séc. V (a.C.), sendo que a palavra "sofista" significa mestre ou sábio, e vem da palavra “sofia” que significa sabedoria. Portanto, os sofistas consideravam-se detentores da sabedoria.
Os sofistas ensinam a arte de convencer, de expôr, argumentar ou discutir, colocam em dúvida não só a tradição, mas a existência de verdades e normas universalmente válidas. Para eles, não existem verdade nem erro, e as normas — por serem humanas — são transitórias.
Para Egg s.d Sócrates, Platão e Aristóteles são os pensadores gregos mais estudados e citados no campo da ética.
Sócrates
Segundo Egg s.d Sócrates nasceu em Atenas, provavelmente no ano 470 a.C, e tornou-se um dos principais pensadores na Grécia antiga, dentre várias áreas aprendidas se dedicou a meditação e ao ensino filosófico.
Egg s.d citando Vásquez (1997,P.231) diz que “resumindo, para Sócrates, bondade, conhecimento e felicidade se entrelacam estreitamente. O homem age rectamente quando conhece o bem e, conhecendo-o, não pode deixar de praticá-lo; por outro lado, aspirando ao bem, sente-se dono de sí mesmo e, por conseguinte, é feliz.
Egg s.d salienta que para Sócrates, virtude é sabedoria e conhecimento, sendo que vício resulta da ignorância. O saber fundamental é o saber a respeito do homem daí que Sócrates teria dito: “conhece-te a tí mesmo” e “ Sei que nada sei”.
Para Laissone et al (2017) a ética de Sócrates é conhecida como Ética racionalista pelo facto de se preocupar com o conhecimento.
Platão
Platão nasceu em Atenas, em 427 a.C e morreu em 347 da mesma era. Foi discípulo e admirador de Sócrates, retratando-o em muitas obras.
Egg s.d salienta que para Platão, as virtudes se dividem em grupos, como se ilustra a seguir:
- a prudência ou sabedoria é a virtude da parte racional do homem, ou seja, a parte que corresponde a a razão;
- a fortaleza ou volentia é a virtude do entusiasmo, ou, seja, dos impulsos de vontade e anónimo;
- a temperança ou autodomínio, relaciona-se à parte do apetite, à vida impulsiva e instintiva, mas que freia os prazeres corporais e
- a justiça como equilíbrio de todas as virtudes.
Aristóteles
Aristóteles nasceu na Macedônia, no ano de 384 a.C, seu pai chamava-se Nicômano e era médico e rei da Macedônia.
Aristóteles fazendo uma reflexão sobre como o homem poderia viver uma boa vida, afirmava que a felicidade era a finalidade de todo homem e a plena realização humana era a contemplação do exercício da razao humana. Para Aristóteles há três formas de alcançar a felicidade: pela virtude, pela sabedoria e pelo prazer.
Na mesma senda, na visão de Platão (427-347 a.C.), agir eticamente é agir com retidão de consciência., salientando que a inteligência, quando bem utilizada, conduz ao Bem, ao Belo, ao Justo.
Ao comportar-se de forma ética, o homem aproxima-se do verdadeiro mundo, o mundo das ideias, do qual o mundo em que vivemos é uma mera cópia. O verdadeiro sábio procura actuar em busca do ideal e corrigir-se quando se engana. Através da sua inteligência e virtude, o homem regressa ao mundo das ideias.
Os Estóicos e os Epicuristas
Para o estoicismo, Deus é a “razão final” do Cosmo. Nada acontece que não esteja determinado por ele. E é para ele que todo indivíduo é destinado.
O bem supremo é viver de acordo com a natureza, ou seja, de acordo com a razão. Os epicuristas acreditam que o átomo é o grande ordenador de tudo quanto existe. O homem é protagonista de sua vida, pois não hádeterminações divinas em suas ações. Por isso, o “bem viver” se resume na procura do prazer espiritual.
A ÉTICA NA IDADE MÉDIA OU MEDIEVAL: UMA ÉTICA TOTALMENTE RELIGIOSA E CRISTÃ
Segundo Egg s. d por volta do século III a.C, o império Romano passou por uma enorme crise econômica e política.
A corrupção instalada no senado e os gastos exorbitantes com artigos de luxo fizeram com que houvesse dificuldades em investir no exército romano, facto que atingiu negativamente o império. Com isso deu-se o fim da Antiguidade e o início da idade Média.
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