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A Ética e Cidadania

Por:   •  4/11/2016  •  Resenha  •  1.679 Palavras (7 Páginas)  •  1.317 Visualizações

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ÉTICA E CIDADANIA II

        A ética e a moral são duas palavras frequentemente usadas como sinônimos, por terem significados semelhantes acaba decorrendo essa dificuldade de diferenciação destas, suas diferenças começam pela etimologia, enquanto ética deriva do grego ethos  que significa “modo de ser ou caráter adquirido por costume, já a moral deriva do latim  mos ou mores signigicando “costume” ou “normas e regras adquiridas por hábito”, defnições semelhantes mas com o passar dos tempos e com o aprofundamento do estudo da moral e da ética no sentido mais amplo das palavras elas foram ganhando matizes diferentes de significado, embora complementares. As duas palavras recaem sobre nossa interação com a sociedade, apontando que só consigamos atingi-las a partir deste convívio em sociedade, só será desenvolvido através do mesmo.

        Segundo Vazquez essa diferenciação levaria em conta de que a ética é a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade ou a teoria, investigação ou explicação de um tipo de experiência humana ou forma de comportamento dos homens, o da moral, considerando porém na sua totalidade, diversidade e variedade, enquanto a moral seria o conjunto de normas, aceitas livre e conscientemente, que regulam o comportamento individual e socieal dos homens, ou mesmo um sistema de normas e princípios e valores segundo o qual são regulamentadas as relações mútuas entre os indivíduos ou entre estes e a comunidade, de tal maneira que estas normas dotadas de um caráter histórico e social, sejam acatadas livre e conscientemente, por uma convicção íntima, e não de uma maneira mecânica, externa ou impessoal.  Contudo, a moral tem abrangência mais subjetiva, refere-se ao indivíduo, enquanto a ética é substancialmente mais objetiva e coletiva, referindo-se às regras de direito e de justiça sob as quais deve operar uma determinada sociedade. Então, nesse sentido, a moral se faz presente através da realização da ética na experiência cotidiana de cada um de nós.

        Vale lembrar que, a moral subordina-se à ética, extraindo dos princípios éticos as regras que devem nortear a conduta humana. É pela conduta que cada ser humano se realiza na vida material e espiritual, sem ofender o próximo, segundo a regra cristã de "não fazer a outrem o que não quer que lhe façam". Dessa forma, a ética permanece plena e soberana acima da moral, da cidadania e do direito, cumprindo sua vocação em harmonia com os mesmos objetivos dos demais ramos. 

É a moralidade, ou seja, o cultivo sereno e constante dos valores humanos, que deriva da própria consciência humana, que deveria impor-se em todos os campos da vida humana, na família, nas escolas, no trabalho e, também, tanto no campo político quanto no econômico. É a nossa consciência moral em ação que condena os desvios e os excessos, inclusive nas operações financeiras e políticas.

Em geral a ética recebe esse sentido universal de convivência social, teorizando esta convivência, e a moral nossas decisões práticas de certo e errado, bom e mal nas situações concretas do cotidiano, baseadas em regras da sociedade que fazemos parte, sendo relacionada as crenças e normas particulares de cada sociedade em si, a ética alcançará a convivência social até onde for possível e estarão acima das diferenças morais particulares não operando como juízo de valor, mas como resultado de análises, filosóficas, históricas e científicas acerca do progresso moral no mundo, estes que são a base dos direitos humanos modernos, verdade, igualdade, justiça, liberdade e solidariedade ou fraternidade, aceitos pelos homens do mundo todo mesmo com suas diferenças de fé, etnia e classe social, então, enquanto a moral representa o particular do indivíduo a ética representa a moral pública da sociedade.

Os aspectos que constituem a moral são o elemento normativo e o factual, enquanto o elemento normativo representa o aspecto ideal que se pretende ver realizado, e vem sempre representado na forma de imperativos como normas de condura e preceitos, o fatual representa a encarnação dos preceitos, normas ou regras na forma de atos praticados pelo indivíduo, Vazquez definiria o elemento normativo como a moral propriamente dita, enquanto que o elemento fautal como a incorporaçã da norma em ações concretas, chamando-a de moralidade. A ação moral também envolve diversos aspectos entre si relacionados como a motivação ou intenção, a consciência da finalidade que se pretende alcançar com a tal ação moral, a consciência dos meios para que se alcance os fins pretenddidos com tal ação moral, a consciência tanto dos fins quanto dos meios que torna a ação moral pessoal e voluntária, resultados e consequências, todos os aspectos descritos representão à ação moral, não acontecem de maneira totalmente isoladas, mas formam um ato único.

A sociedade ao longo da história sempre tentou criar parâmetros que fossem moralmente aceito pelo coletivo, algo que sempre será impossível pois cada grupo tem seu comportamento moral que lhe convém, a maioria deles ligados as suas crenças e religiões mas também existem aqueles que a baseiam pela natureza ou pela razão. Os que se baseam nas divindades geralmente são menos mutáveis que os demais, mas em todos os casos a ausência de um fundamento contingente e histórico para os princípios éticos e normas morais. Um consenso para qual seria uma melhor base para instituir os princípios morais é inviável, suas crenças. Dilemas concretos do cotidiano e juízos variam no decorrer de cada história em particular. Muitos associam as leis aos princípios morais e normas ética mas é importante ter atenção entre a distinção entre lei, princípio ético e norma moral. Embora boa parte das leis estejam fundamentadas em princípios éticos e normas morais, nem toda lei é moral e o Estado não pode obrigar seus cidadões a cumprirem princípios éticos ou normas morais que não estejam manifestadas na forma de leis. Por fim, o importante nestes casos é tentar colocar a dignidade humana acima de nosssas diferenças culturais e de fé.

Assim como a moral, existe diversos tipos de ética, portanto não existe apenas um tipo de reflexão a respeito da conduta moral humana, na tentativa de definir as ações humanas como boa ou má, certa ou errada, ética e antiética.

Ética teológica ou consequencialista é uma ética que sustenta que o que é correto só pode ser definido a partir das consequeências que uma dada ação produz. Isso se dá por que esse tipo de teoria ética, só podemos afirmar o que é correto se antes definirmos o bem a ser alcançado. O valor das ações está nos fins, nas suas consequências ou resultados, não na intenção ou motivação da ação moral, o velho ditado que diz que os fins justificam os meios. As éticas teológicas ainda podem se subdividir em alguns grupos, como o utilitarista que visa a maximização do bem, beneficiando o maior número de pessoas possíveis, mesmo a ação deixando outras de fora deste benefício, também podemos ver a ética egoista cujo sua finalidade que também visa a maximização do bem mas se for necessário o detrimento das minorias será executado mesmo assim e por último a ética doxológica que visa no ação moral a glória de uma divindade a qual o indíviduo se submete.

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