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ANDRAGOGIA COMO INSTRUMENTO DE DESENVOLVIMENTO DE CORE COMPETENCE: COMO OBTER DIFERENCIAÇÃO DE MERCADO COM BASE NA GESTÃO DO CONHECIMENTO

Por:   •  22/9/2019  •  Artigo  •  6.683 Palavras (27 Páginas)  •  297 Visualizações

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ANDRAGOGIA COMO INSTRUMENTO DE DESENVOLVIMENTO DE CORE COMPETENCE: COMO OBTER DIFERENCIAÇÃO DE MERCADO COM BASE NA GESTÃO DO CONHECIMENTO[1]

Rafael Gonçalves de Paula[2]

Resumo

Este artigo apresenta os conceitos de administração estratégica e faz ligações com a andragogia, a fim de apresentar uma discussão sobre a importância do aprimoramento da gestão do conhecimento empresarial. O estudo e desenvolvimento de meios para diferenciação de mercado têm sido utilizados há tempos pelos mais diversos setores empresariais como fator importante na concepção de suas decisões estratégicas, o que possibilitou a estas empresas alcançarem os patamares atuais, tanto em vantagem como em desvantagem perante seus concorrentes. Após a Segunda Grande Guerra, o mundo passou por transformações sociais, econômicas e políticas, e, em decorrência, uma série de acontecimentos internacionais fez com que as organizações empresariais apresentassem suas estratégias, que por muitas vezes sofreram adaptações das características estadistas e militares para o mundo empresarial. Entretanto, no meio destas adaptações a gestão do conhecimento fora negligenciada por muitos e, estes, sucumbiram ou sofrem as consequências desastrosas decorrentes disto. É essencial para a manutenção e sobrevivência de uma organização empresarial que esta tenha como gerar, transmitir e aprimorar suas competências, que a diferencia de seus concorrentes, a fim de preservar a oferta de valor único para seus clientes. Neste contexto faz-se necessário o uso de mecanismos eficazes para esta troca e aprimoramento das competências empresariais.

Palavras-chave: Andragogia. Gestão do conhecimento. Estratégia empresarial.


Introdução

A forma pela qual uma organização empresarial lida para com sua gestão determina sua força para o enfrentamento de sua concorrência. Michael Porter (2006) menciona que, em uma análise estrutural de uma empresa, existe a necessidade de se pensar a respeito das cinco forças[3] que podem comprometer os resultados colhidos de um empreendimento.

Deste modo, pensar em uma empresa como um organismo vivo pode ser essencial para a compreensão de que todas as suas áreas são interligadas e merecem atenção, ou seja, a gestão empresarial deve contemplar o uso da visão holística para perceber que os diferentes setores de uma organização não apenas existem por si somente, mas coexistem com as demais áreas, cadeias e centros produtivos formando um sistema semiaberto. Esta visão pode ser comparada ao trabalho de Kjellén (1916, apud Miyamoto, 1995). Mesquita & Alliprandini (2003) vão além ao mencionar que “o cuidado com as competências existentes na organização pode garantir que elas sejam vistas em sua totalidade” (p. 18), o mesmo é observado em Fleury e Fleury (2003) quando afirmam que “a participação e a posição de cada empresa é função de suas competências” (p. 130) e o que caracteriza a nova economia é a eficiência coletiva e que a competitividade estará cada vez mais atrelada a esta eficiência.

Em uma simples análise pode-se observar e afirmar que toda organização empresarial possui sua competência própria, entretanto é fundamental aferir qual o grau desta competência e seus fatores críticos de sucesso[4]. A inobservância desta aferição pode resultar em resultados não esperados, como fora demonstrado por pesquisa realizada pelo SEBRAE (2007), onde a taxa de mortalidade das empresas brasileiras que não chegam a completar o quarto ano é de 35,9%, sendo que este índice salta para 62,7% e 61,1% nas regiões nordeste e sudeste do país, respectivamente.

Uma saída para esta situação crítica é apontada por Nonaka e Takeuchi (1997) onde o sucesso de uma empresa se deve justamente ao seu grau de competência ou, como mencionado pelos autores, “capacidade e especialização na criação do conhecimento organizacional” (p. 1), onde este deve ser compreendido como uma habilidade de gerar e difundir um novo conhecimento, bem como os já existentes, por toda a organização e “incorporá-los a produtos, serviços e sistemas” (Nonaka e Takeuchi, op. cit, p. 1).

Segundo Paulo Freire (apud Bauer, 2008) o homem é, por si só, um ser de ação e como tal vive em constante transformação e isto pressupõe transformações também em seu mundo, bem como no conhecimento por ele gerado. Há alguns anos, o que se pode observar é o testemunho de uma incrível redução do tempo de vida de muitos dos conhecimentos gerados pelo homem. Meister (1999) chama este movimento de “redução radical no prazo de validade do conhecimento” e afirma que, em virtude deste movimento, as empresas começaram a notar que não mais poderiam estar à mercê das instituições de ensino no tocante à formação de sua força de trabalho, necessitavam participar deste processo de formação. A partir deste momento começaram a surgir as chamadas universidades corporativas[5] com o intuito de fomentar a produtividade dos colaboradores da organização empresarial.

Embora, falsamente, muito seja dito sobre o conhecimento teórico não propiciar ferramentas de mesma qualidade, para soluções de problemas do dia-a-dia, que o conhecimento prático, ambos possuem extrema importância para a gestão do conhecimento em uma organização. O conhecimento teórico é apreendido por via do ensino formal, onde existe o papel de um educador capacitado para o exercício da função e, em contrapartida, o conhecimento prático advém de uma experiência real, que por muitas vezes é acompanhada por algum superior hierárquico que pressupõe ser detentor de uma experiência maior desta práxis. Apesar de este superior hierárquico poder não ser um profissional capacitado na área da educação, o mesmo pode vir a exercer o papel de tutor e/ou orientador de seu subordinado neste processo de aprendizagem.

É neste contexto que o artigo toma sua forma essencial, pois a gestão do conhecimento existente em uma organização empresarial não irá gerir seu capital intelectual de forma desmembrada, esta deve considerar que sua força de trabalho é o resultado da soma de suas experiências, sejam elas em um ambiente acadêmico ou fora dele. Sendo assim, uso da andragogia no ambiente empresarial tende-se a mostrar proveitoso, haja vista que sua adequada aplicação favorece o processo de produção e/ou apreensão do conhecimento decorrente da ação humana, neste ambiente empresarial.

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