ARTIGO CIENTÍFICO SOBRE A TEORIA CONTINGENCIAL
Por: anaflaviaacc • 16/9/2019 • Trabalho acadêmico • 7.479 Palavras (30 Páginas) • 248 Visualizações
Universidade Federal de Santa Maria
Colégio Politécnico da UFSM
Curso de Gestão de Cooperativas
DPADP0220 – Fundamentos da Administração
AS INFLUÊNCIAS DA TEORIA CONTINGENCIAL NAS ORGANIZAÇÕES COOPERATIVAS: UM ESTUDO DE CASO
Alessandra Karoline Costa Palma
Acadêmica do Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Cooperativas
Universidade Federal de Santa Maria/ Colégio Politécnico UFSM
ale.contatoc@gmail.com
Ana Flávia Corrêa de Castro
Acadêmica do Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Cooperativas
Universidade Federal de Santa Maria/Colégio Politécnico UFSM
anacorreacastro6@gmail.com
Elvis Schaurich Dumke
Acadêmico do Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Cooperativas
Universidade Federal de Santa Maria/ Colégio Politécnico UFSM
elvisdumke@gmail.com
RESUMO
As sociedades cooperativas estão constituindo, ao passar dos anos, o maior número de entidades e a teoria é definida como o conjunto de princípios e conhecimentos fundamentais de uma organização. Deste modo, o presente artigo tem como objeto de estudo a Cooperativa Coopercedro de Santa Maria – RS, como ponto principal a avaliação da aplicabilidade da teoria na gestão da cooperativa em questão, além de explorar e descrever a atuação das cooperativas para explicar as implicações da prática do cooperativismo, as principais vantagens que levam os cooperados a se unirem e os desafios encontrados na busca pela efetividade da organização.
Palavras-chave: Cooperativas; Cooperativismo; Teoria Contingencial; Organização.
INTRODUÇÃO
A cooperação sempre esteve presente na natureza. A própria sociedade humana é resultado da cooperação entre os indivíduos, como também na natureza temos animais de mesma ou entre diferentes espécies, trabalhando em união por um objetivo comum. No entanto, Costa (2007) crítica essa interpretação considerando uma confusão do senso comum, especificando o cooperativismo com base nos princípios ideológicos da organização cooperativa. O autor ainda em sua reflexão teórica sobre o cooperativismo afirma que:
(...) não se pode confundir o ato de cooperar com o cooperativismo, pois, enquanto o primeiro pode ser entendido como qualquer ato ou ação de colaborar com outras pessoas em qualquer formação socioeconômica, o segundo só pode ser entendido como um movimento social que procurou, através da associação, fugir de uma opressão social resultante de um determinado período histórico e de um determinado sistema. Costa (2007, p. 4)
Para os pensadores do cooperativismo, os conflitos sociais entre capital e trabalho foram responsáveis pelas péssimas condições em que viviam a classe operária europeia e dessa forma, teriam no cooperativismo uma maneira de sobreviver ao cenário dos primeiros séculos da revolução industrial, reavendo assim a autonomia sobre o seu trabalho e sobre a construção dos meios de produção. Assim, o conceito do cooperativismo se desenvolveu como alcance da inserção social no sistema, através da superação de suas necessidades pelo esforço coletivo coordenado pelas normas e princípios da organização cooperativa, em busca de um objetivo comum.
Os socialistas utópicos entre os séculos XVIII e XIX, entre eles: Robert Owen e Charles Fourier, foram os precursores do movimento cooperativista como ferramenta para o desenvolvimento de uma sociedade, ou seja, buscaram aplicar na prática suas teorias. Charles Fourier é considerado um dos pais do cooperativismo, francês de origem burguesa, criou os falanstérios na qual seria uma sociedade utópica onde a população estaria dividida em diversas organizações, sendo cada, uma falange habitada por indivíduos de forma autossuficiente, trocando bens entre si e coordenada por princípios de livre associação e trabalhos coletivos, onde o ser humano pudesse estar livre para seguir seus desejos, com liberdades individuais e de expressão, sem o moralismo e a opressão econômica da sociedade burguesa. E Robert Owen sob influência dos socialistas franceses, principalmente Fourier, reduziu a jornada de trabalho, construiu casas e creches para os operários e criou comércios comunitários que foram a base para as primeiras cooperativas inglesas, acreditando que os precursores da transformação social eram a educação e reformas trabalhistas. (JONAS O. BERTUCCI, apud SINGER, 2002)
No ano de 1841, grupos de operários protestavam por melhores salários e condições de trabalho na cidade de Rochdale, as greves eram constantes, mas não obtinham sucesso, influenciados principalmente pelas teorias de Owen, 28 tecelões se unem e optam pela ideia que ganhou maior consistência, na qual seria o uso do caixa de 28 libras para a formação de uma cooperativa de consumo. Estabeleceram normas e metas para a organização, e em 21 de dezembro de 1844 fundaram a primeira cooperativa de êxito e influência no mundo, “Sociedade dos Probos Pioneiros de Rochdale” no distrito de Lancashire, localizado ao norte de Manchester, na Inglaterra. (BIRCHALL, 1997)
Com o capital adquiriram manteiga, açúcar, farinha, farinha de aveia e algumas velas que revendiam aos seus associados pelo preço de custo. Dentro de três meses, eles expandiram sua seleção para incluir chá e tabaco, e logo foram conhecidos por oferecer artigos de alta qualidade a preços acessíveis, acrescenta (BIALOSKORSKI NETO, 2006)
A grande importância das cooperativas é que elas oferecem um espaço onde todas as pessoas, independentemente de raça, gênero, cultura, contexto social ou circunstância econômica, podem atender suas necessidades. Além disso, contribuem significativamente para cessar a pobreza e promover a bonança num mundo em mudança, ou seja, os valores e virtudes, as tornam cada vez mais reconhecidas pelos consumidores por causa diferenciais que conferem credibilidade e confiabilidade. Isso se relaciona com o que Holyoake (2004) denomina, assim como a estrutura cooperativista é construída em conjunto com seus cooperados, o reconhecimento de sua importância para o desenvolvimento socioeconômico também se dá a partir do envolvimento dos agentes que comunicam entre si as suas ações.
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