Análise Psicanalista e de Emoções do Filme Divertidamente
Por: CedricBrasil • 2/5/2019 • Trabalho acadêmico • 1.354 Palavras (6 Páginas) • 2.221 Visualizações
Para Freud, há uma espécie de "iceberg" que serve como simbolismo para a nossa mente, que é dividida entre a consciência e a inconsciência, sendo a inconsciência a maior parte desse iceberg, a parte submersa e que não é possível ser vista, apenas se "mergulharmos" em uma análise. A inconsciência seria, então, tudo o que é incômodo para si e para a sociedade.
No filme Divertidamente, as memórias são representadas como "bolinhas de vidro" que são enviadas através de tubos, ou para o reservatório de memórias felizes, ou para o reservatório de memórias infelizes. Há, também, o "lixão", que é o lugar de esquecimento. Assim como na teoria freudiana, os sentimentos é que comandam e decidem para onde serão enviadas as memórias. Se uma memória for apta a ficar no campo da consciência, ela pode ser lembrada e transforma-se em memória-base, caso não, é colocada na inconsciência.
Podemos analisar no filme principalmente o funcionamento do Id, do Ego e do Superego na personagem Riley. O Id são os impulsos ditos "egoístas", nosso lado animal que nasce conosco, são os nossos instintos. O Superego seria uma coleção de regras de "como ser bom", ou seja, o oposto do Id. O Ego, então, seria uma espécie de mediador entre eles.
Na trama do filme, Riley muda de cidade obrigada pelos pais, logo, indo contra ao Id, que seria seu impulso dirigido ao prazer. Porém, em alguns momentos e, dependendo de quais sentimentos a "controlavam", o Id dava lugar ao Superego e, então, Riley sentia-se tentada a fazer o certo, que seria aceitar morar na nova casa, ficar bem com sua família. Porém há um momento em que a personagem, controlada pelo Id, foge de sua casa e segue seus instintos de retornar ao prazer. Ela, então, direciona-se à sua antiga casa. Porém, enquanto dirigia-se até lá, o Superego assume novamente seu posto e ela percebe que o correto seria voltar para sua atual casa e obedecer aos seus pais. É importante ressaltar que os termos Id, Ego e Superego não aparecem no filme, mas é possível extraí-los ao se analisar psicologicamente a garota Riley, quem toma o papel principal de controlador da mente de Riley são seus sentimentos conflitantes, principalmente após os dois principais deles (Alegria e Tristeza) se perderem da cabine de comando, deixando assim um caos na sua mente.
Um aspecto muito importante abordado no filme é a importância em se falar sobre os sentimentos negativos, como a tristeza, o medo e a raiva. Principalmente em relação à tristeza, tendo em vista que os principais problemas da personagem principal são causados pois a Alegria, tenta excluir a tristeza da vida de Riley por não entender a sua função e o porquê da garota precisar daquele sentimento, esse aspecto da alegria ,retrata bem uma condição humana dos dias de hoje na sociedade, prendendo e reprimindo a tristeza, não nos permitindo um momento de fraqueza ou de luto, tornando assim uma das riquezas do filme dar sentido ao porquê da tristeza ser tão necessária para os nossos sentimentos e pisque.
Sigmund Freud, em “O Mal-estar na Civilização”, também afirma o valor da tristeza:
“Aquilo que em seu sentido mais estrito é chamado de felicidade surge antes da súbita satisfação de necessidades represadas em alto grau e, segundo sua natureza, é possível apenas como fenômeno episódico.”
As crianças (e os adultos) tem de saber que é normal a sua existência e que eles também "habitam" a nossa psique.
Na visão freudiana, os sonhos não são premonições ou meros símbolos, mas sim parte do nosso inconsciente. Em “A Interpretação dos Sonhos”, Freud destaca que essas formações de imagens durante o sono são geradas através dos desejos reprimidos no período de vigília, ou seja, no período em que se está acordado.
Ao mesmo passo que o filme retrata a importância da tristeza para o nosso bem estar emocional, ele também deixa nítida a linha entre depressão e tristeza. Apesar de terem reações em comum, a depressão é considerada uma doença e a Tristeza, não, até por isso é retratada e incentivada no filme a ser considerada uma atitude normal aos seres humanos.
Freud, em seu texto “Luto e Melancolia”, utilizando do conceito “melancolia”, tratava do que hoje é chamado de “depressão”:
O paciente representa seu ego para nós como sendo desprovido de valor, incapaz de qualquer realização e moralmente desprezível… Esse quadro de um delírio de inferioridade (principalmente moral) é completado pela insônia e pela recusa a se alimentar, e o que é psicologicamente notável por uma superação do instinto que compele todo ser vivo a se apegar à vida.
Além disso, Divertida Mente também é um conflito de emoções e afetos. O confronto entre a Alegria, o Medo, a Raiva, o Nojinho e a Tristeza mostra como o cérebro humano trabalha para tentar harmonizar as nossas emoções. Os sentimentos precisam ser sentidos,
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